Há 36 anos sou psicóloga especialista em autismo, trabalhando diretamente com pessoas autistas e neurodiversas. As pessoas me dizem que deve ser muito difícil e desafiador trabalhar com pessoas autistas, pois eles tendem a pensar que “os autistas não ficam melhores”. São equívocos como este que eu acho desanimador, pois pessoas autistas não são defeituosas, são apenas diferentes dos neurotípicos, são pessoas neurodiversas.
Uma pessoa autista tem uma neurologia diferente (neurodivergentes) de uma pessoa que não é autista (neurotípica). E ser diferente pode ser difícil, especialmente em um mundo onde a maioria das pessoas não entende o autismo, onde o ambiente não está acomodando as adaptações necessárias e ou respeitando as diferenças humanas.
No meu trabalho, descobri que pessoas autistas, como todos os humanos, têm forças e áreas de desafios. E não quero minimizar os desafios que os autistas enfrentam. Conheci muitas pessoas autistas que estão solitárias, desempregadas, utilizando drogas, com quadros crônicos de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, ou apenas sentem que não fazem um bom ajuste com o mundo.
Como psicóloga clínica, vejo muita gente lutando para ser aceito numa sociedade ainda injusta e meu papel é ajudar a navegar e aliviar os desafios, a dor ou a solidão que eles podem estar experimentando; não para “consertar” a pessoa ou “consertar “seu autismo, mas fortalecê-los, compreendê-los e ajudá-los em seus desafios da saúde emocional, das relações sociais, relações eróticas-afetivas, diversão, hobbies, acadêmicas e profissionais.
Comecei a perceber que o Yoga na minha abordagem terapêutica com pessoas autistas é uma filosofia que abraça a pessoa como ela é, respeitando seu verdadeiro eu (self). Isso não quer dizer que certos pensamentos, emoções e percepção sensorial não causem problemas para as pessoas autistas, e isso precisa ser conscientizado para acontecer as devidas modificações para a saúde emocional.
A ideia é que a pessoa autista, não seja definida por essas experiências, reducionismos diagnósticos, em vez disso cada experiência é melhor vista como uma comunicação de que algo está trazendo um tipo de sofrimento emocional e desadaptação social.
Meditar é estar no momento presente, e estar mais consciente do corpo, ou seja, viver menos na cabeça (racionalização). Achei que o Yoga seria uma boa maneira de ajudar os autistas a meditar, pois pode ser difícil para muitos no espectro ficarem parados, e o Yoga seria uma boa maneira de ajudar meus clientes a terem uma experiência de estar no momento presente e em seus corpos.
Quando o sofrimento vem à tona, a filosofia do Yoga ensina: observe a experiência e aproxime-se para observar o que está acontecendo com amor e compaixão. Quando o sofrimento ou o desconforto acontecem, estas são partes naturais da experiência humana que vêm e vão, como nuvens vêm e vão através do céu.
Quando fortes emoções como ansiedade, depressão, raiva ou experiências sensoriais intensas aparecem, a prática do Yoga diz amorosamente “fique”. Observe o que está acontecendo e descreva sua experiência.
Na filosofia do Yoga, o verdadeiro Eu é maior do que tudo na experiência da pessoa, incluindo seu senso de autoidentidade. O verdadeiro self é como o quadro branco, e tudo o mais que entra em consciência, como pensamentos, sentimentos, sensações corporais, experiências sensoriais, senso de si mesmo.
Outro ponto importante do Yoga é a ideia de que não somos nada se separados, somos todos um. Somos todas diferentes manifestações de energia surgindo na consciência. Quando fazemos amizade com essas manifestações em nós mesmos, naturalmente flui que temos mais empatia, compreensão e amor pelos outros.
Então, o que tudo isso tem a ver com autismo?
Encontrar autoaceitação como pessoa autista, amor-próprio e senso de bem-estar.
O Yoga também ajuda os membros da família, auxiliando-os a abrir espaço para o autismo, e por todas as suas reações ao autismo, incluindo confusão, culpa, automutilação, medo e raiva.
Utilizar a estratégia de amar e com grande compaixão por si mesmo, abrindo espaço para suas próprias reações, tornando-se curioso e se aproximando deles, permite que eles cheguem a um lugar de autoaceitação, amor-próprio e senso de bem-estar.
Estas são condições perfeitas para uma pessoa autista, de fato para qualquer humano, prosperar, obter autoaceitação de seus desafios e transformá-los.
A experiência não te define, mas é importante ter uma compreensão. Observe o pensamento, a emoção ou a sensação e observe o que está acontecendo em seu corpo.
Descreva os sentimentos e sensações que está sentindo neste momento.
- Existe uma maneira diferente de sentir seu corpo agora que lhe daria mais apoio?
- Precisa de algo que seu corpo precise?
- Respirar de uma maneira diferente agora te apoiaria?
- Há outra maneira de você ser apoiado agora?
- Poderia pedir ajuda a outra pessoa?
Fonte:
Manocha, R (2016). Silence Your Mind Hachette: Australia.
Simpkins, C.A. & Simpkins A.M. (2014). Yoga and Mindfulness Therapy: Workbook for Clinicians and Clients. PESI Publishing & Media; USA.
A Psicóloga Marina Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista. Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas neurotípicas e neurodiversas.
Realizo avaliação neuropsicológica online e presencial para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista em Adultos e TDAH.
Agende uma consulta no WhatsApp (13) 991773793.
Marina S. R. Almeida – CRP 06/41029
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista
Licenciada no E-Psi pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento de Psicoterapia on-line
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