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O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido como autismo, é um grupo de transtornos do neurodesenvolvimento de início precoce que são caracterizados por comprometimento nas habilidades sociais e comunicativas, e comportamentos repetitivos e estereotipados.

A manifestação clínica dos pacientes com TEA é extremamente variável, com indivíduos podendo apresentar os mesmos sintomas em diferentes graus. Por exemplo, alguns pacientes são averbais enquanto outros possuem apenas dificuldades de fala pontuais. Além disso, indivíduos com TEA também podem apresentar outros sintomas, como hiperatividade, problemas gastrointestinais, transtornos de sono e até epilepsia.

Estima-se que 1% da população possua TEA. As causas do TEA são múltiplas e na maioria dos casos ainda não estão totalmente explicadas, mas sabe-se que fatores genéticos possuem forte contribuição na sua etiologia. 

Nas últimas duas décadas, com o avanço das técnicas de análise genética, como o Sequenciamento de Nova Geração (NGS) e o microarray, tem aumentado consideravelmente a proporção de casos de TEA com causa esclarecida. 

Várias alterações genéticas já foram associadas à etiologia do autismo e, apesar do diagnóstico ser essencialmente clínico, a elucidação da etiologia do autismo traz uma série de benefícios para o paciente e sua família. 

Hoje, 20 a 40% dos casos de TEA, a depender do estudo, tem uma causa genética conhecida e que pode ser identificada em testes genéticos. 

SÉRIE ADVOGADA EXTRAORDINÁRIA WOO

Lançada em agosto 2022 pela Netflix, relata a história de uma advogada jovem autista recém-contratada por um grande escritório de advocacia e enfrenta desafios dentro e fora do tribunal.

Estrelando:Park Eun-bin,Kang Tae-oh,Kang Ki-young

Criação:Yoo In-sik,Moon Ji-won

A série mostra que a personagem Woo usa seus extraordinários poderes de memória e intelecto para encontrar soluções para perguntas que seus colegas neurotípicos não conseguem.

O capacitismo é difundido no Ocidente, mas há muito mais estigma em torno do autismo e da deficiência na Coréia, onde a primazia da normalidade social é tradicionalmente primordial. “Há muito mais sentimento de vergonha, não apenas para indivíduos com deficiência, mas também para suas famílias”, diz Son Da-eun, da Autism Partnership Korea . “Apesar da prevalência do autismo na Coréia” – ela me diz que os coreanos são diagnosticados a uma taxa de 1 em 38, em comparação com a estimativa global da OMS de 1 em 100 – “você raramente interage com pessoas com autismo diariamente. Historicamente, as pessoas com autismo são mantidas em casa, escondidas do mundo.”

Isso não quer dizer que não haja progresso na Coréia. A conscientização do público está mudando lentamente, o que leva a uma melhor acessibilidade e mais provedores de serviços. Essa melhoria da infraestrutura de suporte foi afetada devido ao COVID-19 , no entanto, e lendo as reações da série Advogada Extraordinária Woo , fica claro que o autismo e a deficiência permanecem intensamente estigmatizados na Coréia – cuja extensão se torna aparente ao ler quantos pais se sentiram forçados a emigrar para melhor apoio para seus filhos autistas.

A representação não é fácil, nem é a única ferramenta para impulsionar a mudança para grupos sub-representados na mídia. Não é realista esperar que um personagem – ou mesmo uma série – represente totalmente o escopo completo de uma deficiência. Os criadores do programa falam sobre trazer mais atenção ao autismo na Coréia.

A ADVOGADA EXTRAORDINÁRIA WOO É UMA BOA REPRESENTAÇÃO DO AUTSMO? 

A resposta é complexa. Tendo assistido a série e falado com espectadores autistas, organizações de autistas e um advogado autista real, o consenso parece ser sim… e não.

Uma ótima maneira de combater a capacidade arraigada que leva a títulos como Weird Lawyer Woo Young-woo é convidar pessoas com deficiência para a produção (o que também faria algo para combater as taxas de emprego incrivelmente baixas de autistas e deficientes na Coréia) e para contratar atores deficientes para emprestar suas experiências aos seus próprios personagens.

O escritor Moon Ji-won supostamente passou um ano consultando um professor de educação especial da primeira infância para garantir a precisão. A pesquisa é boa, mas como você a implementa é mais importante. E a caracterização de Moon de Young-woo como “um gênio sábio”, de acordo com tantas representações estereotipadas de autismo que se recusam a desaparecer, é particularmente reveladora.

A síndrome de Savant é um ponto raro e hiperespecífico no espectro do autismo. Especialistas estimam que tendências Savant estão presentes em 2 a 10% da população autista. A forma como Young-woo é caracterizada, como um gênio sábio (conhecido como o prodigioso Savant), representa menos de 75 pessoas no mundo .

O uso extensivo de personagens tipo Savant e outros estereótipos de pessoas autistas (por exemplo, interesses limitados, dificuldade em fazer amigos) na televisão é preocupante por duas razões”, escreveu Sarah Audley em seu estudo de 2020 sobre representação autista na televisão, alerta que:

“A exclusão da representação autêntica do autismo e a disseminação de informações erradas sobre o autismo que podem ser perpetuadas pela prevalência de estereótipos de autismo na indústria do entretenimento.”

SÉRIE AMOR NO ESPECTRO

Lançada em 2019, a série documental “Amor no Espectro” (Love on the Spectrum, em inglês), exibida pela Netflix, inicia seu primeiro episódio com a frase: “Encontrar o amor não é fácil. Para jovens com autismo, o mundo das relações pode ser ainda mais complicado” já indicando seu propósito: inspirar e conscientizar as pessoas mostrando histórias reais de relacionamentos amorosos entre jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Ao longo dos seus 11 episódios divididos em duas temporadas a série apresenta jovens autistas dando seus primeiros passos no mundo dos encontros amorosos e vivenciando o imprevisível mundo do amor e dos relacionamentos. A série também acompanha casais de autistas que já vivem juntos.

Primeiros encontros criam expectativas e causam ansiedade: surgem dúvidas em relação ao que dizer, como reagir, como agradar e encantar. A série mostra que pessoas neuroatípicas possuem as mesmas vontades, dúvidas e inseguranças que neurotípicas.

Ao contrário do que muitos pensam, pessoas no espectro têm o mesmo desejo de intimidade e companheirismo que o resto da população, mas as dificuldades na interação social e na comunicação, características do autismo, tornam encontrar um parceiro uma experiência assustadora e difícil. 

No documentário, os protagonistas são amparados pelas suas famílias, que apoiam essas novas experiências, e por especialistas, que os ajudam no desenvolvimento da comunicação e de habilidades de interação, além da percepção sobre suas características pessoais e as associadas ao espectro. 

A série é inspiradora e celebra a diversidade através dos participantes carismáticos e sinceros que conduzem os acontecimentos de forma tão genuína e com aceitação. É uma ótima oportunidade de conhecer mais sobre essa condição que ainda é muito estigmatizada.

A série foca apenas no comportamento associado a relacionamentos amorosos e não aborda conceitos do desenvolvimento da sexualidade da pessoa autista, aspectos fisiológicos e etiológicos do TEA.

SÉRIE A CAMINHO DO CÉU

Lidar com os desafios da vida, trabalho, vida social e a morte de um parente próximo são tarefas árduas e estressantes para todos; imagine, então, para quem tem Síndrome de Asperger, condição englobada no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A série sul-coreana “A Caminho do Céu”, lançada pela rede de streaming Netflix em 2021, acompanha Geu Ru, um jovem autista, após perder seu pai. O tio de Geu Ru, Sang Gu, assume a guarda legal do sobrinho. Sang Gu, porém, é um ex-criminoso recém-liberto da prisão que não conhecia Geu Ru, nem sua condição. 

Sang Gu também assume a empresa do irmão, onde Gen Ru já trabalhava, chamada Move to Heaven. O emprego consiste em ir à casa de pessoas que faleceram recentemente e organizar seus pertences. 

Ao longo de 10 episódios, tio e sobrinho se conhecem e aprendem a conviver juntos enquanto passam pelo processo de luto. Além disso, ao trabalhar na Move to Heaven, eles descobrem as fascinantes histórias que deixaram de ser contadas por aqueles que morreram. 

Em 2013, a Síndrome de Asperger passou a fazer parte do DSM-5 como Transtorno do Espectro Autista e os níveis de funcionamento, em 2022 a CID-11 também considerou o diagnóstico como Transtorno do Espectro Autista.

A Psicóloga Marina Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista. Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas neurotípicas e neurodiversas.

Realizo avaliação neuropsicológica online para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista em Adultos e TDAH.

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Marina S. R. Almeida – CRP 06/41029

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

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