IDENTIDADE DE GÊNERO, ORIENTAÇÃO SEXUAL EM MULHERES AUTISTAS

Compartilhe

Este estudo dos pesquisadores Laura A Pecora 1Graça I Hancock 1Merrilyn Hooley 1David H Demmer 1Tony Attwood 2Gary B Mesibov 3Mark A Stokes, publicado em 2020, teve como objetivo investigar a representação de gênero e diversidade sexual em mulheres autistas e examinar suas taxas de encontros sexuais arrependidos e indesejados entre mulheres com identidade de gênero transgênero e orientação sexual não heterossexual.

Há um crescente reconhecimento de que as mulheres autistas apresentam identidades sexuais e de gênero mais diversas do que suas contrapartes não autistas. Da mesma forma, as mulheres autistas também correm um risco maior de experiências sexuais adversas.

À medida que taxas mais altas de vitimização sexual são observadas em indivíduos com identidades sexuais diversas na população em geral, as taxas de experiências sexuais negativas entre mulheres autistas permanecem obscuras.

Métodos: 295 mulheres completaram a Escala de Comportamento Sexual-III (SBS-III) online. A identidade de gênero e orientação sexual autorreferida foram comparadas entre 134 autistas (idade M = 26,2 anos, DP = 8,7) e 161 mulheres não autistas (idade M = 22,0 anos, DP = 4,6). As diferenças na prevalência de experiências sexuais negativas foram comparadas entre o diagnóstico e cada rótulo de identidade de gênero e orientação sexual.

Resultados: Mulheres autistas foram mais propensas a se identificar com uma identidade de gênero transgênero (p < 0,05) e orientação sexual não heterossexual (p < 0,007) em comparação com mulheres não autistas.

Mulheres homossexuais autistas eram mais propensas a ter experiências sexuais negativas do que mulheres heterossexuais autistas (OR ≥ 3,29; p < 0,01) e eram mais propensas a ter experiências sexuais indesejadas do que mulheres não autistas, independentemente da orientação sexual (OR ≥ 2,38; p < 0,05).

Não houve diferenças nas taxas de experiências sexuais negativas entre mulheres autistas bissexuais e heterossexuais autistas e mulheres bissexuais não autistas. Mulheres bissexuais não autistas (OR = 0,24; p = 0,018) apresentaram risco reduzido de experiências sexuais arrependidas do que pares heterossexuais não autistas.

Limitações: O uso de itens de resposta de formato fixo pode ter limitado a capacidade dos participantes de fornecer respostas ricas referentes às suas identidades sexuais e à natureza das experiências sexuais negativas.

O pequeno número de participantes que se identificaram como transgêneros (n = 40) limita a confiabilidade dos resultados referentes às experiências sexuais em toda a identidade de gênero. Além disso, embora vários métodos de recrutamento tenham sido usados neste estudo, a não representatividade pode enviesar as estimativas das taxas de prevalência. Assim, os dados podem não ser representativos da população mais ampla.

Os resultados indicam que mulheres autistas apresentam maior diversidade em suas identidades sexuais do que indivíduos sem autismo, sendo que aquelas com orientação sexual homossexual correm maior risco de vivenciar encontros sexuais adversos.

Os achados sugerem a importância de uma maior atenção clínica a essa diversidade e a necessidade de fornecer suporte para facilitar o desenvolvimento de uma identidade sexual saudável e reduzir os riscos identificados neste estudo.

Referências bibliográficas:

Aitken, M., Steensma, TD, Blanchard, R., VanderLaan, DP, Wood, H., Fuentes, A., Spegg, C., Wasserman, L., Ames, M., Fitzsimmons, CL, Leef, JH , Lishak, V., Reim, E., Takagi, A., Vinik, J., Wreford, J., Cohen-Kettenis, PT, de Vries, ALC, Kreukels, BPC, & Zucker, KJ (2015). Evidência para uma razão sexual alterada em adolescentes encaminhados para clínica com disforia de gênero. Journal of Sexual Medicine, 12(3), 756-763

A Psicóloga Marina Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista. Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas típicas e neurodiversas.

Realizo avaliação neuropsicológica online e presencial para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista em Adultos e TDAH.

Agende uma consulta no WhatsApp (13) 991773793.

Marina S. R. Almeida – CRP 06/41029

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

Licenciada no E-Psi pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento de Psicoterapia on-line

WhatsApp (13) 991773793

INSTITUTO INCLUSÃO BRASIL

Rua Jacob Emmerich, 365 – sala 13 – Centro – São Vicente-SP

CEP 11310-071

marinaalmeida@institutoinclusaobrasil.com.br

www.institutoinclusaobrasil.com.br

https://www.facebook.com/InstitutoInclusaoBrasil/

https://www.facebook.com/marina.almeida.9250

https://www.facebook.com/groups/institutoinclusaobrasil/

Conheça os E-Books

Coleção Neurodiversidade

Coleção Escola Inclusiva

Os E-books da Coleção Neurodiversidade, abordam vários temas da Educação, elucidando as dúvidas mais frequentes de pessoas neurodiversas, professores, profissionais e pais relativas à Educação Inclusiva.

Outros posts

PARA QUE SERVE UMA ESCOLA PARA TODOS?

Uma escola que serve a todos os alunos tem que contemplar os seguintes objetivos: “Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×