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Pensando em nossas angústias, medos, dificuldades diversas, aos quais todos nós estamos passando neste momento de mudança, propomos este texto para pensarmos em nossas igualdades.
Num momento em que buscamos por ideal, uma otimização da escola, da comunicação, da troca, do respeito, da consideração, do envolvimento, da paciência, da tolerância, sentimentos estes que precisam nascer para fortalecerem nosso enfrentamento dos entraves, frustrações, desilusões, ainda que uma utopia.
O que são utopias?
Refere-se a algo que não se encontra em lugar algum (do grego ou = não + topos = lugar) Mas para que servem a utopias? Servem para sonharmos, desejarmos, nos iludirmos com o impossível e conseguir o possível dentro do real, nos imaginarmos de forças amorosas, peregrinação na direção da terra prometida, construção do mundo que ainda não existe, e criatividade usada para um bem comum.
Caminhamos através de uma construção, e construir é um conjunto de ações que precisamos da força de cada um, para elevarmos nossas ações.
Um ideal social, educacional só pode ser alcançado se juntos enfrentarmos as adversidades em grupo, do contrário nos enfraquecemos, isolamo-nos um dos outros, cada qual a sua maneira de ver, entender, falar e agir. De nada valerá na prática, cujas forças diversas buscarão objetivos muitas vezes pouco comuns, levando a rupturas, a ilhas…
Já pensou em viver numa ilha?! Muito bom, um paraíso onde somos únicos, aparentemente atendidos em nossos desejos, mas sozinhos…
Como o homem por sua natureza é gregário e só se faz homem no social, através da cultura, na relação com outro ser humano…. então o que é ser humano?
Ah! aquela pessoinha cheia de defeitos, errante, atrapalhada, imperfeita, mortal que não cheira nem fede, sem sal sem pimenta, que tem humores e afetos diversos, mutável, que cresce, apaixona-se, ama, odeia. Alguns deles querem viver no paraíso, outros no inferno e a maioria deles acabam se contentando em morar no purgatório.
Não gostou!? Então o que é um ser perfeito, onisciente, correto, imortal, maravilhoso? São os mitos, os deuses, estão nas religiões, no cinema, nas novelas, são os heróis e bandidos, os monstros e os iluminados, os sobrenaturais e fazem parte do nosso desejo.
E qual a vantagem de ser humano? Vamos brincar um pouco com as metáforas…
A imperfeição permite que todos possamos caminhar entre os três mundos: dos só de bonzinhos, dos só malvados, e dos bonzinhos e malvados.
A desvantagem dos bonzinhos é que só podem ficar lá, intocáveis, são tão bons que aguentam tudo, nunca reclamam, mas quando estão bravos disfarçam podem virar cruéis e vingativos por sua natureza, ninguém pode chegar perto se chegar há necessidade de reverencia, protocolos. Os deuses podem ser bons, cruéis, vingativos, e os diabinhos também muito simpáticos sedutores tiram a alma da gente… Já que são rivais disputam pelo mesmo intuito nossa alma humana, que acreditamos ser sem valor. Portanto, temos dois seres brigando para quem fica com os imperfeitinhos, não quer dizer malvado e cruel ou perfeitinho não quer dizer maravilhoso e incompleto, em construção, mutação,…
Seres humanos são imperfeitos justamente por que buscam a felicidade a qual almejamos encontrar um dia? Será que realmente tivemos? Se tínhamos por que procurar?, procuramos por que tínhamos? Se perdemos por que não durou ?Aonde está a felicidade? Talvez a própria pergunta responda, que poderá ser um estado? Passamos a ser seres infelizes, tristes para desejar a felicidade e alegria! É um paradoxo o que vivemos.
A beleza pode estar justamente na possibilidade do crescimento humano, pode estar exatamente por sabermos que somos mortais, quando permitimos que algo morra, abre espaço para crescer o novo, evoluir, caminhar…
Juntam-se assim o amor, o desejo, a imaginação, as forças, para criar um mundo que faça sentido, que tenha harmonia, que seja espelho, espaço fraterno, lar. Seria a realização dos nossos objetos de desejo!
Teríamos este lugar? Em que cultura isso se realizou? Em nenhum lugar! Nosso problema está aí, reconhecer nossas intenções e constatarmos o fracasso, e sobrará a riqueza da esperança, de em que algum dia, a realidade se harmonize com o desejo.
Não temos saudade do bem amado presente, a saudade só aparece na ausência, na distancia, na falta. E assim é sempre o desejo humano… ele aparece exatamente porque sentimo-nos privados, insatisfeitos, não encontramos prazer no espaço tempo presente, vem então a força para modificar. A psicanálise nos trás o ensinamento que a cultura vem exatamente para criar o objeto por nós desejado. O projeto inconsciente do ego é encontrar um mundo que possa ser amado, não importa seu tempo, lugar.
O ser humano do século XXI é aquele que deseja solidariedade igualdade, união, paz, amor, criatividade, exercício de cidadania, multiculturalismo, mas é o mesmo ser humano que quer o poder pelo poder, mata, destrói, corrompe, perverte, contamina,… Ao desejarmos uma possibilidade enfrentaremos outras opostas, é a dialética humana.
Queremos hoje as impossibilidades humanas, governar, curar, educar que só se fazem dentro do desejo do outro, do contrário é servidão massificadora, tirania imposta pelo meu próprio prazer de controlar o outro e exaltando é encontrar um mundo que possa ser amado, mas começando por mim mesmo.
Vivemos muitas horas de trabalho juntos, e então… não poderíamos transformar este espaço no mínimo mais aprazível?
Quem disse que seria fácil, é o desafio atual que nos chama!
Enquanto nossos desejos não se realizam podemos cantá-los, fazer deles poesias, sonhá-los, pintá-los, escrevê-los, prosear sobre eles,…
Já será um bom começo, pois o melhor da festa é a preparação, estaríamos no meio, produzindo uma cultura, a caminho de algo!
Termino com um texto da Bíblia, que vem contemplar estas singelas idéias e compartilham nossas igualdades:
TUDO TEM SEU TEMPO
(Eclesiastes, cap. 3o.; ver. 1o. e 8o.)
Tudo neste mundo tem seu tempo determinado
Há tempo para todo propósito debaixo do céu
Há tempo de nascer e tempo de morrer
Tempo de plantar e tempo de arrancar
Tempo de matar e tempo de curar
Tempo de derrubar e tempo de construir
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar
Tempo de chorar e tempo de dançar
Tempo de espalhar pedras e tempo de juntá-las
Tempo de abraçar e tempo de afastar
Há tempo de procurar e tempo de perder
Tempo de economizar e tempo de desperdiçar
Tempo de rasgar e tempo de remendar
Tempo de ficar calado e tempo de falar
Há tempo de amar e tempo de odiar
Tempo de guerra e tempo de paz!

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Marina S. R. Almeida

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

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