MELHORANDO SUAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO COM A PESSOA AUTISTA

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  • Decida o que você quer melhorar e por quê. Talvez você queira melhorar na leitura de sinais não verbais para poder perceber quando seu parceiro está frustrado.
  • Divida a tarefa em etapas. Ao avaliar a frustração do seu parceiro, há um primeiro sinal claro que você deve procurar? Pessoas diferentes têm diferentes sinais não verbais, mas alguns desses sinais são comuns. Talvez a testa do seu parceiro franze quando ele está irritado. Se você notar esse primeiro sinal, há outro para procurar?
  • Pratique. Pratique a habilidade com seu parceiro e peça feedback. Você também pode experimentar a nova habilidade com estranhos.
  • Não se prenda à perfeição. Saiba que você não precisa acertar todas as vezes. Seu parceiro também deve estar disposto a se esforçar para se comunicar melhor com você. Talvez ele possa ser mais vocal sobre como se sente, para que você não tenha que depender somente de dicas não verbais.

DICAS PARA AMBOS OS PARCEIROS

  • Não reprima seus sentimentos. Esconder emoções negativas como frustração pode dar lugar ao ressentimento e a níveis elevados de estresse. Em vez disso, seja direto e diga ao seu parceiro como você está se sentindo. Então, vocês podem começar a procurar soluções e compromissos juntos.
  • Controle as suposições. É fácil fazer suposições quando você tenta encontrar razões por trás das palavras e ações do seu parceiro. Mas lembre-se de que essas suposições não refletem necessariamente a realidade. Você pode pensar que seu parceiro está ignorando você porque está com raiva, mas talvez ele esteja apenas focado em outra coisa. Em vez de tentar adivinhar o que está acontecendo na cabeça do seu ente querido, faça perguntas.
  • Use declarações “eu” em vez de declarações “você”. As declarações “eu” enfatizam seus sentimentos. As declarações “você” podem soar acusatórias. A última tem mais probabilidade de intensificar as discussões à medida que seu parceiro fica na defensiva. Por exemplo, tente dizer “Eu me sinto ignorado” em vez de “Você está me ignorando”.

APRENDA A REALMENTE OUVIR

É fácil cair no hábito de ouvir, mas não realmente escutar seu amigo ou ente querido. Talvez você se encontre simplesmente esperando sua chance de falar em vez de se concentrar no que está sendo dito a você.

Isso pode ser especialmente problemático se seus estilos de comunicação diferem muito.

Aqui estão alguns passos para se tornar um ouvinte mais ativo:

  • Reduza as distrações. Guarde o telefone. Abaixe a música de fundo. Se você tem problemas sensoriais, tente ter conversas importantes em um espaço que seja fisicamente confortável.
  • Foco sem julgamento. Você quer garantir que sua atenção esteja totalmente na outra pessoa. Você pode achar útil repetir as palavras do seu parceiro em sua cabeça. Isso pode ajudar você a manter o foco. Deixe de lado quaisquer julgamentos ou críticas e simplesmente ouça com a mente aberta.
  • Resista à vontade de interromper. Você pode sentir que precisa se opor a algo ou até mesmo sentir a tentação de mudar a direção da conversa. Pratique a paciência.
  • Ofereça feedback. Quando necessário, peça ao seu ente querido para esclarecer um ponto ou repetir algo. Você também pode dizer: “O que estou ouvindo é…” e então reformular o que seu parceiro disse com suas próprias palavras.

APROVEITE OS PONTOS FORTES UM DO OUTRO

Seja você ou seu ente querido autista, é importante lembrar que ambos têm pontos fortes e fracos. Talvez seu amigo ou parceiro autista tenha uma memória excelente, seja altamente organizado, mas inseguro em situações sociais.

Talvez seu colega de quarto neurotípico seja mais assertivo e extrovertido, mas não tão analítico. Depois que vocês reconhecerem os pontos fortes um do outro, vocês podem começar a forjar uma dinâmica equilibrada. O objetivo é chegar a um ponto em que ambos sintam que estão contribuindo para o relacionamento.

Considere fazer uma lista de seus pontos fortes individuais e áreas que precisam de melhorias.

Algumas perguntas a serem abordadas podem incluir:

  • Qual de vocês é mais flexível e disposto a se adaptar a novas situações?
  • Quem é mais lógico e capaz de propor soluções práticas?
  • Quem é mais organizado e tem mais atenção aos detalhes?
  • Quem se sente mais confortável em situações sociais?

Se vocês são colegas de quarto ou um casal que mora junto, dividam as tarefas com base em seus pontos fortes. Por exemplo, quem for mais organizado e pontual pode lidar com tarefas como pagar contas, enquanto o parceiro mais extrovertido pode ficar encarregado de se comunicar com o locador.

Se houver uma área em que ambos são fracos, vocês precisarão fazer um brainstorming de maneiras de lidar com isso. Por exemplo, se ambos têm problemas para lembrar de pagar contas de serviços públicos, vocês podem definir lembretes ou usar sistemas de pagamento automatizados.

Se parecer que um de vocês tem a maior parte das responsabilidades, conversem e distribuam as tarefas. Descubra um plano que funcione para ambos, mesmo que isso signifique que um de vocês tenha que trabalhar para desenvolver novas habilidades.

FACILITE A VIDA DO SEU ENTE QUERIDO AUTISTA

Se seu amigo ou parceiro for autista, há muitas maneiras de oferecer apoio.

  • Mantenha a consistência. Algumas pessoas autistas têm dificuldade em se adaptar a mudanças repentinas. A consistência lhes dá uma sensação de paz e segurança. Se esse for o caso do seu ente querido, minimize surpresas indesejadas mantendo-o atualizado sobre as mudanças. Se você planeja reorganizar a sala de estar, por exemplo, peça a opinião dele primeiro.
  • Adapte seu espaço de vida para problemas sensoriais. Adições simples à sua casa, como iluminação mais suave e fones de ouvido com cancelamento de ruído, podem ajudar a reduzir o desconforto. Os cronômetros podem ajudar uma pessoa autista a permanecer na tarefa se ela tiver tendência a perder a noção do tempo.
  • Meditem juntos. Há algumas evidências de que a atenção plena pode reduzir a ansiedade e aumentar a regulação sensorial. Encoraje (mas não force) seu parceiro a se juntar a você em uma prática diária de meditação, como Yoga e ou mindfulness.

ESTABELECENDO NOVAS CONEXÕES SOCIAIS COMO UM ADULTO AUTISTA

Se você é um adulto autista e se sente solitário, é preciso ser proativo para fazer novas conexões, seja para expandir deu grupo de amigos ou encontrar um parceiro romântico.

Como um adulto autista, no entanto, a ideia de ter que suportar conversas fiadas e decifrar sinais corporais ambíguos pode parecer chata ou esmagadora. Talvez você esteja preocupado em ter que navegar por uma série de momentos estranhos e mal-entendidos.

Mas com as estratégias certas, você pode tornar a tarefa mais fácil, e as conexões que você faz no processo podem mudar sua vida.

Abaixo algumas dicas que podem ser úteis:

  • Siga seus interesses. Use serviços de aplicativos sobre trilhas, viagens, esportes, arte, cinema, animes, para encontrar grupos locais que correspondam aos seus interesses. Você pode encontrar de tudo, desde grupos de caminhada em trilhas até encontros de jogos de tabuleiro. Esses grupos e eventos oferecem boas oportunidades para conhecer pessoas que compartilham suas paixões.
  • Concentre-se em se divertir e você certamente fará algumas novas conexões. Interaja com a comunidade neurodiversa. Em muitos casos, indivíduos autistas acham que interagir com outras pessoas neurodivergentes, as vezes pode ser mais fácil do que conversar com neurotípicos. Amigos neurodiversos podem entendê-lo e fazer com que você se sinta mais aceito. Eles podem até oferecer dicas para conhecer mais pessoas e estratégias para lidar com obstáculos comuns, como esgotamento social e sobrecarga sensorial. Procure fóruns neurodiversos online e participe de eventos presenciais sempre que possível. Você pode até encontrar aplicativos de namoro que se concentram em solteiros autistas e neurodiversos.
  • Programe um tempo para relaxar. Se você acha que as interações sociais são cansativas, reserve um tempo para relaxar sozinho antes e depois de cada compromisso. Você pode querer meditar ou navegar na Internet antes de um encontro para um café ou dar uma caminhada para descomprimir depois.
  • Estabeleça interesses comuns. Tente identificar semelhanças entre você e as pessoas com quem você se envolve. Isso pode fazer com que as interações pareçam mais naturais e fornece oportunidades para criar vínculos. Pense em seus hobbies, lugares em que você esteve, comidas que você experimentou e mídias que você gosta.
  • Seja um bom ouvinte. Se você tem interesses especiais, pode ficar animado para compartilhar todos os detalhes com novos amigos. Não cometa o erro de falar muito sobre seu assunto favorito, no entanto. Dê aos outros uma chance de mudar de assunto e falar sobre o que está acontecendo em suas vidas. Use técnicas de escuta ativa para permanecer engajado e trocar as informações.
  • Trabalhe na leitura da linguagem corporal. Esta é uma habilidade útil, seja para avaliar se uma pessoa está romanticamente interessada em você ou se um amigo está entediado com a conversa. Se a leitura da linguagem corporal é um ponto fraco para você, peça dicas a amigos. Você também pode aprender observando as interações de outras pessoas.
  • Identifique relacionamentos tóxicos ou abusivos. Aceite que nem todo mundo será um amigo ou parceiro romântico adequado. Reflita sobre suas interações. A outra pessoa fala mal de você ou faz piadas que ferem seus sentimentos? Ela só fala sobre si mesma? Ela parece julgar você ou outras pessoas excessivamente? Ela começou a pedir dinheiro emprestado e não paga? Se você se sente desconfortável ou desvalorizado, talvez você e a outra pessoa não sejam uma boa combinação.
  • Lide com a rejeição. A rejeição faz parte do processo humano e do namoro, e você pode até descobrir que algumas pessoas rejeitam ofertas de amizade também. Reconheça quaisquer sentimentos negativos que surjam, como ressentimento ou tristeza, mas tente não se deter na situação. É possível que a outra pessoa esteja rejeitando você por razões superficiais. Mas ninguém é obrigado a gostar de todo mundo.

Se você vivenciar rejeições repetidas, reserve um tempo para refletir sobre os problemas potenciais nos quais precisa trabalhar. Pessoas queridas de confiança podem ser capazes de oferecer alguma orientação honesta. Mas não seja muito duro consigo mesmo. Apenas procure oportunidades para melhorar.

Quer você esteja tentando manter relacionamentos ou forjar novas conexões, lembre-se de que as pessoas podem ser complicadas e sempre há mais a aprender. Mantenha-se curioso sobre as pessoas ao seu redor.

Passe tempo com aqueles que estão animados para aprender mais sobre você e sua perspectiva. E tenha certeza de que você tem muito a oferecer a amigos e parceiros em potencial.

Procure um psicólogo, faça psicoterapia online ou presencial (Terapia Cognitiva Comportamental ou Psicanálise), mas busque ajuda para cuidar de sua saúde mental.

Fontes:

https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/2737582?guestAccessKey=d82b0145-f179-48bd-91bb-f77865732c3c&utm_source=For_The_Media&utm_medium=referral&utm_campaign=ftm_links&utm_content=tfl&utm_term=071719

https://www.mastermindbehavior.com/post/do-autistic-people-get-married

https://www.ncbi.nlm.nih.gov

https://www.focusonthefamily.com

https://www.kennedykrieger.org

 ​​https://autismspectrumnews.org

https://www.iidc.indiana.edu

https://www.thetreetop.com

Marina da Silveira Rodrigues Almeida – CRP 06/41029

Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga, Especialista em pessoas adultas Autistas (TEA), TDAH, Neurotípicos e Neurodiversos.

Psicanalista Psicodinâmica e Terapeuta Cognitiva Comportamental

Agendamentos por mensagem no WhatsApp +55 (13) 991773793

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