Um Programa de Educação Individualizado (PEI) é um plano que determina os serviços de educação especial, apoios e acomodações que um aluno com necessidades especiais receberá para garantir a melhor educação possível na escola.
Um PEI para ser efetivo é necessário que seja elaborado de forma colaborativa com professores, coordenadores pedagógicos, pais e profissionais de educação que fazem o acompanhamento da criança na escola. O aluno também pode opinar sobre o processo de aprendizagem.
O professor precisa observar quais as necessidades educacionais do aluno, avaliar as áreas de conhecimento em que ele tem mais facilidade ou dificuldade para adequar o espaço físico e o currículo escolar ao estudante. É importante definir o que é primordial ensinar, ou seja, encontrar os conteúdos e as habilidades necessárias que precisam ser aprimoradas para cada período do aluno.
A forma de ensinar também é fundamental. O professor e os responsáveis pela educação da criança precisam focar em formas de ensino acessíveis e as aulas devem ser claras e objetivas. É importante ter estratégias de ensino, assim como métodos e materiais adequados para que o aluno possa compreender e melhorar as suas habilidades.
O ambiente escolar também deve ser adaptado e adequado para que o aluno possa participar. Em outras palavras, o PEI é uma proposta de organização curricular que direciona a forma pedagógica do professor, para que ele possa desenvolver os potenciais dos alunos. Para isso, é possível seguir algumas etapas.
Conhecer o aluno: é importante que o professor e responsáveis pela educação da criança ou jovem com limitações saibam quais são as habilidades e as necessidades de cada aluno – sua história, seus gostos pessoais e conhecimentos já adquiridos, além de saber o que sente mais dificuldade e ainda precisa aprender. É preciso observar e identificar o desempenho do aluno de acordo com sua comunicação oral, leitura e escrita, raciocínio lógico-matemático e conhecimentos em informática e tecnologia. O aluno pode participar ativamente dessa avaliação. É importante saber quais são seus assuntos prediletos, o que é mais difícil ou mais fácil para ele na escola.
Criar metas e objetivos: é necessário ter metas de curto, médio e longo prazo e avaliar a evolução e desenvolvimento da criança. De acordo com o perfil de cada aluno é importante avaliar o que cada estudante precisa aprender.
Manter um cronograma: ao traçar metas, é preciso definir como elas serão cumpridas e qual será o prazo para isso.
Avaliação: para saber a evolução é necessário avaliar as metas alcançadas com frequência. Esses objetivos serão usados para determinar se o seu filho mudou, estagnou ou atingiu um objetivo específico. Dessa forma, o progresso do ensino pode ser avaliado a cada ano ou até mesmo semestralmente. Sempre que for preciso, os profissionais devem alterar o programa de ensino e a escola precisa dar suporte e ter uma estrutura adequada. Os materiais e recursos pedagógicos precisam estar de acordo com as necessidades específicas de cada criança.
LISTA DE ESCALAS PSICOEDUCACIONAIS
- Inventário Portage Operacionalizado de avaliação do Desenvolvimento Infantil – validada no Brasil
- Checklist Curriculum do Modelo Denver de Intervenção Precoce Para Crianças Pequenas com Autismo (ESDM).
- Protocolo VB-Mapp (Avaliação de Marcos do Comportamento Verbal e Programa de Nivelamento)
- ABLLS-R
- Social Savvy Checklist
- Social Skills
- ABLA-R
- PEAK
- AFLS
- Essential for Living
- IGLR (Inventário do Bom Aprendiz)
- Perfil Psicoeducacional 3 Edição (PEP-3) – validada no Brasil
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga Marina Almeida, oferece supervisão clínica para profissionais psicólogos, neuropsicólogos e psicopedagogos, para avaliação de rastreio de transtorno do espectro autista em crianças, adolescentes e adultos.
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PEI – PLANO DE ENSINO INDIVIDUALIZADO PARA ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
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O PEI pode contribuir para o progresso educacional de uma criança e adolescente com o Transtorno do Espectro do Autismo. Com o PEI, é possível criar um plano que ajude a pessoa com TEA a se desenvolver de várias maneiras – tanto as questões acadêmicas, as sociais quanto as comportamentais. Um PEI que é apropriado para uma criança com autismo pode não dar certo para outra.
Dessa forma, a criança aprenderá novas habilidades que serão úteis para o dia a dia e para sua formação acadêmica, como adição ou subtração. Também desenvolverá habilidades como interagir com os colegas durante as atividades em grupo. E poderá adquirir novos mecanismos de defesa, como saber pedir ajuda e ter comportamentos considerados socialmente aceitáveis (deixar de gritar ou ser menos agressivo, por exemplo). E a criança também aprende a trabalhar suas habilidades motoras como a escrita.
Com o tempo, e dependendo do grau de autismo, algumas crianças podem assumir maior responsabilidade e participar mais ativamente no seu plano de ensino e contribuir para atingir seu potencial educacional. Os pais devem participar ativamente da educação de seus filhos com TEA e dizer quais são as suas principais preocupações sobre sua educação, os pontos fortes, necessidades e interesses da criança e deixar claro o que não funcionou até agora. É importante que a criança receba uma educação apropriada e se beneficie dela para a vida toda.
A ausência de laudo médico possibilita a matrícula do aluno no AEE, visto que não é documento obrigatório para tal procedimento, mas é complementar, quando a avaliação no contexto escolar precisar comprovar uma especificidade, recorrerá ao especialista.
O importante é atender os direitos dos alunos com uma educação de qualidade e não ser suprimido pelo fato de não ter laudo médico.
Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC/2008), essa área educacional constitui-se “em modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, […] promovam a acessibilidade, eliminando, assim, as barreiras que possam dificultar ou obstar o acesso, a participação e a aprendizagem,” este é o parecer da Nota Técnica Nº 04/2014/MEC/SECADI/DPEE.
Um PEI deve incluir os seguintes aspectos:
a)Comunicação
b)Linguagem
c)Social
d)Interação entre pares
e)Recreação
f)Comportamentos interferentes
g)Comportamento adaptativo
h)Hábitos de trabalho, incluindo a atenção, distração e organização
i)A equipe escolar que planeja o PEI deve incluir os pais na criação das metas para o aluno.
j)Os dados devem ser coletados para determinar a aquisição e para análise na tomada de decisões programáticas.
Há sete componentes básicos que devem ser considerados em um Plano de Ensino Individualizado mensurável, eles respondem às perguntas: quem, o que, como, onde, quando, com e qual.
1.Quem – o nome do aluno
2.O que – habilidade específica ou comportamento será alcançado? (Usar comunicação alternativa, tecnológica);
3.Como – Em que nível ou de que maneira a habilidade será alcançada? (Para pedir comida e bebida, ir ao banheiro);
4.Onde – Onde a habilidade será alcançada? Considere a configuração em qual a habilidade deve ser dominada. A habilidade está sendo ensinada em um ambiente individual e independente ou habilidade ser dominada em todas as configurações?
5.Quando – quando a habilidade será alcançada? (até o final do primeiro trimestre);
6.Com – Com que nível de sucesso? (pelo menos x vezes durante o dia);
7.Qual – medida será usada para medir o progresso (planilhas ou lista de verificação, com observação do professor (a)
Uma Avaliação Psicoeducacional no contexto escolar deve levar em consideração as orientações pedagógicas a serem avaliadas:
a) Acuidade visual
b) Áreas do Desenvolvimento (psicomotor, cognitivo, socioafetivo)
c) Estratégias, ritmo e estilo de aprendizagem utilizados pelo aluno
d) Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
e) Conhecimentos tácitos que o aluno manifesta na sala de aula, assim como as dificuldades/necessidades individuais, em relação aos novos conteúdos de aprendizagem
f) Área do Conhecimento (leitura, escrita, produção de texto, oralidade e conceitos e conteúdos matemáticos)
g) Metodologia utilizada pelo professor nas intervenções pedagógicas em sala de aula
O PEI é um documento que oferece um planejamento dinâmico que com execução bem-sucedida colaborará imensamente para a inclusão escolar e para o desenvolvimento do aluno.
Fontes:
https://www.autismspeaks.org/sites/default/files/2018-08/IEP%20Guide.pdf
https://www.webmd.com/brain/autism/individualized-education-programs-ieps-for-autism#1
Adaptação do modelo PEI de Romeu Kazumi Sassaki, 1999.
The Individual Education Program (IEP), manual compilado pela Northern California Coalition for Parent Training and Information (NCC), s/d.
https://www.abamais.com/wp-content/uploads/2019/07/modelo-pei-plano-educacional-individualizado.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf
Agendamento para consulta presencial ou consulta de psicoterapia on-line:
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Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
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Respostas de 6
parabéns muito útil e esclarecedor os direitos das crianças
Bom dia! Claudete
Muito obrigada pelos gentis comentários.
Um abraço carinhoso e inclusivo.
Att.
Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
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Quem dentro da escola é responsável pela elaboração do PEI?
Boa tarde! Erika
Segundo a nota Técnica do Senado- MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.025, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2020
§6° Com base na avaliação do estudante, deverão ser definidas as orientações
de adaptação de atividades e ou de avaliações de que trata o inciso VII, que deverão
abranger as necessidades de ajustes nas atividades regulares de ensino e de avaliação,
para melhor se conformarem às necessidades especiais dos educandos com
deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades ou superdotação.
§7° A elaboração do PEI deverá ser feita por equipe multidisciplinar de
atendimento especializado, devidamente habilitada e qualificada, com base em
protocolos cientificamente validados, com a participação do educando, sempre que
possível, e de seus pais ou responsáveis.
§8° O PEI não poderá ser posto em execução sem a anuência dos pais ou
responsáveis e do próprio educando, sempre que possível.” (NR)
Fonte:
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8921974&ts=1618945764007&disposition=inline
Um abraço carinhoso e inclusivo.
Att.
Marina S. R. Almeida
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Conteúdo muito precioso…bem elaborado…
Boa tarde! Nadir
Agradeço seu gentil comentário!!!
Um abraço carinhoso e inclusivo.
Att.
Marina S. R. Almeida
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