EMPATIA E CONEXÃO NOS RELACIONAMENTOS COM PESSOAS AUTISTAS

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Pessoas autistas são totalmente capazes de formar conexões profundas e empáticas, apesar dos equívocos comuns em torno do autismo. Pesquisas indicam que, embora adultos autistas possam experimentar níveis elevados de solidão em comparação com seus pares, eles podem se conectar com os outros em um nível emocional. É importante que ambos os parceiros cultivem a empatia, o que pode ser alcançado.

No entanto, muitas pessoas autistas encontram desafios para entender dicas sociais, o que pode levar a interpretações errôneas dos sentimentos de seus parceiros. Eles podem ter dificuldade para ler expressões faciais irritadas ou tons de voz, muitas vezes resultando em mal-entendidos. Para melhorar as conexões empáticas, ambos os parceiros devem praticar a paciência e esclarecer as intenções quando necessário.

Também é importante cada um dos parceiros neurotípico e pessoa autista procure ajuda de psicoterapia individual (Terapia Cognitiva Comportamental ou Psicanálise online ou presencial).  A indicação de Terapia de Casal é bem-vinda quando a pessoa autista já desenvolveu um pouco sua capacidade de habilidades socioemocionais em sua psicoterapia individual.

GERENCIANDO INTERESSES ESPECIAIS E PROBLEMAS SENSORIAIS

Pessoas autistas geralmente têm paixões fortes por interesses específicos, o que pode adicionar profundidade aos relacionamentos, mas também apresentar desafios. Seu entusiasmo pode, às vezes, levar seus parceiros a se sentirem secundários a esses interesses. Esse fenômeno, conhecido como “info-dumping”, ocorre quando um indivíduo compartilha detalhes excessivos sobre sua paixão, potencialmente sobrecarregando seu parceiro.

Além disso, problemas sensoriais podem representar desafios significativos em relacionamentos românticos e não românticos. Fatores como sons, texturas ou certos ambientes podem provocar desconforto, levando à frustração.

Ao focar na empatia, na comunicação e no gerenciamento de interesses e sensibilidades sensoriais, indivíduos autistas e seus parceiros podem construir relacionamentos mais fortes e gratificantes.

INSIGHTS DE PESQUISA SOBRE RELACIONAMENTOS AUTISTAS

Um estudo em cinco países em 2019 descobriu que cerca de 80% do autismo é transmitido geneticamente, confirmando vários estudos anteriores.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças – EUA, cerca de 1 em 39 crianças é identificada com transtorno do espectro autista. No entanto, o apoio ao autismo é quase exclusivamente focado em crianças e seus cuidadores, geralmente ignorando o fato de que essas crianças crescem e se tornam adultos autistas.

Muitas se casam, têm carreiras e, posteriormente, passam despercebidas sem serem diagnosticadas. Entender a dinâmica dos relacionamentos envolvendo indivíduos autistas é essencial para abordar a questão.

Vários estudos fornecem insights valiosos sobre a satisfação no relacionamento e as características únicas de pessoas autistas em conexões românticas.

ESTUDOS DE SATISFAÇÃO EM RELACIONAMENTOS COM PESSOAS AUTISTAS

Pesquisas demonstraram que a responsividade do parceiro é um preditor significativo da satisfação do relacionamento para parceiros autistas e neurotípicos. Essa descoberta enfatiza a importância da compreensão e do apoio mútuos para aumentar a satisfação do relacionamento.

Um estudo destacou que algumas pessoas autistas relataram níveis mais altos de satisfação sexual e satisfação no relacionamento em comparação com seus parceiros neurotípicos em relacionamentos de longo prazo. Nesta pesquisa todos os participantes eram nível 1 de suporte e tinham os apoios de suporte terapêuticos (psiquiátrico, psicoterapia, terapia ocupacional e faziam atividades desportivas).

INSIGHTS SOBRE TRAÇOS AUTISTAS EM RELACIONAMENTOS

Pessoas autistas frequentemente enfrentam desafios únicos ao estabelecer conexões românticas, particularmente ao interpretar sinais sociais (emoções e expressões faciais) e interagir socialmente em encontros afetivos. No entanto, eles possuem a capacidade de formar relacionamentos fortes e se conectar com parceiros em um nível empático.

Estudos mostram que, embora indivíduos autistas possam experimentar níveis mais altos de solidão, eles estão igualmente interessados ​​em relacionamentos românticos como suas contrapartes neurotípicas.

Pessoas autistas frequentemente praticam habilidades de relacionamento com amigos e parentes, que podem aplicar efetivamente em situações românticas. Essa adaptabilidade indica seu potencial para superar desafios sociais e construir relacionamentos gratificantes.

Esses insights enriquecem a compreensão sobre as pessoas autistas se casam, apontando para suas capacidades em desenvolver conexões significativas, apesar de enfrentarem certos obstáculos no cenário de namoro.

Explorar esses aspectos ainda mais contribui para quebrar estereótipos associados ao autismo e aos relacionamentos.

Fontes:

https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/2737582?guestAccessKey=d82b0145-f179-48bd-91bb-f77865732c3c&utm_source=For_The_Media&utm_medium=referral&utm_campaign=ftm_links&utm_content=tfl&utm_term=071719

https://www.mastermindbehavior.com/post/do-autistic-people-get-married

https://www.ncbi.nlm.nih.gov

https://www.focusonthefamily.com

https://www.kennedykrieger.org

 ​​https://autismspectrumnews.org

https://www.iidc.indiana.edu

https://www.thetreetop.com

Marina da Silveira Rodrigues Almeida – CRP 06/41029

Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga, Especialista em pessoas adultas Autistas (TEA), TDAH, Neurotípicos e Neurodiversos.

Psicanalista Psicodinâmica e Terapeuta Cognitiva Comportamental

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