PESSOAS AUTISTAS SUAS EXPRESSÕES NA DIVERSIDADE CULTURAL

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento de indivíduos em diferentes graus.

A arte, em suas diversas formas, tem se mostrado uma poderosa ferramenta de expressão e inclusão para pessoas com TEA.

Este artigo explora como pessoas com autismo podem se expressar nas diversas formas da linguagem artística bem como suas representações sociais, afetivas e culturais associadas.

1. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Arte

O TEA é caracterizado por desafios na comunicação social e comportamentos repetitivos ou restritivos. Cada indivíduo no espectro é único, apresentando uma gama variada de habilidades e dificuldades.

A compreensão das nuances do TEA é fundamental para promover a inclusão e o respeito.

A arte de forma geral é um espaço potencialmente criativo e de saúde mental, pode representar para as pessoas autistas um espaço de expressão individual, coletivo, de protesto, inclusão, de troca, pertencimento, resistência, denúncia, emancipação.

Pode ainda ser um lugar de transformação, de uma estética que funda seus pilares subjetivos e coletivos, expressando sua maneira de ser, estar, perceber o mundo, e ser o protagonista no mundo de sua própria história.

A importância da arte e da cultura no mundo moderno, se destaca nos seguintes aspectos cruciais: o impacto da tecnologia na produção e consumo de arte, a influência da diversidade cultural e inclusão na arte contemporânea, e o papel da arte como agente de mudança social.

Cada um desses tópicos representa um dos aspectos entre a interação entre arte, cultura e sociedade que define o cenário artístico atual e garantidos por amparo legais:

  • Constituição Federal 1988
  • LEI Nº 12.764/2012. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – Lei Berenice Piana.

O Seminário em 2021 Afetos, Autismos, Artes, realizado pela Associação Educativa e Cultural Teatro Boca Rica, com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, por meio da Lei Aldir Blanc/2020 foi uma iniciativa muito importante.  A proposta dos debates foi contribuir com a formação e troca de experiências entre artistas e profissionais que cotidianamente tratam do encontro entre artes e autismo, seja no seu trabalho, de forma lúdica ou em família.

Necessidade de curadoria – existem pesquisadores, profissionais, como terapeutas, profissionais da saúde, artistas que apostam e abrem espaços para pessoas autistas se expressarem na dança, teatro, performance, cosplay, música, compositores, musicistas, cantores, cinema, mídias sociais, youtubers, influencers, artes plásticas, artes visuais, poesia, escritores, ilustradores, produção de gibis, mangás, grafite, murais de rua, audiovisuais, artesanato, outros

Infelizmente poucos se debruçam na pesquisa em relação entre os campos, arte e autismo, e suas conexões criativas, técnicas, metodológicas, éticas, afetivas, comunicativas e sociais.

Arterapia e Terapia Ocupacional – ainda são áreas escassas nas pesquisas teóricas sobre a arte (dança, teatro, música, pintura) como prática artística com pessoas no espectro.

Os caminhos desenvolvidos com pessoas autistas, sejam eles artísticos, pedagógicos, terapêuticos, ou independentes, trilham perspectivas diversas e por isso é tão importante compartilhar essas práticas e dos resultados positivos alcançados.

Ampliar espaços de discussão de inclusão social em vários campos do conhecimento, educação, saúde, arte, família, sexualidade, trabalho, lazer etc.  

Necessidade de incentivos de políticas públicas e iniciativa privada, encontros, exposições, grupos, fóruns, feiras e seminários são modos de produção democrática e de escuta do protagonismo das pessoas autistas.

Diversidade cultural contemporânea e inclusão permite as pessoas autistas – melhorem sua identidade como pessoa autista, autoestima, amor-próprio, sentimento de pertencimento, voz, visibilidade, recursos financeiros, habilidades sócio comunicacionais, possibilidade de trocas compartilhadas, representatividade e consciência da diversidade humana etc.  A sociedade moderna é caracterizada pela interconexão global, levando à fusão de culturas e à celebração da diversidade.

Democratização, arte e tecnologia da produção artística permitiram que artistas emergentes encontrassem voz e visibilidade, enquanto os consumidores de arte agora podem explorar uma vasta gama de obras sem sair de casa, trabalho home office.

No entanto, essa revolução tecnológica também trouxe desafios, como a luta pela autenticidade e a proteção dos direitos autorais em um mundo digital em constante evolução.

A diversidade cultural e a inclusão desempenham um papel central na arte contemporânea. Muitos artistas modernos estão usando suas criações para abordar questões sociais importantes, como racismo, discriminação de gênero, exclusão social e desigualdades econômicas.

A arte contemporânea está desafiando estereótipos e preconceitos, promovendo a empatia e a compreensão mútua. Ela transcende fronteiras culturais e linguísticas, conectando pessoas por meio de emoções e ideias compartilhadas.

A arte como um veículo de inclusão tem o poder de transformar mentalidades e promover a aceitação das diferenças através da representação autêntica.

As artes visuais, como pintura, desenho e escultura, são formas poderosas de expressão para indivíduos com TEA.

Muitos encontram na arte uma maneira de comunicar emoções e pensamentos que podem ser difíceis de verbalizar.

Artistas como Stephen Wiltshire e Iris Grace Halmshaw ganharam reconhecimento mundial por suas obras, destacando o talento e a visão única de indivíduos com TEA.

2.2 Música

A música é outra forma de arte que ressoa profundamente com muitos indivíduos no espectro. Alguns possuem habilidades musicais extraordinárias, enquanto outros encontram conforto e conexão emocional através da música.

O renomado pianista Derek Paravicini, por exemplo, é cego e tem TEA, mas suas performances são mundialmente aclamadas.

2.3 Teatro e Dança

O teatro e a dança oferecem oportunidades para explorar emoções, interações sociais e expressão corporal.

Programas de teatro inclusivo, como o Teatro da Inclusão, permitem que indivíduos com TEA participem de produções teatrais, desenvolvendo habilidades sociais e autoexpressão.

3. Representações Sociais nas Artes

3.1 Inclusão e Visibilidade

A representação de indivíduos com TEA nas artes é crucial para aumentar a visibilidade e promover a inclusão. Filmes, séries de TV e documentários têm abordado o TEA, destacando as experiências e desafios enfrentados.

Produções como “Atypical” e “O Contador” ajudam a desmistificar o TEA e a fomentar uma maior compreensão.

3.2 Sensibilização e Educação

As artes também desempenham um papel vital na sensibilização e educação do público sobre o TEA. Exposições de arte, concertos e peças teatrais podem servir como plataformas para compartilhar histórias e perspectivas, promovendo empatia e apoio à comunidade autista.

4. Impactos Afetivos da Arte

4.1 Autoexpressão e Empoderamento

A arte oferece uma saída poderosa para a autoexpressão e o empoderamento de indivíduos com TEA.

Através da criação artística, eles podem explorar e comunicar suas emoções, fortalecer a autoestima e encontrar um sentido de identidade.

4.2 Terapia e Bem-Estar

A Arterapia é uma abordagem terapêutica eficaz para indivíduos com TEA. Ela utiliza a criação artística como uma forma de melhorar a saúde emocional e mental, proporcionando um espaço seguro para a expressão e processamento de emoções.

5. Impactos Culturais das Representações Artísticas

5.1 Diversidade Cultural

As representações artísticas do TEA refletem a diversidade cultural e contribuem para uma sociedade mais inclusiva e plural.

Ao celebrar as habilidades e talentos únicos dos indivíduos com TEA, a arte ajuda a promover uma maior aceitação e respeito pelas diferenças.

5.2 Mudança de Paradigmas

As representações artísticas também têm o poder de mudar paradigmas culturais sobre o TEA. Elas desafiam estereótipos e preconceitos, apresentando narrativas que destacam a complexidade e a humanidade dos indivíduos no espectro autista.

6. Exemplos de Iniciativas Artísticas Inclusivas

6.1 Exposições de Arte Inclusiva

Exposições de arte inclusiva, como a “Autism Art” em Londres, apresentam obras de artistas autistas, oferecendo uma plataforma para que suas vozes sejam ouvidas e celebradas.

Essas exposições promovem a inclusão e o reconhecimento do talento artístico.

6.2 Projetos Musicais e Concertos

Projetos musicais como a “Orquestra de Pessoas com Autismo” criam oportunidades para músicos autistas se apresentarem em público, mostrando suas habilidades e construindo confiança.

Esses projetos também sensibilizam o público sobre o potencial artístico de indivíduos com TEA.

6.3 Programas de Teatro Inclusivo

Teatros e grupos de teatro inclusivos, como o “Blue Apple Theatre” no Reino Unido, oferecem treinamento e oportunidades de performance para atores com TEA.

Essas iniciativas promovem a inclusão social, o desenvolvimento de habilidades e a expressão artística.

Conclusão

A arte desempenha um papel fundamental na vida de indivíduos com TEA, oferecendo uma poderosa ferramenta de expressão, inclusão e empoderamento.

As diversas formas de arte permitem que talentos únicos sejam reconhecidos e celebrados, promovendo uma maior compreensão e aceitação do TEA na sociedade. Através da representação nas artes visuais, música, teatro e dança, podemos criar uma sociedade mais inclusiva, onde as diferenças são valorizadas e respeitadas.

Este artigo busca oferecer uma visão abrangente das interseções entre o Transtorno do Espectro Autista e as diversas formas de arte, destacando as representações sociais, afetivas e culturais associadas.

Fonte:

https://www.unicep.edu.br/post/conhe%C3%A7a-o-impacto-da-arte-e-cultura-na-sociedade-contempor%C3%A2nea

A Psicóloga e Neuropsicóloga Marina da Silveira Rodrigues Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista em homens e mulheres.

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