Neste artigo publicado em outubro de 2021, relatamos um estudo de história oral que documenta a vida de adultos autistas na Austrália.
Este estudo qualitativo, coproduzido com pesquisadores autistas, oferece uma visão sobre as experiências vividas de adultos autistas diagnosticados no meio da vida adulta.
A metodologia de história oral foi utilizada para compreender as experiências de adultos autistas que cresceram em uma era antes do autismo ser conhecido. Os 26 entrevistados nasceram antes de 1975, recebendo um diagnóstico clínico de autismo após os 35 anos.
Todas as entrevistas foram conduzidas por pesquisadores autistas, transcritas e analisadas tematicamente por uma equipe de pesquisadores autistas e não autistas usando o processo de seis etapas delineado por Braun e Clarke.
Identificamos quatro temas relacionados às percepções de si mesmo: ser diferente, explorar a identidade, o eu sofredor e ser autista.
Alguns entrevistados relataram relação direta entre trauma, auto concepções negativas e sofrimento.
Para a maioria, o diagnóstico formal teve impactos positivos no senso de identidade, contribuindo para um maior enfoque nos pontos fortes.
Contra pesquisas que sugerem deficiências autistas na autoconsciência, esses entrevistados demonstraram uma profunda capacidade de autorreflexão, destacando a variabilidade das vidas autistas e os contextos sócio-históricos que moldam as biografias individuais, incluindo experiências de estigma e discriminação, bem como o potencial de empoderamento de se identificar como autista.
Usando métodos de história oral, entrevistamos e gravamos 26 adultos autistas na Austrália sobre sua história de vida. Queríamos entender melhor as autorreflexões dos entrevistados sobre suas vidas.
Os entrevistadores eram pesquisadores autistas e as entrevistas foram analisadas por pesquisadores autistas e não autistas. Todos os adultos que entrevistamos nasceram antes de 1975 e foram formalmente identificados como autistas após os 35 anos.
Esse grupo de pessoas às vezes é chamado de ‘adultos autistas com diagnóstico tardio’. Em geral, não há muitas pesquisas feitas sobre adultos autistas e ainda menos se sabe sobre aqueles diagnosticados em idade avançada.
Neste artigo, exploramos o que esses adultos disseram sobre seu senso de identidade e como isso mudou com o tempo. Esses adultos autistas nos contaram sobre muitas experiências negativas, incluindo traumas, que moldaram a forma como eles pensam sobre si mesmos.
Para a maioria, o diagnóstico de autismo teve um impacto muito positivo em seu senso de identidade, permitindo que entendessem mais sobre seu próprio passado e se sentissem bem com sua identidade autista.
Anteriormente, alguns pesquisadores disseram que as pessoas autistas têm um senso de identidade limitado ou prejudicado.
Em vez disso, nossos resultados mostram que algumas pessoas autistas podem realmente refletir profundamente sobre suas vidas e sua mudança de senso de identidade ao longo do tempo.
Fonte:
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga Marina Almeida, oferece supervisão clínica para profissionais psicólogos, neuropsicólogos e psicopedagogos, para avaliação de rastreio de transtorno do espectro autista em crianças, adolescentes e adultos.
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Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista
Licenciada no E-Psi pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento de Psicoterapia on-line
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