Como os casamentos neurodiversos, as interações entre irmãos neurodiversos podem ser repletas de problemas quando as perspectivas, estilos de comunicação, opções de vida e interesses são extremamente divergentes e há pouco entendimento compartilhado ou semelhança. Isso pode levar a um relacionamento distante ou mesmo estranho com pouca interação. É claro que esse tipo de evento pode ocorrer em qualquer família, mas muitas vezes ouço esses tipos de histórias no que chamo de “Unidades Irmãs do Neurodiverso”.
Quero acrescentar aqui que também tenho visto irmãos neurodiversos que são muito próximos uns dos outros e que dão muito apoio, independentemente da frequência do contato. Vejo isso especialmente em unidades onde há mais de um membro com perfil de Asperger / autismo ou onde a neurodiversidade é comum na família. Isso geralmente traz um ajuste básico e um entendimento entre os irmãos.
É claro que, ao contrário dos parceiros neurodiversos que se escolhem, as unidades irmãs não são formadas por escolha. Mas os irmãos podem escolher como abordar e valorizar seu relacionamento. Isso é difícil se houver uma incompatibilidade no que cada pessoa gostaria, mas uma motivação compartilhada para melhorar o relacionamento pode se tornar uma conexão mais próxima. Nem todo grupo de irmãos pode ser capaz de encontrar um caminho a seguir, mas em algumas circunstâncias, mesmo que uma pessoa esteja disposta a assumir a liderança, um progresso significativo pode ser feito. Portanto, vamos examinar os desafios únicos das unidades de irmãos do neurodiverso e algumas sugestões sobre como ambos os irmãos podem estruturar as interações e a comunicação para evitar o estranhamento ou até mesmo se reunir.
Entenda que pode haver sentimentos residuais de raiva e ressentimento que sobraram da infância. Às vezes, as percepções do passado podem ser completamente diferentes para os irmãos, como se eles tivessem crescido em famílias diferentes. Isso pode ser particularmente verdadeiro se o irmão com perfil de Asperger/Autismo/TEA não foi diagnosticado até a idade adulta. O ressentimento pela desigualdade de atenção, amor, disciplina e expectativas (reais ou percebidas) pode ser sentido tanto por irmãos neurotípicos quanto autistas. Os anos de incompreensão podem ter criado sentimentos arraigados para cada membro da família que podem precisar ser reexaminados. Esteja ciente desses sentimentos e entenda que outros irmãos podem ter um ponto de vista completamente diferente sobre a história da família. Reconhecer e abandonar a raiva impedirá que futuras interações sejam obscurecidas pelo passado.
Estabeleça uma comunicação clara e regular, mas também seja compreensivo. Descubra a melhor modalidade de comunicação para todos os irmãos e alimente o relacionamento com o contato regular, mas lembre-se de ser compreensivo. Muitos irmãos nesse espectro têm problemas de funcionamento executivo ou ansiedade, o que pode tornar o contato mais difícil. Eventos inesperados ou as demandas da vida podem interferir. Não presuma que o motivo da falta de resposta ou comunicação de alguém é porque essa pessoa não se importa.
Observe com atenção como vocês se comunicam. Evite culpas e acusações quando confrontado com diferenças de comportamento ou escolhas de vida. Não discuta coisas que vão trazer conflitos desnecessários. Tente não dispensar a outra pessoa. Seja compreensivo e apoie até mesmo em pequenas coisas ou em áreas que podem não ser tão importantes para você.
Aprendam uns com os outros. A chave aqui é realmente ouvir. Já mencionei que as percepções podem ser muito diferentes e é fácil cair nas suposições umas sobre as outras. Irmãos neurotípicos podem sentir que seu irmão autista é desinteressado ou focado em si mesmo, ou irmãos nesse espectro podem pensar que tudo vem facilmente para seus irmãos neurotípicos. Essas coisas podem não ser verdade. Limpe as ideias preconcebidas e ouça diretamente uns dos outros.
Navegue pelas diferenças de necessidade com respeito. Tente não ficar com raiva se alguém for incapaz de retribuir, se comportar ou responder da maneira que você deseja. Às vezes, ser direto e esclarecer as expectativas pode ajudar. Se você quiser uma ligação ou um cartão no seu aniversário, seja explícito. Se os abraços o deixarem desconfortável ou as reuniões familiares barulhentas forem difíceis, comunique isso ao seu irmão. Seja compreensivo se seu irmão se esquecer e lembre-o com paciência. Sempre que possível, encontre um meio-termo ou meio-termo que respeite as necessidades de todos.
Às vezes, uma perspectiva externa não envolvida pode ajudar. Se os sentimentos dominaram o relacionamento ou a comunicação parece ser paralela em vez de interativa, use um terceiro neutro, como um terapeuta. Deve ser alguém que entenda a neurodiversidade e possa ver os problemas por meio de ambas as lentes.
Não importa a história, é importante manter a mente aberta de que as coisas podem mudar e melhorar. Ao abandonar a raiva, mostrar flexibilidade e aceitar diferentes escolhas de vida e comportamentos, os irmãos podem dar os primeiros passos juntos para formar um relacionamento mais forte.
Fonte: https://www.aane.org/adult-sibling-relationships/
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Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista
Licenciada no E-Psi pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento de Psicoterapia on-line
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