CÂNCER INFANTIL E IMPLICAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS

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O câncer infantil ou neoplasia na infância é a manifestação de tumores malignos ou neoplasias, isto é, conjuntos de células transformadas que têm propriedades anormais no controle normal da divisão, crescimento e diferenciação celular.

Existem determinados sinais e sintomas que estão associados especificamente a alguns tipos de câncer, nomeadamente, febre recorrente acompanhada por dores nos ossos, facilidade em ter infecções, palidez e hemorragias podem fazer suspeitar de leucemia. O crescimento e divisão celulares deixam de ser regulado por sinais externos, passando a ser autônomos e descontrolados, e os tumores passam a ter capacidade de invadir os tecidos circundantes, comprimindo-os e danificando-os.

Por outro lado, as células cancerosas não maturam, ou seja, não chegam a diferenciar-se. Por isso, deixam de ser capazes de realizar qualquer atividade benéfica para o organismo. Quando alcançam os vasos sanguíneos ou linfáticos prolifera pelo organismo através de um processo chamado metástase. Este processo caracteriza-se por se espalharem forma de pequenos aglomerados através da circulação sanguínea e linfática, vindo a instalar-se mais tarde num novo tecido ou órgão, estabelecendo aí um tumor secundário. Desta forma, um tumor isolado pode alastrar no organismo inteiro.

O aumento da taxa de sobrevivência no câncer infantil nos últimos 30 anos tem conduzido a uma maior atenção sobre a qualidade de vida, as implicações biopsicossociais e os efeitos tardios consequentes da doença e tratamentos nos sobreviventes.

Estas complicações a médio e longo prazo nos sobreviventes de câncer infantil podem ter implicações diversas, nomeadamente no crescimento e desenvolvimento da criança, nas funções cardiopulmonares, na regulação endócrina, nas funções renais e gastrointestinais, na configuração musculoesquelética e nas funções cognitivas.

Do ponto de vista dos déficits neurocognitivos evidenciados em crianças diagnosticadas com tumores cerebrais, visando-se a sua caracterização ao nível dos diferentes domínios cognitivos, natureza, extensão e intensidade com que se manifestam.

As disfunções cognitivas nos pacientes pediátricos oncológicos merecem cada vez mais uma atenção particular, na medida em que o diagnóstico quer os tratamentos subsequentes podem ter um impacto bastante negativo na funcionalidade e autonomia da criança ou adolescente e nas percepções parentais acerca das implicações da realidade da doença.

No caso específico dos tumores cerebrais, independentemente da localização ou histologia do tumor, as crianças sobreviventes podem apresentam défices intelectuais, mesmo quando não há malignidade e a necessidade de intervenção terapêutica é reduzida.

Todavia, quando se confirma a malignidade, estamos na presença de um acréscimo dos fatores de risco resultantes das complicações neurológicas potenciais destes canceres e da neurotoxicidade dos tratamentos implementados.

Algumas das variáveis que têm vindo a ser alvo de maior atenção e consenso enquanto potenciais de risco são as seguintes: a histologia e localização do tumor, o tipo de tratamentos (cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia), a dosagem dos mesmos, a hidrocefalia, as complicações pós-operatórias e outros dados clínicos, o sexo, a idade ao diagnóstico, a extensão das lesões e o hiato de tempo entre o diagnóstico e as avaliações neuropsicológicas.

Marina S. R. Almeida

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

CRP 41029-6

INSTITUTO INCLUSÃO BRASIL

(13) 34663504

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