A parentalidade de pessoas autistas e/ou com TDAH em adultos requer abordagens práticas que integrem rotinas estruturadas, ajustes sensoriais e comunicação clara.
Revisões de práticas baseadas em evidências científicas apontam intervenções específicas que melhoram funcionamento diário e qualidade de vida quando adaptadas ao contexto familiar.
DICAS PRÁTICAS PARA ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA
- Organize rotinas visuais (quadros, checklists) para tarefas diárias: higiene, alimentação, sono e compromissos.
- Use timers e passos escritos para reduzir ansiedade e aumentar autonomia; pequenas vitórias diárias reforçam autoestima.
- Para habilidades domésticas, dividir tarefas em etapas e treine com reforço positivo; adapte o ambiente (iluminação, ruído) para reduzir sobrecarga sensorial.
- Para crianças e adolescentes sob cuidado de pais neurodiversos, padronize transições (ex.: “5 minutos até o banho”) e combine sinais visuais/sonoros. Ensine estratégias de regulação (respiração, pausa sensorial) e crie “zonas seguras” em casa para recuperação após meltdowns ou shutdowns. Essas práticas favorecem previsibilidade e reduzem conflitos.
- Rotinas visuais, checklists e timers aumentam autonomia e reduzem ansiedade em tarefas diárias (higiene, sono, alimentação).
- Para crianças e jovens adultos, programas que fortalecem parenting self‑efficacy (ex.: treinamento em observação, reforço, empatia e acompanhamento) demonstraram ganhos em competência parental e bem‑estar.
- Em casa, zonas seguras e de silêncio, kits de autorregulação (fones, objetos de conforto, estratégias de respiração) ajudam a prevenir e manejar shutdowns e meltdowns.
MELHORANDO O RELACIONAMENTO CONJUGAL
Pessoa típica + neurodiversa: estabeleçam acordos explícitos sobre tarefas, comunicação e tempo de recarga. Use “contratos” semanais para dividir responsabilidades e prever momentos de descanso; combine sinais para pedir pausa sem escalada emocional. Priorize encontros regulares de conexão (mesmo 20 minutos semanais) com foco em interesses compartilhados.
Neurodiverso + neurodiverso: reconheçam diferenças sensoriais e estilos de comunicação; criem rotinas conjuntas que respeitem os ritmos de cada um. Negocie sinais de sobrecarga e estratégias de reparação após conflitos. Terapia de casal com profissional familiarizado em neurodiversidade pode ensinar técnicas de comunicação não violenta e negociação de limites.
Comorbidades e desafios clínicos: Autismo e TDAH frequentemente coexistem com ansiedade, depressão, distúrbios do sono e problemas alimentares; essas comorbidades complicam rotina, trabalho e parentalidade.
Intervenções para sono (incluindo melatonina e CBT‑I adaptada) mostram resultados promissores em revisão recente, mas exigem personalização e acompanhamento médico.
É fundamental avaliar e tratar com abordagem multidisciplinar, priorizando intervenções que reduzam sintomas que mais impactam a vida diária (sono, regulação emocional, atenção).
Buscar ajuda terapêutica psicoterapia individual para cada um dos parceiros, apoio de terapia de casal ou orientações psicológicas de manejos. Mas para isso será necessário ter o diagnóstico oficial de TEA ou TDAH e presença das comorbidades presentes, para melhor intervenção do plano terapêutico assertivo.
As famílias relatam sobrecarga e necessidade de redes de apoio para manter saúde mental do núcleo familiar.
MANEJO COM FILHOS, TRABALHO, SEXUALIDADE E LAZER
No manejo com filhos, combine limites claros com flexibilidade sensorial; use reforço positivo e planejamento prévio para eventos.
No trabalho, negocie adaptações razoáveis (horários, ambiente) e estratégias de organização.
Sobre sexualidade, promova educação sexual adaptada, consentimento e limites; profissionais devem abordar intimidade sem estigmas. Incentive lazer estruturado e hobbies que favoreçam regulação e conexão social. A sexualidade em adultos autistas é diversa; educação sexual adaptada e apoio para prevenção de vulnerabilidades são recomendados pela literatura recente.
A Psicóloga Marina Almeida CRP 06/41029, publicou dois E-books sobre “SEXUALIDADE EM PESSOAS AUTISTAS NA FASE DA ADOLESCÊNCIA” e “SEXUALIDADE EM PESSOAS AUTISTAS NA FASE ADULTA”.
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BUSCA DE AJUDA TERAPÊUTICA
Procure terapia individual e familiar com profissionais experientes em neurodiversidade; intervenções psicoeducativas e terapias baseadas em evidência devem ser priorizadas. A atuação integrada entre psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, terapia ocupacional e serviços sociais é recomendada para planos de cuidado abrangentes.
LAZER, APEGO A OBJETOS E ANIMAIS DE COMPANHIA
Atividades estruturadas e hobbies que promovam regulação (arte, exercício, interesses especiais) aumentam qualidade de vida.
O apego a objetos de conforto tem função regulatória e comunicativa; profissionais devem validar seu papel e integrar estratégias seguras de uso. Terapias assistidas por animais apresentam evidências de benefícios em comunicação e regulação, embora a qualidade metodológica varie entre estudos.
Adaptações práticas, comunicação explícita e suporte multidisciplinar são pilares da parentalidade atípica bem-sucedida. Investir em rotinas, regulação emocional e redes de apoio melhora o bem-estar familiar e a inclusão social.
Se você ou alguém que conhece precisa de suporte, a Psicóloga Marina da Silveira Rodrigues Almeida está disponível para atendimentos de avaliação neuropsicológica online para Autismo e TDAH em homens e mulheres, psicoterapia online em plataforma de Telessaúde segura e criptografada. O primeiro passo para a saúde emocional é buscar ajuda especializada.
A psicanalista e terapeuta cognitiva comportamental Psicóloga Marina Almeida realiza atendimentos presenciais e online para todo o Brasil e exterior, com foco em escuta clínica de adultos neurodiversos e típicos.
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Fontes:
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BALEKI, Juçara. Conheça a nova Política Nacional da Pessoa com TEA na vida adulta e idosa trazida pela Lei nº 15.256/2025. Portal do Andreoli, 19 nov. 2025. Disponível em: https://portaldoandreoli.com.br/autismo-direitos-e-desafios/conheca-a-nova-politica-nacional-da-pessoa-com-tea-na-vida-adulta-e-idosa-trazida-pela-lei-no-15-256-2025/. Acesso em: 29 nov. 2025.
BELLUZZO, M. et al. Sexuality, Gender Identity and Intimacy in ASD: Narrative Review. Psychiatry Int., 2025.
BRASIL. Lei n. 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Diário Oficial da União, Brasília, 28 dez. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em: 29 nov. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/t/transtorno-do-deficit-de-atencao-com-hiperatividade-tdah. Acesso em: 29 nov. 2025.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Normas e orientações sobre instrumentos psicológicos e avaliação. Brasília: CFP; (consultar site para resoluções e manuais atualizados). Disponível em: https://site.cfp.org.br/. Acesso em: 29 nov. 2025.
LEUNG, C. N. W. et al. Building Self‑Efficacy in Parenting Adult Children With ASD. Front Psychol, 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. International Classification of Diseases 11th Revision (ICD-11). Geneva: WHO, 2019. Disponível em: https://icd.who.int/. Acesso em: 29 nov. 2025.
Marina da Silveira Rodrigues Almeida – CRP 06/41029
Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga, Especialista em pessoas adultas Autistas (TEA), TDAH, Neurotípicos e Neurodiversos.
Psicanalista Psicodinâmica e Terapeuta Cognitiva Comportamental presencial ou online.
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