ESTUDANTES AUTISTAS NA UNIVERSIDADE: ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA TRANSIÇÃO PARA UNIVERSIDADE – PARTE 3

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O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento de base genética que leva a alterações do desenvolvimento ao longo da vida, afeta a forma como a pessoa se comunica e se relaciona com outras pessoas, e com o mundo que a rodeia.

O Autismo é um espectro, o que significa que afeta diferentes pessoas de formas diferentes. Uma proporção significativa de pessoas autistas possui capacidades intelectuais na média ou acima da média e são academicamente competentes, embora alguns deles tenham uma dificuldade de aprendizagem adicional.

O Autismo pode levar a modos de pensar e de se comportar que parecem rígidos ou repetitivos, dificuldades na compreensão das interações sociais, dificuldades na concentração e no processamento de informação de forma atípica.

Por outro lado, muitas pessoas autistas têm capacidades específicas, tais como conseguirem manter-se extremamente concentrados, adotar pontos de vista não convencionais na resolução de problemas ou detectar erros que outros podem ignorar.

Os pontos fortes das pessoas autistas como profissionais em certos campos são cada vez mais reconhecidos pelas empresas em todo o mundo.

DESAFIOS DOS ESTUDANTES AUTISTAS NA UNIVERSIDADE (Autism & Uni, 2023)

Os desafios dos estudantes autistas são quando não encontram apoio, acessibilidade e acolhimento, isso pode levar ao intenso estresse, desregulação, ansiedade, crises disruptivas (shutdowns e meltdowns) e depressão, por consequência acabam desistindo ou jubilando a graduação na universidade.

Vamos verificar cada área desafiadora queo estudante autista tem necessidade de acessibilidade:

O ambiente social e físico

  • Dificuldade em compreender as regras sociais, não escritas, ao interagir com tutores e colegas de estudo
  • Dificuldade em tolerar o barulho de fundo, a iluminação, multidões ou outros aspectos sensoriais do ambiente universitário
  • Lidar com o isolamento social, que muitas vezes surge quando começa interagircom a comunidade universitária

Falta de suporte adequado

  • Falta de acesso ao suporte adequado desde o início
  • Foco nos “déficits” do autismo, ao invés dos pontos fortes que os estudantes autistas podem trazer
  • Falta de consistência em ajustes razoáveis, serviços específicos para autismo e apoio pessoal

Expectativas irreais do estudante autista

  • Como é estudar na universidade
  • Conteúdo da disciplina ou curso
  • Desejar ter o mesmo desempenho com o mesmo alto padrão do Ensino Médio
  • Interesses e dedicação dos colegas

Desafios na avaliação (mesmo no domínio da matéria)

  • Dificuldade em interpretar metáforas/mensagens de atribuição ambíguos ou pouco específico
  • Falta de compreensão de por que algo precisa ser feito
  • Dificuldade em planejar estudos e revisões
  • Incerteza quanto tempo gastar em uma determinada tarefa

A transição para a vida adulta exige mais esforço

  • Sair de casa pela primeira vez
  • Gestão do tempo e estabelecimento de rotinas
  • Falta de familiaridade com autodefesa eficaz de si mesmo
  • Empoderamento dos seus direitos

TRANSIÇÃO PARA A UNIVERSIDADE

Na faculdade há uma série de mudanças de uma só vez. Além disso, a falta de estrutura pode fazer com que o estudante autista se sinta desorientado, caótico, inseguro, confuso e solitário. Você como pessoa autista pode prosperar na estrutura do Ensino Médio, mas agora, como estudante universitário, você precisará criar uma estrutura nova para si mesmo.

Outra fonte de instabilidade é a nova moradia, muitos estudantes autistas irão morar próximo da faculdade, geralmente alugam um apartamento ou dividem a moradia com mais uma pessoa para os custos não ficarem tão altos. Este fato também vai exigir novas adaptações de rotina que podem sobrecarregar a pessoa autista, se isso não for planejado com cuidado.

Opção de repúblicas com muitos estudantes universitários juntos, estão fora de cogitação para pessoas autistas, pelo fato das inúmeras variáveis de adaptação que irão encontrar, muitas pessoas novas de uma só vez, barulhos, divisão de espaço, rotinas de cuidados com a moradia, festas e tudo isso poderá ser desestabilizador ao extremo.

Algumas Universidades oferecem no campus alojamentos especiais para pessoas neurodiversas ou PCDs (pessoas com deficiências), mas é necessário verificar as disponibilidades com antecedência, se reportando a secretaria da sua faculdade.

O primeiro sentimento que um estudante autista começar a perceber é a saudade de casa, portanto será necessário construir uma nova rede social na universidade. No entanto, se você sentir ansiedade social ao conversar com novas pessoas desconhecidas, isso pode ser extremamente difícil para você. Vou propopor algumas dicas úteis para socialização inicial.

SUGESTÕES DE SOCIALIZAÇÃO

  • Afiliar-se a um clube ou organização estudantil é uma maneira fantástica de conhecer colegas com interesses e valores semelhantes. Os clubes também oferecem um horário programado para interagir com colegas em um ambiente de grupo divertido e solidário.
  • Participar de grupos de estudos, procure no Núcleo de Acessibilidade ou secretaria da universidade e verifique os grupos de estudos disponíveis.
  • Dica importante – Coletivo Autista da USP – CAUSP (Instagram @coletivoautista), criado em 12 de maio de 2021. O CAUSP foi o primeiro coletivo autista universitário do Brasil, tornou-se um espaço de acolhimento e apoio para estudantes da universidade que estão dentro do espectro. Além da organização de eventos do coletivo e de postagens informativas nas mídias sociais, a organização oferece tutorias de diversas disciplinas, mentorias de carreira para o mercado de trabalho e no meio acadêmico, assim como planos de estudo.

Gian Jardim Martinovic, estudante de Letras e fundador do Coletivo Autista da USP, contou que enfrentou dificuldades durante as aulas, como realizar trabalhos em grupo, apresentar seminários na frente da sala e fazer provas com um limite de tempo, além da interação social. “Eu sou muito tímido e tenho fobia social, então tinha dificuldade para fazer amigos. Conheci somente três pessoas autistas durante o ensino presencial, fiz mais amizades durante o ensino remoto. Eu acho mais fácil começar amizades novas através de conversas online e somente depois conhecer pessoalmente as pessoas.”

Gian contou que o coletivo é um espaço receptivo não só para autistas já diagnosticados, como também pessoas que estão em processo de investigação dessa hipótese. “Muitas pessoas entram no CAUSP somente com o autodiagnóstico ou em processo de diagnóstico. Nós trocamos dicas sobre como conseguir o diagnóstico tardio, por exemplo”, afirma. Para ele, a rede de apoio formada pelos membros do grupo é uma grande facilitadora para o autoconhecimento e a integração de autistas na comunidade universitária. Gian falou que percebeu que as pessoas se sentem menos sozinhas quando fazem parte de um grupo com mais de setenta pessoas, como é o caso do grupo do CAUSP. Muitas amizades foram formadas, e alguns relacionamentos românticos também.

A relevância do CAUSP foi reconhecida durante o 2º Prêmio Diversidade da Universidade de São Paulo, que ocorreu no dia 30 de junho de 2021, em que os membros conquistaram o primeiro lugar e ganharam um incentivo financeiro e mentorias. Depois do pioneirismo do grupo, outros institutos formaram coletivos autistas, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Univesidade Federal do Rio Grande, UNIFESP e na Universidade Federal de Alagoas. Atualmente existem mais de 20 coletivos autistas no Brasil e na Austrália nas universidades de Brisbane e Griffith.

Na Universíade do Federal do Rio Grande – FURG, dois setores de referência atuam para estimular a acessibilidade e a permanência de estudantes neurodivergentes e com deficiência: o Programa de Apoio aos Estudantes com Necessidades Específicas (Paene) e o Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas (Neai). O Programa de Apoio aos Estudantes com Necessidades Específicas (Paene), foi criado em 2010, é o setor da universidade responsável pelo acolhimento e apoio aos discentes do espectro autista, por meio do trabalho de bolsistas que realizam o acompanhamento e apoio pedagógico aos alunos necessitados, impulsionando suas capacidades acadêmicas. Outro mecanismo da universidade para tratar questões educativas para estudantes com TEA é o Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas, o Neai, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas e da Informação. O objetivo é promover acessibilidade e permanência por meio de ações desenvolvidas em seus laboratórios. O núcleo existe desde 2005. Ao todo são cinco laboratórios, mas o que estabelece maior relação com estudantes com transtorno do espectro autista é o Grupo Acessibilidade (GA). O grupo promove escutas e orientações para acadêmicos, familiares, bolsistas do Paene e professores, realizando um trabalho em conjunto com o programa, além de prestar também serviços como orientações e palestras para a comunidade.

POR QUE VOCÊ COMO ESTUDANTE AUTISTA DEVE INGRESSAR EM UM GRUPO OU ORGANIZAÇÃO NA FACULDADE?

  • Cria um ambiente social estruturado para o estudante autista.
  • Reduz a ansiedade em ter que iniciar conversas.
  • Você terá algo sobre o que falar porque compartilha um interesse com outros membros do clube.
  • Você poderá fazer novos amigos com quem poderá passar um tempo fora do ambiente do clube, por exemplo, ir a um barzinho, cinema ou teatro.
  • Todo mundo quer se sentir pertencendo em algum lugar. Ter um senso de amizade ou comunidade nos faz sentir mais felizes, mais estáveis, os amigos nos ajudam a ter uma perspectiva positiva quando estamos nos sentindo mal ou presos num racionalismo excessivo.
  • Antes de chegar ao campus, encorajo você a procurar os clubes e organizações estudantis disponíveis em seu campus. Você poderá buscar maiores informações na universidade e escolher um ou dois clubes para ingressar nas primeiras duas semanas de aula. Você poderá se sentir nervoso ao iniciar conversas. Isso é totalmente compreensível, aos poucos isso poderá ir diminuindo com o apoio de outros estudantes e interesses comuns.
  • Encontre um grupo de estudo de colegas com quem você possa se conectar. Um grupo de estudo oferece não apenas benefícios educacionais, mas também uma maneira de se conectar com seus colegas de classe. Embora isso possa deixá-lo desconfortável, lembre-se de que você terá automaticamente algo sobre o que falar nesse ambiente. Os alunos desses grupos de estudo procuram trabalhar com seus colegas para entender melhor seu curso. Você poderá ajudá-los e eles poderão ajudá-lo. Também poderá obter ajuda com seu orientador do campus, possivelmente com seus professores e seu orientador residente; se você mora nos dormitórios especiais, também são ótimos recursos para ajudá-lo a encontrar grupos de estudo em seu campus.
  • Considere ingressar também em um grupo de apoio para estudantes universitários autistas.

ALGUMAS UNIVERSIDADES NO BRASIL E NA EUROPA OFERECEM AS SEGUINTES ACESSIBILIDADES E APOIO AO ESTUDANTE AUTISTA:

  • Você poderá solicitar o Formulário – Requerimento de Acessibilidade e Apoio para estudante com necessidades educativas especiais (pessoas com deficiência, autismo, neurodiversas, dificuldades de aprendizagem, outras). Neste documento você poderá descrever suas necessidades e quais barreiras de acessibilidade precisam ser atendidas. Algumas universidade tem este acesso de requisição no próprio site, outras universidades você deverá solicitar na secretaria ou se dirigir ao Núcleo de Apoio de Inclusão.

Você poderá solicitar os seguintes apoios de acessibilidade:

  • Planos de avaliação e de apoio pelo coordenação de ensino especial e apoio ao aluno da universidade.
  • Tempo extra e uma sala separada nos exames ou entrega de trabalhos.
  • Autorização para o uso de computadores portáteis para realizar os exames escritos.
  • Clarificação dos termos ambíguos por um assistente ou tutor nos exames e nas tarefas de estudo.
  • Regime especial no alojamento de estudantes que possua um número reduzido de estudantes.
  • Software de apoio em todos os computadores da universidade, ou para uso individual.
  • Tutoria, mentoria ou acompanhamento especializado personalizado.

As Universidades poderão fazer os seguintes ajustes de acessibilidade:

  • Envolvimento extra pelos conselheiros de estudo, incluindo tempo extra atribuído ao planejamento e transmissão de informações sobre as necessidades do aluno para o pessoal docente.
  • Sessões individuais ou em grupo com consultores especializados em autismo.
  • Alternativas ou regime especial para trabalhos de grupo e apresentações orais.
  • Suporte para estágios e residência com monitoria de apoio e grupos reduzidos.
  • Mapas, imagens, fotos, direções escritas e outros apoios para ajudar o aluno autista encontrar locais de estudo, auditório, biblioteca, laboratórios, orientação de tarefas, atividades e salas de aulas.
  • Todos os slides da aula fornecidos antecipadamente pelo professor.
  • Autorização para gravar as aulas.
  • Lugares destinados com conforto e silencio que tenham computadores, impressoras e xérox.
  • Locais onde possa ser silencioso para aliviar o estresse.
  • Localização dos banheiros, refeitórios com acessibilidade.

De fato, o tutor, o mentor, o monitor, amigo-companheiro ou o acompanhante especializado tem importância no processo de inclusão do estudante autista na universidade, conforme aponta Attwood (2015) em seus estudos. O autor expõe que estudantes autistas precisam de acompanhamento no que se refere a novas convenções sociais, grades de horários das aulas, protocolo em leitura e seminários, orientação de localização no campus, além de orientação para trabalhos em grupo e nos estágios. Assim, um estudante nomeado companheiro, ou monitor, pode proporcionar uma ajuda amigável no que se refere aos protocolos e às expectativas sociais.

As universidades no Brasil, por meio dos Núcleos de Acessibilidade, oferecem a organização dos apoios solicitados pelos estudantes autistas durante o processo seletivo, a organização das bancas de validação e os bolsistas/monitores como auxílios de apoio, bem como a eliminação de barreiras de acessibilidade facilitando o acesso e permanência do aluno. Os apoios devem ser solicitados sempre pelo aluno autista através do requerimento citado acima ou ir diretamente no Núcleo de Apoio e conversar com o coordenador.

ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS PARA ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE:

  1. Barreiras Arquitetônicas: Considera-se a eliminação de barreiras em todos os ambientes físicos, internos e externos. Incluir placas e orientações para a mobilidade de pessoas autistas e PCD.
  2. Barreiras Comunicacionais: Transpõe obstáculos em todos os âmbitos da comunicação, considerada nas suas diferentes formas: falada, escrita, gestual, língua de sinais, digital, entre outras.
  3. Barreiras Metodológicas e Curriculares: Facilita o acesso ao conteúdo programático oferecido pelas instituições de ensino, ampliando estratégias de ensino e aprendizagem. São aquelas evidenciadas na ação docente, nas práticas pedagógicas em sala de aula, na adequação do material didático, nas diferentes formas de acesso ao conteúdo ministrado pelos professores em sala de aula.
  4. Barreiras Instrumentais: Possibilita a acessibilidade em todos os instrumentos, utensílios, recursos e equipamentos, utilizados na instituição de ensino e na vida diária do estudante (por exemplo, tecnologia assistiva).
  5. Barreiras Pragmáticas: Envolve iniciativas de formação profissional e social no combate ao preconceito, formas de discriminação e demais atitudes que impeçam ou dificultem o acesso aos recursos e serviços oferecidos pela sociedade, promovendo a inclusão e a equiparação de oportunidades.
  6. Barreiras Atitudinais: Extinguir todos os tipos de atitudes preconceituosas que impeçam o pleno desenvolvimento das potencialidades da pessoa com deficiência e pessoa autista. São aquelas oriundas das atitudes das pessoas diante da deficiência ou do autismo. Atitude afirmativa frente a divulgação de informações, apoio às pessoas com deficiencia e neurodiversas, isso contribui para diminuição do preconceito, estigmas e bullying.
  7. Barreiras Tecnológicas: Significa promover medidas para que todas as pessoas possam acessar e utilizar os ambientes da web e digitais com autonomia e possam perceber, entender, navegar, interagir e contribuir nesses espaços eletrônicos.
  8. Facilitadores da permanência: Ações institucionais, ações implementadas pelas universidades em prol dos estudantes com deficiência, os atendimentos diferenciados, os tipos de apoio. São caracterizados por ambientes favoráveis, espaços acessíveis, acesso ao conhecimento. Esses facilitadores permitem que os alunos desenvolvam mais atividades, e de forma melhor, participem mais da vida acadêmica da instituição e sintam-se realmente integrantes da comunidade universitária. (Castro, 2011)

MODIFICAÇÕES NA SALA DE AULA NA UNIVERSIDADE

As modificações na sala de aula envolvem vários aspectos como: a localização favorável para o aluno, como utilizar as primeiras carteiras da sala e o uso de linguagem acessível com explicações claras e objetivas. Entretanto, muitas adaptações estarão relacionadas aos comportamentos que o aluno autista apresenta e ao que é adequado para ele segundo seu próprio ponto de vista. Portanto, é importante perguntar ao aluno autista quais são suas preferências de acomodação na sala de aula.

Na rotina de trabalho pedagógico o professor precisa estabelecer vínculo com o aluno autista. Isso ocorrerá a partir de ações pedagógicas dinâmicas, colaborativas e flexíveis, com a criação de mecanismos que contribuam para a evolução do aluno em seu processo educacional e inclusivo.

COMUNICAÇÃO, DESEMPENHO, CONEXÃO AFETIVA, INTERAÇÃO SOCIAL E ESTEREOTÍPIAS

A comunicação é a primeira tarefa a ser proposta no processo de interação com estudantes autistas. Estabelecer formas de comunicação efetivas permite que este aluno possa expressar para os outros suas emoções e necessidades. É importante salientar que todo trabalho pedagógico com estudantes autistas deve ocorrer de forma a manter o equilíbrio destes alunos, reduzindo seu nível de medo, estresse, ansiedade e frustração. Por isso, conversar com o estudantes autistas e saber quais são suas necessidades e expectativas é essencial. O reforço por meio de devolutivas sobre o desempenho do aluno também é uma boa estratégia.

Cabe aos professores valorizar cada conquista do seu estudante e isso é imprescindível para o estudante autista: desenvolver confiança e conexão afetiva de segurança com o docente.

Alguns estudantes autistas apresentam comportamentos que podem ser considerados bizarros ou inadequados na sala de aula. Muitas vezes, o estudante autista não percebe ou se incomoda com eles, por exemplo as estereotipias ou comportamentos disruptivos. Vale a pena tentar estabelecer combinados com o estudante autista quanto a esses comportamentos aparerecerem, se há possibilidades de mudança, compreensão e ou formas de apoio. Estes comportamentos geralmente aparecem quando a pessoa autista precisa se regular emocionalmente, por sobrecarga de estimulos sensoriais, ou quando estão estressados, irritados, cansados e ou muito alegres.

É desejável que os colegas também possam receber informações sobre o que ocorre com o colega autista para prevenir comportamentos de bullying e estigmas sociais.

Usualmente os estudantes autistas apresentam padrões restritos, repetitivos e rígidos de comportamento e podem ser obcecados por rituais, objetos eletrônicos ou objetos mecânicos. Muitas pessoas autistas parecem viver num mundo à parte, pois interagem com objetos ou conteúdos restritos, criando seu próprio mundo, que obedece a uma rotina própria e autoimposta.

Cabe ressaltar que a movimentação destes estudantes autistas em sala de aula com agitação dos membros superiores ou mesmo movimentando algum objeto nas mãos não deve ser associada a ausência de interesse nas aulas, geralmente estes objetos são usados como calmantes antiestresse, controle de ansiedade e ou para autorregulação das estereotipias.

No cotidiano escolar, os estudantes autistas podem encontrar dificuldades em compreender as informações, especialmente quando o conteúdo é apresentado no coletivo da dinâmica da aula. Então, após ministrar um conteúdo novo, dirija-se ao estudante autista e verifique se ele as compreendeu. Vale a pena checar com o aluno autista se esse tipo de abordagem é adequada, pois alguns alunos podem se sentir constrangidos e preferem uma conversa particular após a aula.

Outra dica é importante, o professor antes de iniciar a aula, poderá mostrar sua programação para aquele dia. Esta é uma forma de antecipar as ações que o aluno autista vivenciará, portanto isso dá previsibilidade ambiental para a pessoa autista. Para os estudantes autistas saber sobre a sequência das atividades diminui sua ansiedade, insegurança e evita ou minimiza comportamentos estereotipados e de autoagressão que podem aparecer quando ele se depara com algo novo ou com uma mudança na rotina imprevisível.

Por vezes, o estudante autista pode recusar-se a ler, fazer tarefas ou registrar a aula. O fato de não haver o registro escrito não significa necessariamente que o aluno não está atento às atividades propostas. Pessoas autistam pensam por imagens, gráficos, figuras, esquemas e lógica. Essa dificuldade pode ser minimizada com impressão do conteúdo da aula, enviar os slides da aula, imprimir as atividades ou do que está escrito na lousa ou, ainda, com o registro feito pelo estudante autista com o uso do computador ou gravando a aula.

Alguns estudantes autistas apresentam coordenação motora global deficitária (Dispraxia) especialmente em coordenação motora fina (Disgrafia), o que exige orientação individual e apresentação gradual das atividades, além de mudanças na forma de avaliar, já que a escrita pode ser lenta, imprecisa ou confusa. Alguns alunos autistas podem apresentar Alexitima, que é uma dificuldade de expressar em palavras as emoções, sensações corporais, empobrecimento de fantasiar e imaginar. O professor nestes casos pode autorizar o estudante autista a gravar as aulas ou obter as aulas em slides. Também pode optar por atividades práticas ou avaliações orais individuais que permitam que o aluno autista mostre o que sabe.

HIPERSENSIBILIDADES E HIPOSSENSIBILIDADES SENSORIAIS

Os estudantes autistas podem mostrar reações exacerbadas diante de estímulos sensoriais (auditivos, visuais, olfativos, vestibulares, gustativos, táteis, termocepções, interocepções) como: sons, luzes, toques, cheiros, texturas, temperaturas, aglomerações de pessoas e movimentos de objetos, não perceber dor, não perceber que precisa ir ao banheiro, não perceber que precisa tomar água ou ficar sem perceber que está com fome, estees estimulos podem levar a sobrecarga sensorial, shutdowns, meltdowns e fadiga social. Portanto, é importante verificar as condições ambientais que possam interferir nas sobrecargas sensoriais de hipersensibilidade ou hipossensibilidade do aluno autista.

Alguns estudantes autistas também podem utilizar protetores auriculares (abafadores antirruídos), porque possuem muita hipersensibilidade auditiva. O professor precisa ter tolerância e consciência de que a dinâmica de sua sala pode ter oscilações e, portanto, precisa ter conversas frequentes com a classe e com o estudante autista, de forma acolhedora para mediar excesso de barulhos, burburios e conversas em tom alto.

Há alunos autistas sensíveis ao toque das pessoas e a manipulação de diferentes materiais como: tintas, argila, areia, massas de modelar, materiais viscosos ou gelatinosos entre outros. Converse com o estudante autista investigando quais são suas sensibilidades sensoriais, então verifique a possibilidade de pensar em adaptações como o uso de luvas, máscaras ou de instrumentos para manipular esses materiais, caso isso seja imprescindível para seu aprendizado.

Nem sempre dinâmicas ou brincadeiras coletivas promovem a interação do estudante autista, muitas vezes pessoas autistas não entendem piadas, metáforas, ironias. Muitas vezes essas atividades causam mais isolamento e ou mecanismos de camuflagem ou mascaramento, muito utilizada por pessoas autistas para ficarem parecidos com neurotípicos e assim fazerem de conta que entenderam a situação ou brincadeira. Observe o aluno autista, pergunte diretamente a ele sobre suas preferências e o que ajudaria na socialização, planeje as atividades com adaptações que favoreçam sua participação em brincadeiras e interação com seus pares.

CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES AUTISTAS NA UNIVERSIDADE

Os estudantes autistas relataram na pesquisa realizada pelo Autism&UNI (2015), que entraram no Ensino Superior porque gostavam da área escolhida, mas o despreparo do contexto universitário para recebê-los gerou angústia e ansiedade, dificultando sua permanência no ambiente acadêmico, levando a evasão do curso e jubilamento. Aliado a isso, o bullying, as barreiras de acessibilidade na universidade, principalmente no que tange à informação, a falta de flexibilização nos prazos de conclusão do curso, também configuram dificultadores, revelando que as adaptações propostas recaem quase que exclusivamente sobre o aluno autista, quando na verdade, a educação inclusiva pressupõe adaptações no ambiente acadêmico que contemplem e celebrem as diferenças (Olivati; Leite, 2019).

Claro que muitos alunos autistas encontram um grupo de trabalho difícil, e muitos gostariam de ter prazos mais longos ou receber tarefas que não exijam nenhuma interpretação sua e assim por diante. No entanto, a diferença com os alunos autistas é que eles têm capacidade limitada para lidar com esses desafios, e os levam a sentir níveis de ansiedade mais elevados. Dizer simplesmente “tudo vai ficar bem” não ajuda. As expectativas para reverter este quadro é a remoção das barreiras de acessibilidades, investimento nos núcleos de apoio e desenho universal de aprendizagem.

ESTRATÉGIAS PARA INTERAÇÃO, SOCIALIZAÇÃO E ACOLHIMENTO DOS ESTUDANTES AUTISTAS

  • Ao falar com um estudante autista, não se concentre apenas no que podem ser desafios, identifique também os pontos fortes do aluno que podem contribuir para apoiá-lo nas diversas situações.
  • Muitos alunos autistas são muito dedicados e focam-se no assunto de estudo escolhido, dão atenção aos detalhes e têm uma ética de trabalho elevada.
  • Incentivar relações vinculares afetivas entre tutores e alunos autistas; os alunos autistas beneficiam particularmente da consistência nestas relações, com a mesma pessoa de contato durante todo o seu tempo na universidade.
  • Se você como professor, for convidado a tomar decisões sobre adaptações razoáveis ou medidas especiais, descubra se a sua instituição tem diretrizes gerais relativas a alunos autistas.
  • Quando você como professor, tiver dúvidas sobre como fornecer suporte adequado ou como adaptar as metodologias, organize reuniões com o aluno autista perguntando quais são as necessiadades dele, depois procure outros profissionais na universiade que possam ajudá-lo.
  • Caso você como professor observar algo diferente em seu aluno autista que o preocupe, como por exemplo, excessos de faltas, rebaixamento do rendimento acadêmico, desinteresse, muita ansiedade, sinais de depressão, isolamento significativo, sinais que indicam bullying, comunique rapidamente com os serviços de apoio dos alunos autistas, procure por profissionais que trabalham com deficiência/neurodiversiade ou especialistas em autismo ou outros profissionais de saúde parceiros da universiade (psicólogo, psiquiatra); discuta o caso para depois buscarem juntos ajuda ao aluno autista com acolhimento acertivo e medidas de intervenção preventivas.
  • Quando você como professor, marcar reuniões com alunos autistas, procure garantir que a sala esteja livre de distrações visuais e auditivas que possam impedir o aluno autista de se desconcentrar, não hesite em perguntar ao aluno autista quais são as suas necessidades específicas e como poderá ajudá-lo.
  • Professor converse com o estudante autista se ele se sente confortável em falar com os outros alunos sobre o sua condição neurodiversa. Em conjunto com o Núcleo de Apoio os colegas da classe poderão receber informações previamente sobre o que é o Trasntorno do Espectro Autista, portanto preparando a classe para receber a comunicação do estudante autista, ouvir suas necessidades de apoio e respeito.

FORMAS DE CRIAR AMBIENTES FÍSICOS E DE APRENDIZAGEM ACESSÍVEIS PARA OS ALUNOS AUTISTAS QUE PODERÃO BENEFICIAR OUTROS ALUNOS TAMBÉM:

  • Torne claros e explícitos os limites, as expetativas e os resultados da aprendizagem, quer fornecendo a informação na aula, quer disponibilizando-a on-line. Verifique se as informações são claras, concisas e inequívocas. Explique sempre aos alunos autistas porque lhes pede que façam algo.
  • Quando fizer um comentário esteja consciente que os mal-entendidos podem surgir quando os alunos autistas tentam interpretar expressões ambíguas, portanto tente ser objetivo e usar contextos objetivos.
  • Se possível, forneça slides de apresentação e folhetos com antecedência e considere gravar as aulas em áudio ou vídeo. Essas práticas são realmente úteis para os alunos autistas, colabora para reduzir a ansiedade e ajudá-los a organizar o seu trabalho.
  • Quando precisar mudar de sala de aula, de condições de avaliação ou outros planos, dê essa informação com a maior antecedência possível ao aluno autista, inclusive informe a localização com precisão. Fornecer apoio de mediação ao trabalho em grupos, intervindo quando a comunicação parece falhar, ou quando a divisão de trabalho é injusta ou qualquer membro do grupo é excluído pelos outros; Incentivar o grupo a estabelecer “regras” antes de iniciar o trabalho grupal.
  • Forneça suporte para competências de apresentação oral, esteja preparado para dar um desconto às dificuldades relacionadas com o autismo, como a falta de expressão corporal, dificuldades com contato ocular, falar muito rápido ou muito lentamente.
  • Esteja aberto a explorar novas formas de trabalho, talvez pouco ortodoxas e mais flexíveis e criativas.
  • Incentivar os alunos autistas estudar à sua própria maneira, com abordagens de prazos flexíveis, cursos e modalidades de estudo, se isso ajudar a colaborar para melhorar o desempenho do aluno
  • Procure conhecer às Boas Práticas no Brasil e internacionais no apoio aos estudantes autistas na Universidade, como a experiência do Autism&Uni e o Projeto Universal para a Aprendizagem (PUA).

PROJETO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM (PUA)

O conceito de Projeto Universal para a Aprendizagem (PUA) surgiu no campo da arquitetura para enfatizar o design que permite uma ampla gama de utilizadores, incluindo os estudantes que apresentem alguma incapacidade.

O Projeto Universal para a Aprendizagem consiste em envolver e apoiar diversos grupos de estudantes, independentemente da sua origem, estatuto ou incapacidade/diagnóstico.

A filosofia do Projeto Universal para a Aprendizagem (PUA):

  • Criar ambientes de aprendizagem inclusivos que atendam às necessidades de todos os alunos e proporcionar múltiplas oportunidades para o sucesso.

Um erro comum é considerar que o Projeto Universal promove uma abordagem de “tamanho único”, mas isso não é o caso. O que realmente significa realmente é a disponibilidade de opções como, oferecer aos alunos oportunidades múltiplas e variadas de participar na aprendizagem e demonstrar a sua compreensão.

O Projeto Universal para a Aprendizagem (PUA) favorece estratégias educacionais que são concebidas proativamente para: suportar múltiplos caminhos na aprendizagem, em vez de se concentrar em alterar retroativamente o material existente para que se adeque às necessidades de um grupo específico.

Um exemplo de projeto proativo está em dar a TODOS os alunos opções de como podem apresentar trabalhos, de acordo com as suas capacidades de comunicação e preferências. Um exemplo de projeto retroativo é a prática de fazer adaptações ainda que leves aos materiais de aprendizagem existentes e às condições de exame. (Bublitz et al, 2015, Cast, 2011)

NÃO COMUNIQUEI A UNIVERSIDADE QUE SOU UM ESTUDANTE AUTISTA

Na faculdade, a maioria dos professores acredita que os alunos são responsáveis por seu próprio sucesso acadêmico. Os professores esperam que um aluno que apresente dificuldades entre em contato diretamente com eles. Mas, pedir ajuda pode ser muito difícil para estudantes autistas. Pode ser por orgulho, medo, vergonha, não ter o diagnóstico oficializado ou por dificuldades em saber o que deverá comunicar ao professor. Independentemente do motivo, o professor simplesmente não sabe o que está acontecendo com o aluno autista.

Portanto a única saída é entrar em contato com o Núcleo de Apoio a Inclusão da Universidade, buscar ajuda, informações e orientações adequadas para seu caso.

AUTODEFENSORIA E EMPODERAMENTO

  • Como estudante autista universitário, é da sua responsabilidade divulgar sua neurodiversidade se precisar de ajuda.
  • Você precisa conhecer e se informar sobre seus direitos legais enquanto pessoa autista – (leia o artigo Estudantes Autistas na Universidade – Parte 1 que está neste blog.)
  • Saber sobre seus direitos como pessoa autista é aprender autodefensoria.
  • Reconhecer seu lugar na sociedade como pessoa neurodiversa: “Nada sobre nós, sem nós”. Está atitude é empoderamento.
  • Deverá procurar o Núcleo de Apoio de Inclusão da sua Universíade para receber as devidas orientações e apoio.
  • Revelar sua condição de autismo para seus professores pode ser difícil para você. Nas pesquisas relaizadas pelo Autism&Uni encontraram as seguintes situações: muitos alunos autistas compartilham que isso os deixa ansiosos. Outros não querem divulgar essas informações porque é embaraçoso ou não querem se destacar como diferentes. Outros estudantes autistas afirmam que não sabem o que dizer quando conversam com seus professores e outros estudantes autistas negaram que precisassem de serviços de apoio.
  • Embora possa ser muito difícil para você conversar com seu professor, ou buscar o Núcleo de Apoio a Inclusão na Universiade, é uma atitude muito importante para garantir o seu direito civil, respeito como pessoa neurodiversa, empoderamento, autodefensoria e favorecer seu sucesso acadêmico na faculdade. Você irá descobrir que, depois de revelar sua condição de Autista, sentirá uma sensação de alívio ao saber que seus professores estão cintes do que está acontecendo com você e disponível para apoiá-lo.
  • Você como pessoa autista precisa aprender a desenvolver seu empoderamento e autodefensoria, e isso é uma construção, por isso é recomendável participar do coletivo de autistas para se sentir mais fortalecido e acolhido num grupo neurodiverso.

COMO FAZER PERGUNTAS OU PEDIR AJUDA EM SALA DE AULA

  • Fazer perguntas durante a aula coloca você em evidência, e isso pode ser desconfortável. Os professores o verão como um aluno engajado e interessado se você fizer perguntas em sala de aula, mas poderá optar para conversar com seu professor depois da aula em um momento sozinho. Se mais tarde você precisar da ajuda deles, eles estarão mais dispostos a ouvir o seu caso. Eles provavelmente perceberão você como um aluno que deseja aprender e está interessado no curso.
  • No entanto, alguns alunos autistas se destacam demais nas aulas, fazem muitas perguntas, ou levam mais de alguns minutos para suas perguntas, mostram as vezes conhecimentos avançados sobre a temática da aula, e por vezes podem ser mal compreendidos, e são interpretados como inconvenientes, ofensivos e arrogantes. Portanto, mostre seu potencial, sendo objetivo em suas perguntas, informe que tem muito interesse naquele assunto e que seria muito prazeroso conversar com seu professor em particular, para falar sobre suas dúvidas, descobertas e entusiasmo em pesquisar profundamente sobre a temática.
  • Seja seu próprio defensor, as habilidades de autodefesa para alunos autistas podem ser úteis. Esclareça que não está sendo indelicado, você poderá solicitar ajuda para fazer as perguntas uma de cada vez e poderá ter o direito de sua argumentação plausível, mas dentro do contexto e de forma respeitosa.

APRENDIZADO VIRTUAL PARA ESTUDANTES AUTISTAS

  • Estudantes autistas sentem-se mais confortáveis em aulas online, mas quando é preciso ligar a câmara ou interagir com os demais colegas geralmente os níveis de ansiedade aparecem.
  • Procure ter um objeto nas mãos para autorregulação (spinner, bola gel, fidget hand, giro stress).
  • Em última análise, aprender a controlar sua ansiedade durante o aprendizado virtual continuará a fortalecer suas habilidades de enfrentamento quando precisar fazer as aulas no presencial.
  • Estudantes autistas apresentam dificuldades de relacionamento com outros colegas, ou pode se dar pela própria recusa do estudante em estabelecer vínculos de amizade. No entanto, nas pesquisas atuais estudantes autistas relataram que sofrem muito com o isolamento social e existe a vontade de romper com as barreiras da autoproteção, desejam se comunicar, de relatar seu sofrimento e relatar alguns porquês de seus comportamentos estranhos e incontroláveis. Mas, também desejam compartilhar com os colegas seus intereses, suas descobertas, suas pesquisas, ter um amigo e fazer alguma atividade social. (Bialer, 2016).
  • Sendo assim é muito importante os cursos de graduação abrirem espaço para que o aluno autista possa se colocar como sujeito pensante e sensível, para que possa externalizar, de alguma forma, suas dificuldades, seus pontenciais, seja por meio da escrita, da arte, ou de qualquer outra forma de expressão que, de alguma maneira, expresse quem ele é e como se sente. Ao propor a escuta dos estudantes autistas, abre-se a oportunidade de conhecer seus potenciais, de que eles possam falar sobre si mesmos, sendo capazes e desejosos de ensinar aos outros qual a melhor maneira de ajudá-los, além de conhecer alguém incrível que pensa fora do senso comum.

BOAS PRÁTICAS INTERNACIONAIS

O Inquérito do Autismo&Uni e o mapeamento da oferta nos países parceiros levantaram a vários exemplos positivos de organizações locais e nacionais com conhecimentos especializados em autismo que fornecem aconselhamento e formação aos membros e aos departamentos das Instituições de Ensino Superior.

Estes incluem, Handikap&Studie nos Países Baixos, e os serviços Autismisäätiö and Omavoima na Finlândia, JIM na Polónia, Autismo Burgos na Espanha e o National Autistic Society no Reino Unido.

Estas experiências concluiram que os tutores pessoais podem ser fundamentais para o sucesso dos alunos autistas, pois muitos deles acham difícil iniciar a comunicação ou encontrar serviços adequados sem ajuda quando estão em dificuldades. Especialmente quando não há uma oferta de apoio para as situações de incapacidade ou neurodiversidade no Ensino Superior; o tutor pessoal pode ser a primeira ou única pessoa consciente dos desafios emergentes que afetam o progresso do aluno autista e um ponto de contato natural entre a Instituição de Ensino Superior e as organizações externas que fornecem apoio especializado ao autismo.

Os professores também podem ter um papel significativo na tomada de decisões sobre adaptações razoáveis, e devem ter um conhecimento básico sobre o Transtorno do Espectro Autista para poderem tomar decisões informadas.

A Universidade de Brighton, Reino Unido, desenvolveu um projeto que reúne a Equipe de Serviços de Incapacidade e o Centro de Aprendizagem e Ensino (Morris, 2011). Este estudo evidencia que os ambientes de aprendizagem acessíveis que considerem questões sensoriais, capacitação dos docentes, funcionários e práticas de ensino inclusivas são tão importantes para o sucesso dos alunos autistas como o apoio individual.

FONTES:

https://www.autism-uni.org/bestpractice/.

https://acessibilidade.unifesp.br/

Cartilha de Acessibilidade Autista Universidade UFRJ: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/09/Acessibilidade-e-Desenho-Universal-Aplicado-%C3%A0-Aprendizagem-na-Educa%C3%A7%C3%A3o-Superior-final-okok.pdf

Cartilha de Acessibilidade Autista Universidade UFG https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/CI_Acessibilidade_Inclusao_Ensino_Superior.pdf

Cartilha de Acessibilidade Autista Universidade UNIFESP https://acessibilidade.unifesp.br/images/PDF/Ebook-Colecao-TEA_01-2020.pdf

Cartilha Educação Especial e Autismo

http://www.sed.ms.gov.br/wp-content/uploads/2015/05/EBOOK-Educacao-Especial-e-Autismo-FINAL.pdf

Coleção Acessibilidade Pedagógica – São Camilo

https://saocamilo-sp.br/outraspublicacoes

Educação Inclusiva na Universidade: Perspectivas de Formação de um Estudante com Transtorno do Espectro Autista

https://www.scielo.br/j/ep/a/cGTd6B6WHLzms7HvY4TgNQF/

https://ufal.br/transparencia/noticias/2022/3/nucleo-de-acessibilidade-convida-estudantes-com-tea-para-grupo-de-apoio

https://ufal.br/estudante/noticias/2022/11/nucleo-de-acessibilidade-retoma-encontros-com-estudantes-autistas

https://www.instagram.com/coletivoautista/

http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2022/01/coletivo-autista-auxilia-na-permanencia-de-estudantes-neurodivergentes-dentro-da-usp/

https://www.furg.br/noticias/noticias-institucional/transtorno-do-espectro-autista-descubra-acoes-da-universidade-para-a-acessibilidade-de-estudantes-com-a-condicao

https://www.unitpac.com.br/sites/comissao-de-inclusao-e-acessibilidade-cia

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13292-doc-ori-progincl&category_slug=junho-2013-pdf&Itemid=30192

Revista Educação Especial. 35, 2022 – Santa Maria -https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial

A Psicóloga Marina da Silveira Rodrigues Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista em homens e mulheres. Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas neurotípicas e neurodiversas.

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Respostas de 2

    1. Bom dia! Efigênia
      Muito obrigada pelos gentis comentários.
      Um abraço carinhoso e inclusivo.
      Att.
      Marina S. R. Almeida
      Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
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