O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é marcado por desordens de origem neurobiológica, sendo os prejuízos referentes aos comportamentos restritivos e repetitivos e déficits na área sociocomunicativa (APA,2013).
O diagnóstico do TEA é fundamentalmente clínico, baseado em observações das características comportamentais e a partir de informações dos pais e/ou cuidadores. Nesse sentido, os instrumentos de triagem, escalas e avaliações padronizadas vem se mostrando necessários no processo diagnóstico (Machado, Lerner, Novaes, Palladino, & Cunha, 2014).
A literatura científica internacional apresenta instrumentos sistematizados de avaliação, como Autism Diagnosti Interview-Revised (ADI-R) e Autism Diagnostic Observation Schedule-Generic (ADOS), ambos considerados como padrão-ouro para o diagnóstico do TEA, já com estudos preliminares de validação no Brasil, contudo até o presente momento não há padronização brasileira aprovada pelo Conselho Federal de Psicologia. Também não há venda destes testes autorizados pela editora aqui no Brasil.
Segundo os pesquisadores, A Frigaux, R Evrard, J Lighezzolo-Alnot (2019), os desenvolvimentos atuais em saúde pública internacional estão levando as autoridades qualificadas a divulgar diretrizes de prática clínica para avaliação e diagnóstico de Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Esses documentos incorporam procedimentos que se baseiam na Autism Diagnostic Interview-Revised (ADI-R) e no Autism Diagnostic Observation Schedule (ADOS), que são considerados as medidas de avaliação “padrão ouro” na avaliação de TEA.
Embora essas ferramentas provem sua eficácia na avaliação da sintomatologia autista, elas tropeçam sempre que a situação se torna mais complexa e revelam problemas de diagnóstico diferencial em casos de autismo infantil e adulto. Portanto, é relativamente dependente da disponibilidade e do preconceito pessoal dos terceiros entrevistados. As características métricas destacadas pelos estudos revisados revelam diretamente uma certa eficácia da ferramenta e uma boa discriminação dos transtornos da infância. Ao mesmo tempo, a capacidade discriminatória da ferramenta parece insuficiente quando aplicada a bebês, crianças muito pequenas e adultos. O último parece particularmente verdadeiro quando se trata de diferenciar entre transtornos do espectro autista e esquizofrênico. Infelizmente, sua precisão diagnóstica é menor quando aplicado a mulheres, idosos, pessoas com transtornos de personalidade ou habilidades intelectuais superiores, ou para a discriminação entre TEA e esquizofrenia.
De maneira geral, os escores desses dois instrumentos trazem fortes evidências de sua utilidade no processo diagnóstico de TEA, desde que sejam usados com cautela e uma perspectiva clínica crítica, e apenas como um suporte técnico secundário. Seu uso em combinação é eficaz, pois são complementares e compensam as limitações um do outro.
No entanto, segundo os pesquisadores sua hegemonia globalizada como “padrão ouro” como ferramenta constitui um retrocesso na medida em que restringe o diagnóstico de TEA a um conjunto de itens estereotipados. Este, por sua vez, estabelece um modelo normativo de autismo que exclui outras formas fenotípicas, especialmente no caso de mulheres e idosos. Finalmente, a discriminação entre autismo e psicose para crianças parece permanecer uma tarefa insolúvel mesmo para a combinação ADI-R e ADOS.
Leia o artigo publicado em 2019 – “ADIR e ADOS e o diagnóstico diferencial no transtorno do espectro autista: interesses, limites e aberturas”.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31495549/
Questões importantes sobre instrumentos de avaliação psicológica no contexto brasileiro devem ser consideradas, como os processos de tradução e validação, uso restrito a especialistas e direitos autorais (Machado et al., 2014).
Frente às dificuldades e restrições que permeiam traduções, adaptações e validações de instrumentos (Pasquali, 2010; Hutz, Bandeira, & Trentini, 2015), por vezes, opta-se pela construção de novas técnicas de avaliação psicológica dentro de nossa realidade. Contudo, tanto no processo de construção, como no de adaptação dos instrumentos psicológicos, deve-se considerar a Resolução nº 009/2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), as orientações da International Test Commission (ITC), da American Education Rearch Association (AERA), da American Psychological Association (APA) e do National Concil on Measurement in Education (NCME).
Com o intuito de garantir o compromisso ético dos psicólogos na utilização de instrumentos no âmbito profissional, o CFP criou, em 2003 o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), que estabelece diretrizes sobre a Avaliação Psicológica e avalia a qualidade técnica-científica de instrumentos psicológicos.
Esse sistema é alimentado pela Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do CFP que, além de avaliar a qualidade técnico-científica dos testes psicológicos, também é responsável pelas normativas que regulamentam a avaliação psicológica no contexto do profissional psicólogo.
Os instrumentos de avaliação psicológica com parecer favorável do SATEPSI, encontram-se listados no site http://satepsi.cfp.org.br/, nos campos ‘‘Testes Psicológicos Favoráveis’’ e ‘‘Instrumentos Não Privativos do Psicólogo’’.
De acordo com a Resolução no 09/2018, é considerada falta ética do profissional psicólogo a utilização de testes psicológicos com parecer desfavorável ou não avaliados pelo SATEPSI, salvo para os casos de pesquisa e de ensino com objetivo formativo e histórico na Psicologia.
A submissão de instrumentos junto ao SATEPSI está condicionada a condições mínimas obrigatórias, como descrição geral do instrumento (definição e identificação dos construtos) e requisitos técnicos (procedimento de adaptação, quando traduzido de outra língua; fundamentação teórica; análise dos itens; precisão; validade; e sistema de correção e interpretação dos escores obtidos no estudo brasileiro). Outro critério a ser considerado nos instrumentos é o tamanho da amostra utilizada em seu estudo frente ao tamanho da população.
Os instrumentos diagnósticos mais utilizados para avaliação do Transtorno do Espectro Autista são listados a seguir, mas nem todos são aprovados no Brasil.
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga Marina Almeida, oferece supervisão clínica para profissionais psicólogos, neuropsicólogos e psicopedagogos, para avaliação de rastreio de transtorno do espectro autista em crianças, adolescentes e adultos. Realizo avaliação neuropsicológica online e presencial para rastreio de autismo em adultos.
Entre em contato pelo WhatsApp (13) 991773793.
ESCALAS DE TRIAGEM DE TEA
- Escala Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT-R/F) – validada no Brasil.
- Questionário sobre Idades e Estágios (ASQ-3: “Ages and Stages Questionnaires”) – validada no Brasil
- Escalas Bayley III de Desenvolvimento do Bebê e da Criança Pequena – validada no Brasil
- Escala de avaliação de Traços Autísticos (ATA) – validada no Brasil
- Escala de Responsabilidade Social, Segunda Edição (SRS-2) – validada no Brasil
- Questionário de Comunicação Social (SCQ).
- Escala de Comportamentos Adaptativos Víneland-3 – validada no Brasil
- Sistema PROTEA-R- NV. de avaliação de suspeita de TEA e outros Transtornos da Comunicação – validada no Brasil
- Teste de Triagem de Desenvolvimento Infantil Denver II – validada no Brasil
- Inventário Dimensional de Avaliação de Desenvolvimento Infantil (IDADI); crianças de 4 a 72 meses.
- Checklist de Avaliação do tratamento do TEA (ATEC) – validado no Brasil
- CSBS
- CAST
- SWYC-BR – validada no Brasil
- AOSI – Escala de Observação de autismo em bebês.
- STAT (Screening Tool for Autism in Toddlers and Young Children): utilizado entre os 24 e 36 meses, esse questionário tem 12 perguntas que avaliam comportamento social e comunicação.
- Autism Behavior Checklist – ABC ou ICA (Lista de Checagem de Comportamento Autístico) – validada no Brasil
- Behavioural Observation Scale for Autism de Freeman (BOS).
- Echelle d`évaluation des Comportements Autistiques (ECA).
ESCALAS DIAGNÓSTICAS DE TEA
- Escala CARS-BR (versão no português) – validada no Brasil
- Escalas CARS-2 (Escala de Classificação de Autismo na Infância, Segunda Edição).
- Instrumentos ADOS-2 (Protocolo de Observação para Diagnóstico de Autismo).
- Instrumento ADI-R (Entrevista Diagnóstica para Autismo Revisada).
- Escala Labirinto.
- GARS-3.
ESCALAS PARA ELABORAR O PLANO DE ENSINO INDIVIDUAL
- Inventário Portage Operacionalizado de avaliação do Desenvolvimento Infantil – validada no Brasil
- Checklist Curriculum do Modelo Denver de Intervenção Precoce Para Crianças Pequenas com Autismo (ESDM).
- Protocolo VB-Mapp (Avaliação de Marcos do Comportamento Verbal e Programa de Nivelamento)
- ABLLS-R
- Social Savvy Checklist
- Social Skills
- ABLA-R
- PEAK
- AFLS
- Essential for Living
- IGLR (Inventário do Bom Aprendiz)
- Perfil Psicoeducacional 3 Edição (PEP-3) – validada no Brasil
Conheça os E-books Coleção Neurodiversidade:
QUESTIONÁRIO M-CHAT-R/F – versão em português
O Questionário M-CHAT-R/F para Despiste Precoce de Autismo, com Entrevista de Seguimento (M-CHAT-R/F; Robins, Fein, & Barton, 2009) é um instrumento de despiste de 2 etapas respondido pelos pais para avaliar o risco de uma Perturbação do Espectro do Autismo (PEA).
O M-CHAT-R/F está disponível para download gratuito para fins clínicos, de investigação e educativos.
O download do M-CHAT-R/F e dos materiais relacionados pode ser autorizado através do site: www.mchatscreen.com
O M-CHAT-R/F é um instrumento com registo de direitos de autor e o seu uso deve seguir as seguintes linhas orientadoras:
(1) As impressões/reproduções do M-CHAT-R/F deve incluir os direitos de autor em baixo (ã 2009 Robins, Fein, & Barton). Não poderão ser feitas modificações aos itens, às instruções ou à ordem dos itens sem autorização dos autores.
(2) O M-CHAT-R/F deve ser utilizado na sua totalidade. As evidências indicam que nenhum subconjunto de itens demonstra as adequadas propriedades psicométricas.
(3) Os interessados em reproduzir o M-CHAT-R/F impresso (por exemplo, num livro ou artigo) ou eletronicamente para uso de outros (por exemplo, como parte da história clínica digital ou outros pacotes de software) devem contactar Diana Robins para pedir autorização (mchatscreen2009@gmail.com).
(4) Se é um profissional da saúde e quiser incorporar as questões do M-CHAT-R no seu próprio registo eletrônico médico, pode fazê-lo. No entanto, se pretender distribuí-lo fora da sua prática clínica por favor contacte Diana Robins para solicitar um acordo de licença.
A Lista de Verificação Modificada para Autismo em Crianças Pequenas, Revisada (M-CHAT-R) pode ser realizada no site do Autsms Speaks.
O M-CHAT-R é um rastreador que fará uma série de 20 perguntas sobre o comportamento de seu filho. É destinado a crianças entre 16 e 30 meses de idade. Os resultados permitirão que você saiba se uma avaliação adicional pode ser necessária. Você pode usar os resultados do rastreador para discutir quaisquer preocupações que possa ter com o profissional de saúde do seu filho.
Realize a avaliação neste link: https://www.autismspeaks.org/screen-your-child
CARS – CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE – CARS-BR (PORTUGUÊS)
A alta convergência da CARS – BR (em português) com a Escala de Avaliação de Traços Autísticos (ATA) e com o diagnóstico clínico indica que a escala está identificando crianças autísticas corretamente, portanto não basta apenas os resultados das escalas sem a avaliação clínica da criança.
A alta consistência interna dos 14 comportamentos que envolvem reciprocidade social, comunicação e comportamentos restritos e repetitivos apoia o autismo enquanto construto único.
A escala CARS (CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE), em português ESCALA DE PONTUAÇÃO PARA AUTISMO NA INFÂNCIA é um questionário frequentemente utilizado por profissionais da área da saúde para averiguar a possibilidade da presença de autismo em crianças, assim como a escala ATA.
Costuma ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de idade e é considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável. Dentre todas as escalas de avaliação do autismo, a CARS é a de maior validação e preferência.
As escalas de avaliação não substituem o diagnóstico formal feito por um profissional qualificado, geralmente um neurologista, psiquiatra, psicólogo e neuropsicólogo que possam ser especialistas em autismo, sendo ferramentas de apoio à investigação clínica.
CARS – CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE – CARS-BR (PORTUGUÊS)
Nome da criança:_______________________________________________Idade:_________
Data da aplicação: ____/____/____
I. Relações pessoais:
1. Nenhuma evidência de dificuldade ou anormalidade nas relações pessoais: O comportamento da criança é adequado à sua idade. Alguma timidez, nervosismo ou aborrecimento podem ser observados quando é dito à criança o que fazer, mas não em grau atípico;
2. Relações levemente anormais: A criança pode evitar olhar o adulto nos olhos, evitar o adulto ou ter uma reação exagerada se a interação é forçada, ser excessivamente tímida, não responder ao adulto como esperado ou agarrar-se ao pais um pouco mais que a maioria das crianças da mesma idade;
3. Relações moderadamente anormais: Às vezes, a criança demonstra indiferença (parece ignorar o adulto). Outras vezes, tentativas persistentes e vigorosas são necessárias para se conseguir a atenção da criança. O contato iniciado pela criança é mínimo;
4. Relações gravemente anormais: A criança está constantemente indiferente ou inconsciente ao que o adulto está fazendo. Ela quase nunca responde ou inicia contato com o adulto. Somente a tentativa mais persistente para atrair a atenção tem algum efeito.
II. Imitação:
1. Imitação adequada: A criança pode imitar sons, palavras e movimentos, os quais são adequados para o seu nível de habilidade;
2. Imitação levemente anormal: Na maior parte do tempo, a criança imita comportamentos simples como bater palmas ou sons verbais isolados; ocasionalmente imita somente após estimulação ou com atraso;
3. Imitação moderadamente anormal: A criança imita apenas parte do tempo e requer uma grande dose de persistência ou ajuda do adulto; frequentemente imita apenas após um tempo (com atraso);
4. Imitação gravemente anormal: A criança raramente ou nunca imita sons, palavras ou movimentos mesmo com estímulo e assistência.
III. Resposta emocional:
1. Resposta emocional adequada à situação e à idade: A criança demonstra tipo e grau adequados de resposta emocional, indicada por uma mudança na expressão facial, postura e conduta;
2. Resposta emocional levemente anormal: A criança ocasionalmente apresenta um tipo ou grau inadequados de resposta emocional. Às vezes, suas reações não estão relacionadas a objetos ou a eventos ao seu redor;
3. Resposta emocional moderadamente anormal: A criança demonstra sinais claros de resposta emocional inadequada (tipo ou grau). As reações podem ser bastante inibidas ou excessivas e sem relação com a situação; pode fazer caretas, rir ou tornar-se rígida até mesmo quando não estejam presentes objetos ou eventos produtores de emoção;
4. Resposta emocional gravemente anormal: As respostas são raramente adequadas à situação. Uma vez que a criança atinja um determinado humor, é muito difícil alterá-lo. Por outro lado, a criança pode demonstrar emoções diferentes quando nada mudou.
IV. Uso corporal:
1. Uso corporal adequado à idade: A criança move-se com a mesma facilidade, agilidade e coordenação de uma criança normal da mesma idade;
2. Uso corporal levemente anormal: Algumas peculiaridades podem estar presentes, tais como falta de jeito, movimentos repetitivos, pouca coordenação ou a presença rara de movimentos incomuns;
3. Uso corporal moderadamente anormal: Comportamentos que são claramente estranhos ou incomuns para uma criança desta idade podem incluir movimentos estranhos com os dedos, postura peculiar dos dedos ou corpo, olhar fixo, beliscar o corpo, autoagressão, balanceio, girar ou caminhar nas pontas dos pés;
4. Uso corporal gravemente anormal: Movimentos intensos ou frequentes do tipo listado acima são sinais de uso corporal gravemente anormal. Estes comportamentos podem persistir apesar das tentativas de desencorajar as crianças a fazê-los ou de envolver a criança em outras atividades.
V. Uso de objetos:
1. Uso e interesse adequados por brinquedos e outros objetos: A criança demonstra interesse normal por brinquedos e outros objetos adequados para o seu nível de habilidade e os utiliza de maneira adequada;
2. Uso e interesse levemente inadequados por brinquedos e outros objetos: A criança pode demonstrar um interesse atípico por um brinquedo ou brincar com ele de forma inadequada, de um modo pueril (exemplo: batendo ou sugando o brinquedo);
3. Uso e interesse moderadamente inadequados por brinquedos e outros objetos: A criança pode demonstrar pouco interesse por brinquedos ou outros objetos, ou pode estar preocupada em usá-los de maneira estranha. Ela pode concentrar-se em alguma parte insignificante do brinquedo, tornar-se fascinada com a luz que reflete do mesmo, repetitivamente mover alguma parte do objeto ou exclusivamente brincar com ele;
4. Uso e interesse gravemente inadequados por brinquedos e outros objetos: A criança pode engajar-se nos mesmos comportamentos citados acima, porém com maior frequência e intensidade. É difícil distrair a criança quando ela está engajada nestas atividades inadequadas.
VI. Resposta a mudanças:
1. Respostas à mudança adequadas à idade: Embora a criança possa perceber ou comentar as mudanças na rotina, ela é capaz de aceitar estas mudanças sem angústia excessiva;
2. Respostas à mudança adequadas à idade levemente anormal: Quando um adulto tenta mudar tarefas, a criança pode continuar na mesma atividade ou usar os mesmos materiais;
3. Respostas à mudança adequadas à idade moderadamente anormal: A criança resiste ativamente a mudanças na rotina, tenta continuar sua antiga atividade é difícil de distraí-la. Ela pode tornar-se infeliz e zangada quando uma rotina estabelecida é alterada;
4. Respostas à mudança adequadas à idade gravemente anormal: A criança demonstra reações graves às mudanças. Se uma mudança é forçada, ela pode tornar-se extremamente zangada ou não disposta a ajudar e responder com acessos de raiva.
VII. Resposta visual:
1. Resposta visual adequada: O comportamento visual da criança é normal e adequado para sua idade. A visão é utilizada em conjunto com outros sentidos como forma de explorar um objeto novo;
2. Resposta visual levemente anormal: A criança precisa, ocasionalmente, ser lembrada de olhar para os objetos. A criança pode estar mais interessada em olhar espelhos ou luzes do que o fazem seus pares, pode ocasionalmente olhar fixamente para o espaço, ou pode evitar olhar as pessoas nos olhos;
3. Resposta visual moderadamente anormal: A criança deve ser lembrada frequentemente de olhar para o que está fazendo, ela pode olhar fixamente para o espaço, evitar olhar as pessoas nos olhos, olhar objetos de um ângulo incomum ou segurar os objetos muito próximos aos olhos;
4. Resposta visual gravemente anormal: A criança evita constantemente olhar para as pessoas ou para certos objetos e pode demonstrar formas extremas de outras peculiaridades visuais descritas acima.
VIII. Resposta auditiva:
1. Respostas auditivas adequadas para a idade: O comportamento auditivo da criança é normal e adequado para idade. A audição é utilizada junto com outros sentidos;
2. Respostas auditivas levemente anormais: Pode haver ausência de resposta ou uma resposta levemente exagerada a certos sons. Respostas a sons podem ser atrasadas e os sons podem necessitar de repetição para prender a atenção da criança. A criança pode ser distraída por sons externos;
3. Respostas auditivas moderadamente anormais: As respostas da criança aos sons variam. Frequentemente ignora o som nas primeiras vezes em que é feito. Pode assustar-se ou cobrir as orelhas ao ouvir alguns sons do cotidiano;
4. Respostas auditivas gravemente anormais: A criança reage exageradamente e/ou despreza sons num grau extremamente significativo, independentemente do tipo de som.
IX. Resposta e uso do paladar, olfato e tato:
1. Uso e resposta normais do paladar, olfato e tato: A criança explora novos objetos de um modo adequado a sua idade, geralmente sentindo ou olhando. Paladar ou olfato podem ser usados quando adequados. Ao reagir a pequenas dores do dia a dia, a criança expressa desconforto, mas não reage exageradamente;
2. Uso e resposta levemente anormais do paladar, olfato e tato: A criança pode persistir em colocar objetos na boca; pode cheirar ou provar/experimentar objetos não comestíveis. Pode ignorar ou ter reação levemente exagerada à uma dor mínima, para a qual uma criança normal expressaria somente desconforto;
3. Uso e resposta moderadamente anormais do paladar, olfato e tato: A criança pode estar moderadamente preocupada em tocar, cheirar ou provar objetos ou pessoas. A criança pode reagir demais ou muito pouco;
4. Uso e resposta gravemente anormais do paladar, olfato e tato: A criança está preocupada em cheirar, provar e sentir objetos, mais pela sensação do que pela exploração ou uso normal dos objetos. Acriança pode ignorar completamente a dor ou reagir muito fortemente a desconfortos leves.
X. Medo ou nervosismo:
1. Medo ou nervosismo normais: O comportamento da criança é adequado tanto à situação quanto à idade;
2. Medo ou nervosismo levemente anormais: A criança ocasionalmente demonstra muito ou pouco medo ou nervosismo quando comparada às reações de uma criança normal da mesma idade e em situação semelhante;
3. Medo ou nervosismo moderadamente anormais: A criança demonstra bastante mais ou bastante menos medo do que seria típico para uma criança mais nova ou mais velha em uma situação similar;
4. Medo ou nervosismo gravemente anormais: Medos persistem mesmo após experiências repetidas com eventos ou objetos inofensivos. É extremamente difícil acalmar ou confortar a criança. A criança pode, por outro lado, falhar em demonstrar consideração adequada aos riscos que outras crianças da mesma idade evitam.
XI. Comunicação verbal:
1. Comunicação verbal normal, adequada à idade e à situação;
2. Comunicação verbal levemente anormal: A fala demonstra um atraso global. A maior parte do discurso tem significado; porém, alguma ecolalia ou inversão pronominal podem ocorrer. Algumas palavras peculiares ou jargões podem ser usados ocasionalmente;
3. Comunicação verbal moderadamente anormal: A fala pode estar ausente. Quando presente, a comunicação verbal pode ser uma mistura de alguma fala significativa e alguma linguagem peculiar, tais como jargão, ecolalia ou inversão pronominal. As peculiaridades na fala significativa podem incluir questionamentos excessivos ou preocupação com algum tópico em particular;
4. Comunicação verbal gravemente anormal: Fala significativa não é utilizada. A criança pode emitir gritos estridentes e infantis, sons animais ou bizarros, barulhos complexos semelhantes à fala, ou pode apresentar o uso bizarro e persistente de algumas palavras reconhecíveis ou frases.
XII. Comunicação não-verbal:
1. Uso normal da comunicação não-verbal adequado à idade e situação;
2. Uso da comunicação não-verbal levemente anormal: Uso imaturo da comunicação não-verbal; a criança pode somente apontar vagamente ou esticar-se para alcançar o que quer, nas mesmas situações nas quais uma criança da mesma idade pode apontar ou gesticular mais especificamente para indicar o que deseja;
3. Uso da comunicação não-verbal moderadamente anormal: A criança geralmente é incapaz de expressar suas necessidades ou desejos de forma não verbal, e não consegue compreender a comunicação não-verbal dos outros;
4. Uso da comunicação não-verbal gravemente anormal: A criança utiliza somente gestos bizarros ou peculiares, sem significado aparente, e não demonstra nenhum conhecimento dos significados associados aos gestos ou expressões faciais dos outros.
XIII. Nível de atividade:
1. Nível de atividade normal para idade e circunstâncias: A criança não é nem mais nem menos ativa que uma criança normal da mesma idade em uma situação semelhante;
2. Nível de atividade levemente anormal: A criança pode tanto ser um pouco inquieta quanto um pouco “preguiçosa”, apresentando, algumas vezes, movimentos lentos. O nível de atividade da criança interfere apenas levemente no seu desempenho;
3. Nível de atividade moderadamente anormal: A criança pode ser bastante ativa e difícil de conter. Ela pode ter uma energia ilimitada ou pode não ir prontamente para a cama à noite. Por outro lado, a criança pode ser bastante letárgica e necessitar de um grande estímulo para mover-se;
4. Nível de atividade gravemente anormal: A criança exibe extremos de atividade ou inatividade e pode até mesmo mudar de um extremo ao outro.
XIV. Nível e consistência da resposta intelectual:
1. A inteligência é normal e razoavelmente consistente em várias áreas: A criança é tão inteligente quanto crianças típicas da mesma idade e não tem qualquer habilidade intelectual ou problemas incomuns;
2. Funcionamento intelectual levemente anormal: A criança não é tão inteligente quanto crianças típicas da mesma idade; as habilidades apresentam-se razoavelmente regulares através de todas as áreas;
3. Funcionamento intelectual moderadamente anormal: Em geral, a criança não é tão inteligente quanto uma típica criança da mesma idade, porém a criança pode funcionar próximo do normal em uma ou mais áreas intelectuais;
4. Funcionamento intelectual gravemente anormal: Embora a criança geralmente não seja tão inteligente quanto uma criança típica da mesma idade, ela pode funcionar até mesmo melhor que uma criança normal da mesma idade em uma ou mais áreas.
XV. Impressões gerais:
1. Sem autismo: a criança não apresenta nenhum dos sintomas característicos do autismo;
2. Autismo leve: A criança apresenta somente um pequeno número de sintomas ou somente um grau leve de autismo;
3. Autismo moderado: A criança apresenta muitos sintomas ou um grau moderado de autismo;
4. Autismo grave: a criança apresenta inúmeros sintomas ou um grau extremo de autismo.
PONTUAÇÃO
São 15 subescalas, que somam a pontuação máxima de 60, e a ‘nota de corte’ para considerar a pessoa como pertencendo ao espectro do autismo é 30.
Atribui-se pontuação de 1 a 4 para cada subescala, sendo:
1 = não presença de alterações no comportamento
2 = presença leve de alterações no comportamento
3 = presença moderada de alterações no comportamento
4 = presença muito acentuada/severa de alterações no comportamento
Então, efetua-se somatória simples dos pontos obtidos em todos os subitens.
Podem ser utilizadas pontuações ‘quebradas”, por exemplo: 1,5 em vez de 2 ou 2,5 em vez de 3. Isso serve para situações no “limiar”, por exemplo: se determinado comportamento já não é tão leve (2), mas também não chega a ser moderado (3), ou seja, é um “leve carregado”, pode-se marcar “2,5” nesse caso. Se um comportamento é moderado (3), mas “indo mais para muito acentuado do que menos”, pode-se marcar “3,5”.
A estimativa classificatória do resultado total é:
• Menor que 30 pontos = sem autismo*
• Entre 30 e 35 = autismo leve a moderado
• Entre 36 e 60 = autismo moderado a severo
Lembrando: esta classificação é uma estimativa, devendo ser confirmada por avaliação clínica feita por um profissional qualificado (geralmente um psiquiatra ou neurologista infantil), pois resultados limítrofes podem não ser precisos. Por exemplo, se a pontuação obtida é 29, pode ou não haver autismo presente; se a pontuação é 32, uma avaliação clínica mais cuidadosa determinará se a criança apresenta autismo leve ou mais projetado para o moderado. Entre 36 e 60 há ampla variação do quadro, de moderado a grave, devendo o nível de severidade ser determinado pelo médico. Sobretudo, o caráter subjetivo de observação e interpretação aplicado nas pontuações atribuídas a cada item, especialmente por pessoas não pertencentes à área de saúde e ou sem experiencia, pode alterar a pontuação para mais ou para menos, de forma que nada substitua o olhar profissional de um especializado em autismo.
Referências bibliográficas
“Identificação, Avaliação e Manejo de crianças com Transtorno do Espectro Autista”, da Academia Americana de Pediatria
https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/145/1/e20193447.full.pdf
“Promovendo o desenvolvimento ideal: Triagem de Problemas comportamentais e emocionais.” da Academia Americana de Pediatria.
https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/135/2/384.full.pdf
“Triagem precoce para Autismo/ Transtorno do Espectro Autista” da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/04/19464b-DocCient-Autismo.pdf
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Respostas de 2
Materiais maravilhosos. Precisamos desta ajuda. Obrigada
Boa noite! Giani
Agradecemos muito seus elogios!!!
Um abraço carinhoso e inclusivo.
Att.
Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
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