ENSINANDO SEU FILHO OU ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTÍSTICO

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Ensinando seu filho  ou aluno com transtorno do espectro autista a desenvolver as seguintes habilidades:

1)Habilidades organizacionais, independentemente da sua inteligência e / ou idade.

O aluno com autismo que tenha uma memória fotográfica pode ser incapaz de lembrar de trazer um lápis para a aula ou de lembrar a curto prazo  uma tarefa. Nesses casos, o auxílio deve ser fornecido da maneira menos restritiva possível, mas objetiva como utilizar marcadores de tarefas ou fotos na capa do caderno do que ele precisa providenciar e lembrar.

As estratégias podem incluir o aluno colocar uma foto de um lápis na capa do caderno ou manter uma lista de atribuições a preencher em casa. Usar post-it que ajudam a organizar o dia-a-dia.

Também é útil montar uma planilha com os dias da semana e as tarefas de atividade de vida diária e vida prática, como por exemplo, arrumar a cama, escovar os dentes, levar uniforme de educação física, levar os lápis para escola, horário com o dentista, etc.

Sempre elogie o aluno quando ele se lembra de algo que ele tinha anteriormente esquecido.

Nunca repreenda drasticamente a pessoa com autismo no que ela falhou e muito menos dê uma palestra do que ela deveria fazer isso NÃO ajudará, porque ela ficou sem saber como resolver o problema e o que deveria fazer objetivamente.

Procure ajudar a criança com autismo a manter sua mesinha de trabalho organizada, limpa e saber onde estão os materiais que ela precisa usar, e depois ensiná-las a guardar os materiais nos locais designados.

Provavelmente a criança autista não é capaz dessa tarefa organizacional sozinha, sem ajuda dos pais ou do professor. Ajudá-la nas habilidades organizacionais usando pequenas ordens e específicas etapas permite que a criança se organize no espaço, adquira planejamento e tenha a sequencia das tarefares, além de sentirem um ambiente mais previsível.

2) As pessoas com autismo têm problemas com o pensamento abstrato e conceitual.

Alguns podem eventualmente adquirir habilidades abstratas, mas outros nunca o farão. Quando os conceitos abstratos devem ser usados, use pistas visuais, como desenhos ou palavras escritas, para aumentar a ideia abstrata. Evite fazer perguntas vagas como “Por que você fez isso?” Em vez disso, diga: “Eu não gostei disso que você fez e vamos precisar fazer isso deste jeito”.

“Eu não gostei quando você jogou o seu livro quando eu disse que era hora da Educação Física, e precisava guardar o material. Da próxima vez, coloque o livro suavemente sobre sua mesa e me avise o que você queria fazer. Eu percebi agora que você queria continuar lendo seu livro ao ir fazer Educação Física. Podemos negociar, deixarei você ler seu livro logo após você voltar da Educação Física”.

Seja o mais concreto possível em todas as suas interações com as pessoas com autismo, utilizado imagens, fotos.

3) Quando uma pessoa com autismo começa a apresentar comportamentos disruptivos, aumento de estereotipias provavelmente indica um aumento no estresse e ansiedade que não estão conseguindo lidar.

Às vezes, o estresse é causado por uma perda de controle. Muitas vezes, o estresse só será aliviado quando a pessoa com autismo se retirar fisicamente da situação estressante. Se isso ocorrer, um programa deve ser configurado para ajudar a pessoa com autismo a sair do local, voltar e / ou ficar na situação estressante até que consiga administrar a situação com calma. Quando isso ocorre, uma pessoa de referencia da criança deve conduzi-la a um lugar mais calmo para que ela consiga se reestruturar e depois voltar.

4) Não tome o mal comportamento da criança autista como sendo pessoal.

Normalmente, o mau comportamento é o resultado de esforços para sobreviver a experiências que podem ser confusas, desorientadoras ou assustadoras. As pessoas com autismo são, em virtude de sua deficiência, egocêntricas. A maioria das pessoas autistas tem dificuldades extremas em ler as reações dos outros e controlar os estímulos ambientais. Via de regra tais estímulos podem sobrecarregar sua sensibilidade senso perceptiva (luzes piscando, calor/frio, sons altos, cheiros, texturas, presença de muitas pessoas desconhecidas). Estas situações podem levar a pessoa com autismo a comportamentos disruptivos (tampar os ouvidos com as mãos, chorar, gritar, fugir, correr, etc). A melhor estratégia é retirar a pessoa autista da situação.

5) A maioria das pessoas com autismo usam e interpretam o discurso literalmente.

Portanto evite usar na comunicação:

  • Significados duplos (a maioria das piadas tem significados duplos);
  • Sarcasmo e ironias (por exemplo, dizendo: “Ótimo!” Depois que ele acabou de derramar uma garrafa de refrigerante na mesa);
  • Apelidos;
  • Nomes “fofos” (por exemplo, lindinho, gatinho, garotinho, etc)

6) Lembre-se de que as expressões faciais e outras pistas sociais podem não funcionar.

A maioria dos indivíduos com autismo tem dificuldade em ler expressões faciais e interpretando “linguagem corporal”.

7) Se o aluno não parece estar aprendendo uma tarefa, divida-a em pequenos passos ou apresente a tarefa de várias maneiras (por exemplo, visualmente, verbalmente, fisicamente).

8) Evite sobrecarga verbal. Seja claro.

Use frases mais curtas se perceberem que o aluno com autismo não está totalmente entendendo você. Embora ele provavelmente não tenha problema de audição e possa prestar atenção, ele pode ter dificuldade em entender seu ponto principal e identificação de informações importantes.

9) Prepare o aluno com autismo para todas as mudanças ambientais e / ou mudanças na rotina, como viagem, professor substituto e mudança na rotina escolar ou doméstica.

Use uma programação escrita ou visual para prepará-lo para a mudança, como por exemplo, as histórias sociais.

10) O gerenciamento de comportamento funciona, mas, se usado incorretamente, ele pode encorajar o comportamento robótico da criança como um fim em si mesmo.

O mais importante é a relação e vinculo afetivo da pessoa autista com o outro que pode ser os pais, irmãos, amigos, professores, terapeutas, etc. Sempre dar um feedback reforçador positivo quando a pessoa com autismo obteve êxito em seu comportamento ou tarefa, como por exemplo, abraça-lo, elogios, dizer que ele fez corretamente, que ficamos felizes e alegres, destacar os aspectos positivos de forma honesta e afetuosa. Eventualmente algumas crianças autistas precisam de reforçadores mais concretos como ganhar uma bala ou uma bolacha ao se comportarem bem.

11) Se seu aluno com autismo usa de argumentos verbais repetitivos e / ou perguntas verbais repetitivas, você precisa interromper chamando sua a atenção para outras fontes de interesse. O mesmo para crianças autistas não verbais que se apegam em suas estereotipias.

Sugestão de filme: Farol das Orcas ( El faro de las Orcas – 2017)

A produção independente teve seus direitos de transmissão adquiridos pela Netflix, e fala sobre uma mãe de um garoto autista procurando tratamento para o filho com um tratador de Orcas e suas baleias.

Trata-se de uma ficção baseada na história real de Roberto Bubas, um guarda florestal na Patagônia que desenvolve uma relação especial com as orcas da Península Valdés. Mais que sua relação com esses espetaculares animais, que a ciência ainda conhece tão pouco, o filme relata a incrível trajetória de um menino com autismo que encontra nesses animais uma conexão especial, desafiando os freios emocionais atribuídos ao autismo.

Bubas relata no seu livro “Agustín corazón abierto” sua vivência ao participar do processo de interação do menino com as baleias, ajudando-o a estabelecer um contato emocional com o mundo que rodeava a criança.

Beto é um homem solitário trabalhando em um parque nacional argentino. Amante da natureza e dos animais, ele passa seus dias observando orcas, leões marinhos e focas, até a chegada de Lola, uma mãe espanhola e seu filho autista de 11 anos, Tristan. Desesperada, Lola pede ajuda a Beto para tratar Tristan, ao que ele aceita, relutante. Emoções e problemas se seguem, obviamente.

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Marina S. R. Almeida

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

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2 respostas

    1. Bom dia! Arlete
      Muito Obrigada, pelos seus cometários e elogios.
      Fico muito contente que o artigo contribuiu com bons esclarecimentos e tenha ajudado você.
      Parabéns por ser uma excelente educadora!!!
      Att.
      Marina S. R. Almeida
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