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Procuramos compreender melhor as experiências de mulheres com autismo na esperança de encontrar maneiras de identificá-las, ajudá-las no início da vida, mas em sua maioria a demanda são de mulheres jovens e adultas que buscam um diagnóstico tardio. 

Várias pesquisas atuais indicam que mulheres com autismo tem maior risco de abusos sexuais, presença de esforços exaustivos de camuflagem e ser continuamente incompreendida. 

A Psicóloga Marina Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista. Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas típicas e neurodiversas.

Realizo avaliação neuropsicológica online e presencial para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista em Adultos e TDAH.

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Linguagem literal

A maioria dos médicos e membros da comunidade autista concorda que as mulheres com autismo se apresentam de maneira diferente dos homens com autismo. Mas estudos que usam pontuações de testes clínicos e outras métricas para investigar essa discrepância encontram poucas diferenças significativas de gênero. 

 A compreensão dessas características deve levar a um melhor suporte para as mulheres do espectro e ajudar a evitar que sintam que precisam se esconder.

Tenho observado em meus atendimentos que a maioria das mulheres que procuram avaliação diagnóstica para transtorno do espectro autista, lutou emocionalmente na infância e na adolescência. Normalmente, médicos, professores e pais rotularam erroneamente essas dificuldades como algo diferente, como ansiedade, grosseria, constrangimento ou depressão.

Muitas relataram que os médicos e terapeutas ignoraram suas preocupações. Muitos profissionais tinham suposições inúteis – e às vezes irrealistas – sobre o autismo. Por exemplo, alguns acreditam que o autismo quase nunca afeta as mulheres, que autismo é incapacitante, que pessoas autistas não são funcionais, que não tinha nenhuma necessidade em fazer diagnóstico de autismo tardio visto que não iria mudar nada na vida desta pessoa, muitos profissionais são contra “rotular” o paciente e encaminhá-lo para uma avaliação com especialistas em autismo em adultos, e tantas outras observações inadequadas por falta de atualização profissional.

Outras mulheres acreditaram que foram mal interpretadas porque professores e médicos não sabiam nada sobre as características femininas típicas do autismo. A maioria disse que suas vidas teriam sido mais fáceis se o autismo tivesse sido notado antes e tivessem validado suas percepções.

Tantas outras relataram muito sofrimento numa busca hercúlea, visto que não encontravam profissionais qualificados e psicoterapias voltadas especialmente para a compreensão do transtorno do espectro autista em adultos e suas comorbidades.

Incerteza social

Infelizmente ainda profissionais da saúde e educação precisam de mais informações sobre como o autismo se manifesta em meninas, jovens e mulheres. Eles devem saber que mesmo as meninas que têm uma amiga íntima ou interesse em fazer amigos ainda podem ter autismo. E eles devem saber que altos níveis de ansiedade, juntamente com dificuldades sociais em uma menina, é um sinal potencial de autismo. Com muita frequência, esses profissionais interpretam erroneamente as dificuldades consideráveis ​​dessas meninas simplesmente como “timidez”.

As altas taxas de abuso sexual relatado pelas mulheres também é outro indicador que encontrei. Ouvi várias histórias em que homens manipularam meninas e mulheres com autismo para vantagens sexuais e ou comportamento de assédio sexual no trabalho.

Os motivos do abuso variam, mas todos parecem estar relacionados às dificuldades sociais do autismo no contexto de ser mulher.

Por exemplo, uma mulher relacionou uma experiência de abuso sexual a “ela não tinha capacidade de entender as fisionomias, emoções e intencionalidade das pessoas para saber se elas estão sendo confiáveis, sedutoras ou manipuladoras”. Outra disse que sua incerteza sobre as regras sociais significava que ela não tinha certeza se poderia dizer “não” às exigências de um chefe abusivo. Outros achavam que o isolamento social das adolescentes significava que elas não tinham oportunidades de desenvolver suas ideias sobre como permanecer seguras por meio de discussões com amigas e por isso eram imaturas.

Obviamente que estas situações indicam o quanto é necessário que as meninas com autismo devem receber educação sexual direcionada que inclua informações sobre consentimento e segurança.

Identidade secreta

Muitas mulheres relataram que são especialistas em fingir não ter autismo, escondendo seus comportamentos de stimmimg, dificuldades sociais, fenômeno chamado de “camuflagem”.  Relataram que usam uma ‘máscara’ ou adotam uma persona que é cuidadosamente construída copiando o comportamento de colegas populares ou personagens fictícios, ou estudando livros de psicologia.

A maioria das mulheres disse ter achado o esforço de passar por neurotípica exaustivo e desorientador, e muitas achavam que isso contribuía para sua adaptação no trabalho ou na vida social com os amigos.

Imaturidade sexual e identidade de gênero

Outras mulheres e muitas jovens adolescentes relataram sua imaturidade no desenvolvimento sexual, bem como muitas dúvidas em sua identidade de gênero, não sabiam ao certo se eram homossexuais, assexuais, bissexuais, transgênero ou heterossexuais.

Diferença entre os gêneros

As mulheres e os homens diferiam mais fortemente quanto ao fato de exibirem comportamentos repetitivos e interesses restritos e, mesmo assim, a diferença só era aparente no teste ADI-R. Isso significa que os pais e responsáveis ​​tendem a se lembrar de muito menos comportamentos repetitivos durante a infância para as mulheres do que para os homens.

As descobertas sugerem que, embora as mulheres possam apresentar comportamentos repetitivos na idade adulta, os pesquisadores que contam com o teste ADI-R para diagnosticar podem não encontrar estes indicadores, resultando em uma taxa mais alta de diagnósticos “parciais” de autismo em mulheres.

Nem o ADOS nem o ADI-R medem a gravidade das características em mulheres, o que pode dificultar as diferenças entre os sexos. Os pesquisadores também não procuraram diferenças nos tipos de comportamento repetitivo ou sensibilidades sensoriais. 

Em estudos com adultos, esses detalhes podem ser difíceis de obter porque o ADI-R depende das lembranças dos pais ou responsáveis ​​por décadas passadas.

As meninas parecem carecer de comportamentos repetitivos podem simplesmente ter comportamentos mais sutis do que os meninos. Como brincar de boneca é típico das meninas, alguém pode não perceber, por exemplo, que a menina passa mais tempo mexendo e colecionando as bonecas do que imaginando uma conversa ou brincando de faz de conta. As diferenças de gênero no autismo são mal compreendidas por que poucas meninas são incluídas nas pesquisas. Mesmo quando são, poucos estudos examinam especificamente as diferenças de gênero.

Da mesma forma, uma menina com o transtorno do espectro autista pode ser socialmente interessada e motivada, mas não consegue estabelecer relacionamentos com seus pares. As diferenças são sutis, mas podem refletir um maior impulso de interação social em meninas com o transtorno. Por exemplo, embora muitas vezes sejam incapazes de interagir com seus colegas, eles podem se conectar com crianças mais novas, que lhes permitirão definir os termos da brincadeira.

As meninas no estudo também “evitam demandas” em um nível significativamente mais alto do que os meninos. Outros estudos relataram que as pessoas com autismo evitam as demandas diárias feitas por outras pessoas porque se sentem ansiosas quando não estão no controle. É mais provável que as meninas evitem as demandas passivamente, ignorando-as, em vez de agirem como meninos.

Referências bibliográficas:

Bargiela S. et al. J. Autism Dev. Desordem . Epub ahead of print (2016) PubMed

Harrop C. et al. Autism Epub ahead of print (2016) Pubmed

Wilson CE et al. Autism Epub ahead of print (2016) Pubmed

Agendamento para consulta presencial ou consulta de psicoterapia on-line: WhatsApp (13) 991773793

Marina S. R. Almeida

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

Licenciada no E-Psi pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento de Psicoterapia on-line

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