ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO, HIPERLEXIA E AUTISMO – TEA

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Às vezes pode ser difícil fazer a diferença entre uma criança com altas habilidades/superdotação, com hiperlexia e ou se está no transtorno do espectro do autismo.

Uma criança com altas habilidades/superdotação pode precisar que suas habilidades possam ser mais investidas numa gama de repertórios e necessita de apoio emocional, enquanto uma criança que está no transtorno do espectro autista pode precisar de equipe multidisciplinar para ajudá-la em seu comportamento e se aprender como se comunicar melhor, enquanto uma criança hiperléxica pode precisar de avaliação com neurologista infantil e atendimento fonoaudiológico para aprender a simbolizar e desenvolver uma linguagem adequada.

Ainda assim, a hiperlexia por si só não serve como diagnóstico fechado para autismo. É possível ter hiperlexia sem autismo, é possível ser hiperléxico e também estar no espectro autista. É possível ser hiperléxico e não ter altas habilidades/superdotação, pois a hiperlexia pode ser transitória.

Cada criança é conectada de maneira diferente, tem estilos de aprendizagem diferentes, velocidades de processamento singulares, prestando muita atenção em como seu filho se comunica, como se comporta socialmente, como constrói os relacionamentos e afetos, você poderá obter o apoio profissional necessário para maximizar o potencial, atender as necessidades ou déficits que seu filho apresenta.

Então primeiro passo: procure um neurologista infantil ou neuropediatra, ele deverá solicitar uma avaliação neuropsicológica para investigar as possibilidades de hipóteses diagnósticas.

ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO

De modo geral, altas habilidades/superdotação se caracteriza pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas de atividade do educando e/ou a ser evidenciada no desenvolvimento da criança. Contudo, é preciso que haja constância de tais aptidões ao longo do tempo, além de expressivo nível de desempenho na área de superdotação.

Registram-se, em muitos casos, a precocidade do aparecimento das habilidades e a resistência dos indivíduos aos obstáculos e frustrações existentes no seu desenvolvimento. Crianças e jovens ainda estão em processo de desenvolvimento e muitas vezes, apesar de sua precocidade, não efetivam todo seu potencial. Nessas faixas etárias, geralmente, apenas começam a se evidenciar suas altas habilidades. Daí a necessidade de serem corretamente assistidas, no âmbito escolar, para que continuem a expressar comportamentos de superdotação.

A Política Nacional de Educação Inclusiva define como pessoas com altas habilidades/ superdotados os educandos que apresentarem notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora. Dos tipos mencionados, destacam-se os seguintes:

  • Tipo Intelectual – apresenta flexibilidade efluência de pensamento, capacidade de pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez do pensamento, compreensão e memória elevada, capacidade de resolver e lidar com problemas.
  • Tipo Acadêmico – evidencia aptidão acadêmica específica, atenção, concentração; rapidez de aprendizagem, boa memória, gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse; habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento; capacidade de produção acadêmica.
  • Tipo Criativo – relaciona-se às seguintes características: originalidade, imaginação, capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora, sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e produzir diferentemente e, até de modo extravagante; sentimento de desafio diante da desordem de fatos; facilidade de autoexpressão, fluência e flexibilidade.
  • Tipo Social – revela capacidade de liderança e caracteriza-se por demonstrar sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, habilidade de trato com pessoas diversas e grupos para estabelecer relações sociais, percepção acurada das situações de grupo, capacidade para resolver situações sociais complexas, alto poder de persuasão e de influência no grupo.
  • Tipo Talento Especial – pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais, como dramáticas, literárias ou cênicas, evidenciando habilidades especiais para essas atividades e alto desempenho.
  • Tipo Psicomotor – destaca-se por apresentar habilidade e interesse pelas atividades psicomotoras, evidenciando desempenho fora do comum em velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora.

Esses tipos são desse modo considerados nas classificações internacionais, podendo haver várias combinações entre eles e, inclusive, o aparecimento de outros tipos, ligados a outros talentos e habilidades.

Segundo Profa. Dra. Denise de Sousa Fleith (2018), apesar do crescente reconhecimento da importância de se criar condições favoráveis ao desenvolvimento do potencial de indivíduos com altas habilidades/superdotação, observa-se que pouco se conhece acerca das suas necessidades e características. Ademais, noções falsas sobre estes indivíduos, fruto de preconceito e desinformação, estão profundamente enraizadas no pensamento popular, interferindo e dificultando a implantação de práticas educacionais que atendam aos anseios e necessidades deste grupo. Por exemplo, uma ideia predominante em nossa sociedade é a de que o aluno superdotado tem recursos suficientes para desenvolver suas habilidades por si só, não sendo necessária a intervenção do ambiente, ou seja, os fatores genéticos são supervalorizados em detrimento do ambiente, que ocupa um papel secundário no desenvolvimento de habilidades e competências. Entretanto, segundo Davis e Rimm (1994), um potencial não cultivado é um potencial perdido. O aluno com altas habilidades/superdotação necessita de uma variedade de experiências de aprendizagem enriquecedoras que estimulem o seu desenvolvimento e favoreçam a realização plena de seu potencial (Alencar & Fleith, 2001).

Outro mito é o de que o aluno superdotado apresenta necessariamente um bom rendimento escolar. Porém, atitudes negativas com relação à escola, bem como um currículo e estratégias educacionais que não levam em consideração diferenças individuais, quanto aos interesses, estilos de aprendizagem e habilidades, são alguns dos fatores que podem interferir negativamente no desempenho dos alunos com potencial elevado.

Tendências atuais na educação do superdotado destacam a relevância de se preparar o aluno para a definição e solução de problemas, produzindo conhecimento por meio de práticas que envolvam o pensamento crítico e criativo, paralelamente ao cultivo de um conjunto de traços de personalidade como persistência, autoconfiança e independência de pensamento, indispensáveis a uma melhor expressão do potencial superior.

Do ponto de vista da política de inclusão defendida pelo Ministério da Educação (Brasil, 2005), flexibilizações curriculares e instrucionais devem ser pensadas a partir de cada situação particular e não como propostas universais. Assim, fundamentados nos princípios de atenção à diversidade e direito de todos à educação de qualidade, chamamos a atenção para a necessidade de se criar um ambiente educacional que acolha e estimule o potencial promissor de alunos com altas habilidades/superdotação.

Assim, em sala de aula, os alunos podem evidenciar maior facilidade para linguagem, para socialização, capacidade de conceituação expressiva ou desempenho escolar superior. No desempenho linguístico destacam-se os seguintes aspectos: raciocínio verbal e vocabulário superior à idade, nível de leitura acima da média do grupo, habilidades de comunicação e linguagem criativa. A capacidade de conceituação inclui apreensão rápida da relação causa – efeito, observação acurada, domínio dos fatos e manipulação dos símbolos, além de um raciocínio incomum. Na área da socialização, tais alunos apresentam facilidade de contato social, capacidade de liderança, relacionamento aberto e receptivo, além de sensibilidade aos sentimentos dos outros.

O desempenho escolar compreende o alto nível de produção intelectual, a motivação para aprendizagem, a existência de metas e objetivos acadêmicos definidos, a atenção prolongada e centrada nos temas de seu interesse, além da persistência dos esforços face às dificuldades inesperadas. Entretanto, não se pressupõe que todos os alunos superdotados e/ou com altas habilidades apresentem todas essas características.

Quando as apresentam, isso não se dá, necessariamente, em simultaneidade e no mesmo nível, o importante é que não se deve generalizar.

Alunos podem ter desempenho expressivo em algumas áreas, médio ou baixo em outras, dependendo do tipo de alta habilidade/superdotação. Por outro lado, há outros que, embora apresentem altas habilidades/ superdotação, têm rendimento escolar inferior e merecem cuidados especiais, pois, frequentemente, manifestam falta de interesse e motivação para os estudos acadêmicos e para a rotina escolar, podendo também apresentar dificuldades de ajustamento ao grupo de colegas, o que desencadeia problemas de aprendizagem e de adaptação escolar.

Embora pessoas com altas habilidades/superdotação, seja um grupo altamente heterogêneo, é importante considerar que nem todos os alunos vão apresentar todas as características aqui listadas, sendo algumas mais típicas de uma área do que de outras, conforme ressaltam Alencar e Fleith (2001).

  • Grande curiosidade a respeito de objetos, situações ou eventos, com envolvimento em muitos tipos de atividades exploratórias
  • Auto iniciativa tendência a começar sozinho as atividades, a perseguir interesses individuais e a procurar direção própria
  • Originalidade de expressão oral e escrita, com produção constante de respostas diferentes e ideias não estereotipadas
  • Talento incomum para expressão em artes, como música, dança, teatro, desenho e outras
  • Habilidade para apresentar alternativas de soluções, com flexibilidade de pensamento
  • Abertura para realidade, busca de se manter a par do que o cerca, sagacidade e capacidade de observação
  • Capacidade de enriquecimento com situações-problema, de seleção de respostas, de busca de soluções para problemas difíceis ou complexos
  • Capacidade para usar o conhecimento e as informações, na busca de novas associações, combinando elementos, ideias e experiências de forma peculiar
  • Capacidade de julgamento e avaliação superiores, ponderação e busca de respostas lógicas, percepção de implicações e consequências, facilidade de decisão
  • Produção de ideias e respostas variadas, gosto pelo aperfeiçoamento das soluções encontradas
  • Gosto por correr risco em várias atividades
  • Habilidade em ver relações entre fatos, informações ou conceitos aparentemente não relacionados
  • Aprendizado rápido, fácil e eficiente, especialmente no campo de sua habilidade e interesse.

Entre as características comportamentais dos alunos com altas habilidades/superdotação, pode-se ainda ser notado, em alguns casos:

  • Necessidade de definição própria
  • Capacidade de desenvolver interesses ou habilidades específicas
  • Interesse no convívio com pessoas de nível intelectual similar
  • Resolução rápida de dificuldades pessoais
  • Aborrecimento fácil com a rotina
  • Busca de originalidade e autenticidade
  • Capacidade de redefinição e de extrapolação
  • Espírito crítico, capacidade de análise e síntese
  • Desejo pelo aperfeiçoamento pessoal, não aceitação de imperfeição no trabalho
  • Rejeição de autoridade excessiva
  • Fraco interesse por regulamentos e normas
  • Senso de humor altamente desenvolvido
  • Alta-exigência
  • Persistência em satisfazer seus interesses e questões
  • Sensibilidade às injustiças, tanto em nível pessoal como social
  • Gosto pela investigação e pela proposição de muitas perguntas
  • Comportamento irrequieto, perturbador, importuno
  • Descuido na escrita, deficiência na ortografia
  • Impaciência com detalhes e com aprendizagem que requer treinamento
  • Descuido no completar ou entregar tarefas quando desinteressado

Segundo a autora Profa. Mônica Souza Neves-Pereira, parte do princípio de que “ninguém cria alguma coisa do nada”. É indispensável que o sujeito criativo domine sua área de criação, tenha conhecimentos adequados para ser capaz de combinar ideias e gerar um resultado original. Vygotsky (1987), renomado estudioso do desenvolvimento, foi um dos defensores desta visão da criatividade. Este pesquisador compreendia a criatividade como fenômeno potencialmente universal, isto é, patrimônio de todos, e também considerava a criatividade muito mais como regra do que exceção; também reforça a percepção da criatividade como fenômeno presente, de modo potencial, em todos os seres humanos.

Na sua concepção, não podemos definir se um indivíduo é criativo ou não apenas a partir de sua performance ou desempenho individual. As características que compõem o fenômeno da criatividade são dadas pelas experiências de vida de cada sujeito em seu cenário histórico e cultural. Este autor compreende a criatividade como fenômeno psicológico, isto é, a criatividade faz parte do nosso repertório psicológico, assim como a inteligência, a memória, a afetividade, as emoções, dentre outros. O sujeito criativo desenvolve suas funções psicológicas em um cenário social que é, também, histórico e cultural. O modo como este sujeito vai construir as rotas de desenvolvimento de sua criatividade se relaciona com este cenário, ou seja, como ele é significado, percebido e internalizado.

Uma vez compreendida desta forma, como fenômeno psicológico humano, como função típica do homem, o conceito de criatividade se amplia e, segundo Vygotsky (1987), se liberta da concepção corriqueira que julga a criatividade como atributo de alguns poucos iluminados, desconsiderando a capacidade criativa presente no homem comum. É reconfortante saber que todos somos criativos, em alguma competência, alguma instância, algum cantinho do nosso saber-fazer e sentir.

Para identificar traços de personalidade que caracterizam pessoas criativas parece óbvio procurar conhecer os sujeitos que se destacam por elevada criatividade e tentar analisar o que caracteriza a personalidade destes indivíduos. Alencar (2011) procurou articular os diferentes traços de personalidade típicos de sujeitos criativos em quatro tópicos, a saber:

  • Autonomia, iniciativa e persistência
  • Flexibilidade e abertura a experiências
  • Autoconfiança, independência
  • Sensibilidade emocional, espontaneidade e intuição

A identificação de sujeitos criativos consiste em um grande desafio para a ciência. Indivíduos criativos são dotados de personalidades complexas, como todas as pessoas, porém com traços de personalidades diferenciados. Como ainda não avançamos o sufi ciente no campo científico, a ponto de sabermos o que acontece na mente de um sujeito criativo, a autora prefere apostar nesta identificação por meio de três fatores distintos:

  • Análise das características cognitivas do sujeito
  • Identificação de traços de personalidade relacionados com a criatividade
  • Eventos biográficos, que nos permite conhecer melhor o sujeito criativo por meio da sua história de vida

Um aspecto que podemos destacar no sujeito criativo é a alta probabilidade em apresentar inteligência superior.

Criatividade exige inteligência, sem dúvida, porém a recíproca não parece proceder. Entretanto, há casos de sujeitos com déficits de aprendizagem e desenvolvimento que apresentam criatividade em grau significativo.

SAVANT, TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Há relatos de indivíduos “Savant”, um quadro dentro do Transtorno do Espectro Autista, em que o sujeito apresenta déficits cognitivos e, ao mesmo tempo, grande talento em uma área específica ou domínio criativo, como desenhar em três dimensões, ter excelente memória visual, mas não consegue ter habilidades para autonomia e independência na vida. Estes casos representam exceções à regra.

HIPERLEXIA E DISLEXIA

Outros casos de precocidade intelectual infantil, como crianças com 2, 3 ou 4 anos que aprendem a ler sozinha, facilidades em idiomas, se interesse por números, em geral, estas crianças apresentam um quadro de Hiperlexia, que está interligado ao Transtorno do Espectro Autista. São crianças muito inteligentes, mas há prejuízos na forma de comunicação/linguagem, habilidades socais, e as vezes apresentam comportamentos estereotipados.

A Hiperlexia pode ser o oposto da Dislexia, uma dificuldade de aprendizagem caracterizada por ter dificuldade em ler e soletrar, que estão dentro dos transtornos de neurodesenvolvimento.

No entanto, ao contrário das crianças com hiperlexia, as crianças disléxicas podem normalmente entender o que estão lendo e ter boas habilidades de comunicação. De fato, adultos e crianças com dislexia são muitas vezes capazes de entender e raciocinar muito bem. Eles também podem ser pensadores rápidos e muito criativos.

A dislexia é muito mais comum do que a hiperlexia. Uma fonte estima que cerca de 20% das pessoas nos Estados Unidos têm dislexia, 80 a 90% de todas as dificuldades de aprendizagem são classificadas como dislexia.

A hiperlexia está fortemente ligada ao autismo. Uma revisão clínica concluiu que quase 84% de crianças com hiperlexia estão no transtorno do espectro do autismo. Por outro lado, estima-se que apenas cerca de 6 a 14% das crianças com autismo tenham hiperlexia.

Segundo a definição da Associação Americana de Hiperlexia, a hiperlexia configura-se como um conjunto de sintomas que se apresentam em crianças com transtornos em algumas áreas de seu desenvolvimento. Dentre estes destaca-se a habilidade precoce em decodificar palavras sem a presença de instrução formal.

É considerada um transtorno de linguagem e comunicação, não de comportamento. Embora crianças hiperléxicas possuam padrões comportamentais muito similares ao quadro de autismo de alto funcionamento, tendem a perder estas características à medida que desenvolvem suas habilidades de linguagem. Vale observar que crianças dentro espectro do autismo apenas em raras ocasiões apresentam avançadas habilidades de leitura, mas existem casos em que ambos podem estar associados.

A criança hiperléxica precisa apresentar as seguintes características:

  • Habilidade precoce de leitura (maior do que a esperada para sua idade), mesmo que muitas vezes a leitura seja mecânica e ela não compreenda bem o que está escrito
  • Ser verdadeiramente fascinada por letras e números
  • Dificuldade para compreender a linguagem falada
  • Dificuldades em suas habilidades sociais (que se deve à sua limitação na linguagem oral), principalmente com indivíduos da mesma faixa etária

Segundo a Associação Americana de Hiperlexia, o desenvolvimento do quadro de Hiperlexia pode ter estes indicadores:

  • Leitura Precoce: Não é raro que as crianças hiperléxicas leiam as palavras de cabeça para baixo, ou em qualquer posição. Geralmente é entre os 18 e os 24 meses que essas crianças demonstram capacidade para identificar letras e números. Por volta dos três anos, começam a ver as letras reunidas, formando palavras. Isso não é ensinado, a capacidade de ler, simplesmente aparece e fica. Ela aprende a decifrar, a decodificar palavras. Se uma criança começa a ler sem receber lições antes dos cinco anos, isto é considerado leitura precoce e pode significar hiperlexia. As crianças hiperléxicas não têm, todas, igual capacidade de ler, algumas leem aos dois anos outras só aos quatro. A compreensão também varia, mas todas reconhecem as palavras em nível muito superior ao que se poderia esperar de um pré-escolar. E não é incomum que, antes mesmo de desenvolver a capacidade de falar, a criança com hiperlexia já esteja decifrando palavras e frases.
  • Leitura Compulsiva: Para uma criança hiperléxica, o nível do reconhecimento de palavras isoladas é um, e outro é o nível de compreensão de palavras agrupadas, formando conceitos. As crianças hiperléxicas leem tudo que seus olhos encontram em forma de letra. Pode ser difícil conseguir que fiquem sentadas por algum tempo, lendo histórias infantis, mas lerão qualquer outra coisa que lhes apareça. Elas, simplesmente, não podem evitar isso, pois os estímulos visuais são muito do seu agrado, principalmente sob a forma de letra.
  • Conduta Social Atípica e Inflexível: Enquanto outras crianças estão começando a falar e descobrindo na linguagem um meio de comunicação com seus pares, as hiperléxicas estão se relacionando com adultos e não com crianças de sua idade. Elas não têm interesse social no mesmo nível que pode ser notado em outras crianças. E se colocadas em ambiente social demonstram não possuir as qualidades requeridas para interação em grupo. Costumam ser mais resistentes, teimosas e birrentas. Situações constrangedoras podem ocorrer por conta de sua inflexibilidade, ou pelo fato destas crianças muitas vezes não entenderem os fatos correntes e nem saberem o que se espera que elas façam. É a limitação da sua linguagem que determina sua conduta, não o contrário. Como muitas vezes elas não entendem o que está sendo dito, procuram assumir o controle da situação. O comportamento rebelde é a reação que costumam ter ao se sentirem confusos, frustrados e inseguros nestes momentos em que não conseguem se exprimir.
  • Apego à Rotina e Desligamento da Realidade: Para as crianças hiperléxicas, qualquer mudança pode ser algo muito difícil. Quando for necessário introduzir alguma modificação na rotina, é importante preparar a criança para isso. A criança hiperléxica parece pensar que vive num mundo somente seu.
  • Pequena Capacidade de Atenção: A capacidade de atenção das crianças é pequena, e menor ainda nas hiperléxicas. Em certos casos, manter concentrada em um determinado assunto por mais de alguns instantes é um desafio realmente sério para seus pais e professores. Com frequência desviam a atenção para outro objeto, deixando de lado as tarefas que lhe são propostas, uma após a outra. Por outro lado, se o assunto for de sua própria escolha, podem ser capazes de lhe dedicar atenção por longo tempo. É o que acontece, por exemplo, quando assistem a programas de televisão ou a gravações em vídeo, e isto ocorre devido ao constante estímulo visual que recebem.

A síndrome de hiperlexia ainda não é totalmente compreendida, suas características variam consideravelmente, algumas dessas discrepâncias se devem, em parte, à falta de controle dos sujeitos das pesquisas existentes e os diferentes critérios de inclusão adotados pelos autores em seus estudos. E de acordo com o que a literatura atual reflete, a hiperlexia está sempre associada a outra condição, havendo a necessidade de mais estudos capazes de explicar tal ocorrência e definir se a hiperlexia faz parte do quadro do TEA, uma vez observada que a hiperlexia é muito “próxima” do TEA, ou se a hiperlexia é uma síndrome específica, de modo que finalmente há uma melhor compreensão de suas características, formas de identificação, resultando em avanços positivos para os sujeitos acometidos por tal síndrome, como o cuidado educacional.

Há outros procedimentos que também são comuns em crianças hiperléxicas: atitudes de autoestímulo, tais como, agitar as mãos, bater a cabeça, torcer coisas; sensação geral de ansiedade inexplicada; temor específico a alguma coisa fora do comum; sensibilidade a barulho, frequentes acessos temperamentais. Muitas crianças apresentam esses sintomas entre os 2 e 3 anos, e parecem ser autistas. Entretanto, melhorando a linguagem (compreensão e expressão), a conduta autista diminui ou desaparece. Por isso a importância da avaliação diagnóstica profissional, com neurologista infantil, fonoaudióloga e psicóloga especialistas na área de neurodesenvolvimento infantil.

Deve ser lembrado que a hiperlexia é um distúrbio de linguagem, não um distúrbio de conduta. É importante que pais, professores e terapeutas desenvolvam estratégias para melhorar a linguagem e ajudar a criança a entender o que se passa em torno de si, ou o que se espera de si, ela fica menos ansiosa, mais flexível, mais interativa.

Devemos refletir bem sobre o que ensinar e como ensinar a uma criança hiperléxica. Como por exemplo, fortalecer o vínculo afetivo, desenvolver habilidades socioemocionais, linguagem e criatividade entre brincar e aprender é um desafio diário. Como os interesses mudam e as necessidades cognitivas também, você tem que estar sempre à procura de novos meios de ligação entre a diversão e o ensino.

Respeite, porém, os limites e não exija da criança mais do que ela pode dar. Gradualmente, tente esticar o período de tempo em que a criança está se envolvendo com o mundo à sua volta, mas aceite a retirada quando ela precisar de uma trégua, não estimule demais, como se seu filho fosse um reducionismo de “pequeno gênio”, mas o veja como uma criança em desenvolvimento que precisa desenvolver-se como um todo e não apenas um aspecto intelectual. A inteligência não é prejudicada pela hiperlexia. Os testes de inteligência só poderão ser aplicados a partir de 5 anos e nove meses, pois não existem testes de inteligência padronizados antes desta idade, enquanto isso seu filho precisa ser avaliado pelo neurologista infantil, fonoaudiólogo e psicólogo e iniciar o apoio profissional e os pais devem receber orientações adequadas.

As crianças hiperléxicas fixam-se no simbólico desde o início. Elas aprendem a ler antes de saberem falar. Com os bloquinhos de construção, em vez de erguerem torres, formam letras. Se olham para o suporte da mesa, veem um R. Essas crianças precisam ser conduzidas à fase mais elementar dos jogos, para pegar experiência concreta, que geralmente pulam. Não tendo descoberto a relação causa/efeito, por exemplo, através de jogos, elas precisam que lhes seja mostrado, visual e intencionalmente, que uma coisa traz a outra. Que elas voltem a subir em árvores, a fazer coisas simples. Que não se fixem no simbólico, deixando de lado a formação de aptidões concretas.

Ajude a criança a dominar as aptidões que envolvem tocar e sentir o mundo real. Enquanto outras crianças podem descobrir conceitos por si mesmas, a criança hiperléxica precisa de demonstrações concretas. Se uma criança puder processar os estímulos que recebe do mundo físico ao seu redor, sua ansiedade diminuirá e a verdadeira aprendizagem começará. Então o problema do desenvolvimento da linguagem poderá, realmente, ser enfrentado.

O ensino e a inclusão escolar, os professores precisam fazer alguns ajustes no currículo escolar, para a criança hiperléxica. Algumas são mais prestimosas do que outras para essa tarefa que requer atenção especial quanto a alguns pontos, como: lotação da sala de aula, intensidade no programa de desenvolvimento da linguagem, flexibilidade do programa de modo geral. Ser matriculada em classes comuns ajudadas pelos serviços auxiliares; a criança pode ter assistência de um fonoaudiólogo, um professor especialista em dificuldades de aprendizagem, um professor de reforço ou um assistente social. A professora da classe trocando ideias com essas pessoas também receberá ajuda.

AUTISMO – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA

O autismo é uma condição caracterizada pelo desenvolvimento acentuadamente anormal e prejudicado nas interações sociais, nas modalidades de comunicação e no comportamento (American Psychiatric Association – APA, 2013). Tais características variam na maneira como se manifestam e no grau de severidade, estando dificilmente presente da mesma maneira em mais de uma pessoa. O diagnóstico do autismo é difícil e complexo, feito por meio de investigação e da observação clínica do comportamento (Assumpção & Kuczynski, 2011). Os estudos sobre a caracterização das manifestações comportamentais do autismo buscam definir seu perfil clínico, facilitar seu diagnóstico e propor as intervenções terapêuticas adequadas caso a caso.

O diagnóstico do autismo – Transtorno do Espectro Autista – TEA é emitido basicamente pelos critérios clínicos descritos na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) e na quinta edição do Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-V).

Não existem exames ou procedimentos que confirmem isoladamente o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista-TEA, mas alguns que possibilitam a exclusão de outros quadros patológicos e a compilação de um número suficiente de informações que permitam esboçar mais seguramente o quadro clínico, tal como indicam Assumpção e Kuczynski (2011).

A utilização de instrumentos padronizados para fins de avaliação do autismo tem sido considerada uma necessidade como recurso alternativo que complemente as informações previamente adquiridas (Gadia et al., 2004; Léon & Osório, 2011). Dentre eles destacam-se diversos questionários, checklists (listas de observação de comportamento), inventários e escalas especialmente desenvolvidos para esta finalidade.

O autismo é uma condição que é definida pela literatura como permanente e persistente, ou seja, não há uma cura e seus sintomas dificilmente são revertidos (Gadia et al., 2004; Klin, 2006; Schwartzman, 2014).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS em 2020, os sintomas do autismo podem dificultar seriamente o cotidiano das pessoas nessas condições e impedir realizações educacionais e sociais. O que circula nestas literaturas é a concepção de que as condutas sociais dos autistas se desenvolvem de maneira inadequada para a sua cultura, principalmente no que diz respeito aos comportamentos de interação, devido à dificuldade de estabelecê-la ou mesmo à sua ausência. Tal conjuntura agrava-se pelos déficits de comunicação, também característicos desta condição (APA, 2013).

Não existe um tratamento farmacológico específico para o autismo, mas para as condições associadas a ele. Com relação às intervenções terapêuticas são indicadas as multiprofissionais, incluindo acompanhamento psicológico, fisioterápico, terapia ocupacional, psicopedagógico, fonoaudiológico, neurológico, psiquiátrico, nutricional, desportivo além de inúmeros métodos e técnicas terapêuticas que podem auxiliar no tratamento do autismo.

CRIATIVIDADE E ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Pode-se evidenciar tal relação em pessoas com altas habilidades. A criatividade é um dos elementos que permite a identificação da superdotação.

Com relação aos traços de personalidade, também identificaram que o sujeito criativo é:  

  • Original, capaz de gerar múltiplas ideias
  • Independente, o que gera motivação para lidar com situações onde a liberdade é valorizada e o conformismo não tem vez
  • Intuitivo, ou seja, valoriza inspirações, insights, metáforas e aspectos subjetivos do saber
  • Interessado em múltiplas áreas do conhecimento
  • Acredita em seu potencial criativo, no valor do seu trabalho e do seu esforço. O sujeito criativo, portanto, é dotado de distintos traços de personalidade que costumam ser comuns a todos aqueles que se destacam por uma produção criativa

O fenômeno criativo é revestido de uma natureza muito complexa e parece indispensável abordá-lo a partir de, pelo menos, dois eixos, a saber:

  • um eixo de análise do indivíduo criativo, que vamos chamar de eixo intrapessoal, isto é, uma perspectiva de avaliação do sujeito em seus processos internos
  • um eixo de análise do ambiente social e cultural do sujeito criativo, que vamos chamar de eixo interpessoal, ou seja, uma perspectiva de avaliação do sujeito em suas interações com os outros e com o ambiente social e cultural (Neves-Pereira, 2004).

Segundo o autor Feldhusen (1985; Feldhusen, Wood & Dai, 1997) considera que o autoconceito (self), conforme percebido pelo indivíduo com altas habilidades/superdotação, exerce uma força dinâmica no seu desenvolvimento, sendo refletido em suas habilidades superiores. Este conceito de self consiste das percepções e interpretações de “si mesmo”, do self ideal que se tenta atingir e das percepções dos próprios talentos e habilidades.

Durante a infância e adolescência, o indivíduo superdotado pode vivenciar momentos de dúvida, desespero ou confusão com relação à percepção que tem dos outros sobre si mesmo, pois sua precocidade pode fazê-lo parecer estranho ou anormal aos olhos alheios. Uma imagem percebida como negativa a seu respeito pode fazê-lo se sentir “fora do padrão”, sentimento este que pode ser danoso, a menos que seja contrabalançado com uma visão de si mesmo como competente. O autor considera fundamental que o indivíduo superdotado se veja, desde tenra idade, como alguém competente, capaz de produzir novas ideias, novos produtos, novas produções ou desempenhos artísticos; que incorpore um sentido de satisfação consigo mesmo, para que possa desenvolver seus talentos e habilidades de forma mais plena.

A autoestima influência de forma considerável todo o processo de comunicação do indivíduo com os outros, suas escolhas, seu processo de aprendizagem, sua percepção do ambiente, tomadas de decisão e outros processos mentais. Segundo o autor, a baixa autoestima reduz a eficiência, produz sentimento de ameaça, causa depressão e ansiedade, interrompe o funcionamento social normal, afetando todo o processo de comunicação interpessoal da pessoa. Ele considera ainda que a autoestima das pessoas com altas habilidades é frequentemente vista pelos outros como elevada, sendo elas percebidas como autoconfiantes, supervalorizando seu valor próprio e indiferentes aos outros e seus problemas.

Esta forma de se perceber o superdotado está conectada com o preconceito e estereótipos que usualmente se faz deste grupo e que muitas vezes pode produzir uma desarmonia ou dissonância cognitiva, principalmente quando o desempenho escolar não corresponde ao nível de suas habilidades. Dado o aspecto multidimensional do autoconceito, é natural que o indivíduo superdotado possa ter uma elevada autopercepção em uma área e baixa em outra dimensão associada.

O autor alerta, no entanto, para as pesquisas que mostram que, como grupo, os indivíduos superdotados apresentam autoconceito mais baixo do que seus pares não identificados como tais. Um dos problemas com relação à autopercepção destes indivíduos é que eles parecem apresentar expectativas não realistas de si próprios. É comum entre o grupo um desejo de chegar ao nível ótimo de perfeição, o que pode levar à frustração e à redução da motivação.

Além disso, o perfeccionismo pode interferir com sua relação com os pares, resultando em solidão, autoaceitação limitada e mau-humor, é importante o acompanhamento psicológico de pessoas com altas habilidades e/superdotação.

Enfim, em todas as situações quer sejam pessoas com altas habilidades/superdotação, hiperlexia ou autismo é sempre importante buscar orientação, avaliação diagnóstica e tratamentos terapêuticos com profissionais qualificados.

Referências bibliográficas:

American Psychiatric Association. (2013).

Assumpção. F., Jr., & Kuczynski, E. (2011). Psicofarmacoterapia nos transtornos globais do desenvolvimento. In J. Schwartzman & C. Araújo (Eds.), Transtornos do Espectro do Autismo (pp. 215-226). São Paulo: Ed. Memmon.

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A Psicóloga Marina Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista. Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas típicas e neurodiversas.

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