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A raiz indo-europeia da palavra ESPERANÇA é spe que significa expandir, aumentar, ter êxito, levar qualquer projeto adiante seja ele de ordem física ou psíquica. Spe dará em latim spes e daí a nossa esperança. Da mesma etimologia temos pro-spere que significa prosperar, evoluir conforme o esperado, tornar-se próspero.

Esta expectativa em direção ao futuro nas palavras derivadas da raiz spe, originalmente estava ligada a bons resultados: êxito, bonança e felicidade futuros.

No mito de Pandora, …”de sua caixa, deixou escapar para o mundo todos os males, mas para nossa sorte, conseguiu segurar a esperança consoladora e benéfica” (…).

Só mais tarde foi incluído um matiz de temor, de espera incerta que caracteriza a moderna noção de esperança, provavelmente baseada nas também modernas possibilidades tecnológicas de destruição da humanidade e da natureza.

A esperança é prima da angústia, pois as duas existem em função da nossa capacidade de olhar para o futuro.

A esperança é positiva, enquanto a angústia machuca, dói no peito. A angústia irrompe da recordação de que somos finitos, que temos uma inscrição em nossos corpos: “expira em…” A esperança, por sua vez, nos laça e nos lança na recusa desse “prazo de validade”. Reúne expectativas boas e é sinal de saúde quando a pessoa não se aquieta cruzando os braços diante dos quadros calamitosos.  Isto é, a esperança tem um quê de militância, é ativa, não nos deixa resignados, tampouco parados.

Dias melhores virão e nos juntamos a outras pessoas para construir esses dias melhores que não existem ainda, são embrionários, mas transcendem ao aqui e agora. A angústia se molda ao morrer.

A esperança nos inspira a viver sem moldes e a “utopiar”, mirar o lugar nenhum, ao qual a realidade ainda não chegou, apesar de estar grávida, repleta de possibilidades. As utopias são frutos da esperança, ao mesmo tempo em que alimentam a esperança. A esperança alarga o peito.

As distopias resultam da angústia, da suspeita de que algumas características perniciosas do tempo presente serão manifestas em quantidade e intensidade maiores no futuro. A angústia aperta o peito.

Temor x Esperança, Utopia x Distopias, são os paradoxos humanos!

Cultivemos a esperança, sejamos solidários, sonhemos mais humanos!

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Marina S. R. Almeida

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

Licenciada no E-Psi pelo Conselho Federal de Psicologia para atendimento de Psicoterapia on-line

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