Compartilhe

Para conversar sobre sexo  com seu filho (a), o primeiro passo é desistir destas ideias falsas:

“Criança não tem sexo”.

“Eu não recebi educação sexual e estou muito bem”.

“Isto é coisa que se aprende na escola”.

“Não tenho jeito para falar destas coisas”

Verifique as vantagens se vocês como pais conversarem sobre sexo:

  • Aproximação afetiva
  • Comunicação honesta com os pais
  • Estamos falando de gente: de nossa raça humana
  • Desenvolver a confiança nos pais
  • Desenvolver o respeito, o amor, segurança emocional, a responsabilidade sexual
  • Dissolver preconceitos e tabus
  • Aspecto preventivo: evitando informações erradas
  • Sexo: só é preventivo se tiver amor, vínculo humano

Desvantagens de não conversar sobre sexo com seu filho(a):

  • Afastamento afetivo.
  • Não valorizamos nosso desenvolvimento humano como algo amoroso.
  • Sexo fica vinculado ao proibido, sem importância, um tabu, mistérios.
  • Aprende na rua, com amigos, na TV, na escola, nos livros, na internet.
  • Informar sobre sexo por informação em si mesmo não garante nada, não modifica o comportamento de ninguém.

Mitos, preconceitos e tabus que precisam ser enfrentados:

  • Se eu conversar de sexo com meu filho ou filha vou incitar ele ser precoce a respeito de sexo.
  • Acho que ele é muito infantil para falar de sexo
  • Acho que ele não compreende sobre sexo, é ingênuo demais.
  • Não é preciso ser especialista para falar com seu filho.
  • Isso é coisa só de homem.
  • Não sei como explicar: fácil compre livros e pesquise na internet em bons sites  pergunte para alguém o que não sabe, procure uma psicóloga para orientá-lo

Ponderações:

  • Pense antes de responder, nunca invente histórias absurdas ou use de mentiras. Não precisa responder na hora.
  • Dizer que não sabe ou tem vergonha sobre o assunto , mas que vai providenciar alguém para falar com a criança
  • Ir com calma, nunca dê aulas sobre sexo ou compre livros de sexualidade infantil mande seu filho ler sozinho.
  • Falar com palavras simples da compreensão da criança
  • Falar os nomes dos órgãos genitais que a família usa em casa, mas dizer também os nomes corretos.

Para orientar crianças com 2 anos

Cada criança é única e o desenvolvimento variara a cada uma, dependendo do ambiente familiar, cultura, moral, ética, religião.

Não se preocupe se ela não perguntou nada.

As primeiras perguntas estão relacionadas à identidade, a ser homem ou mulher, aos diferentes tamanhos e formas dos órgãos sexuais.

Geralmente espera-se que perguntem nesta idade:

  • Papai, por que o seu pinto é grande e o meu é pequeno?
  • Por que a mamãe faz xixi sentada e eu de pé?
  • Onde está meu pipiu?
  • Por que meu pipiu é pequeno?
  • Por que não posso fazer xixi aonde eu quiser?
  • Por que não posso fazer cocô na calça ou no chão?
  • Por que não posso dormir com vocês?
  • Posso ver você pelado?
  • Posso pegar no seu peito(seios) ou no pinto?

Para orientar crianças com 3 a 4 anos

A criança é muito ativa, já passou pelo processo de descoberta, agora são os limites entre eu e o outro, pode não pode.

O desenvolvimento da linguagem é mais intenso, passa a ouvir e compreender melhor o que lhe é falado.

A criança de três anos fala muito sozinha, solta a imaginação, mistura fantasia com realidade.

Sente muitos medos e precisa arrumar super heróis  para protegê-la das fantasias que as assustam.

É capaz de cooperar e deseja aprovação dos pais.

Geralmente espera-se que perguntem nesta idade:

  • Posso fazer xixi de pé, como meu irmão? (menina)
  • Por que o pênis do Miguel é diferente do meu?
  • O que isto embaixo do meu pênis?
  • Por que meu pênis ficou duro?
  • As meninas têm pipiu?
  • Mamãe você tem pipiu?
  • Por que vocês fecham a porta do quarto ou o que vocês estavam fazendo na cama? Posso ver?
  • Mamãe você se machucou? (menstruação)
  • Por onde os bebês saem? Como eu nasci?
  • A mãe do Marcelo disse que nasceu de um corte da barriga?
  • Para que serve o umbigo?
  • E para sair da barriga demora?
  • Como eu comia lá dentro?
  • Onde eu estava antes de entrar na sua barriga?
  • Posso mamar em você como faz o bebê?

Para orientar crianças com 4 a 5 anos

Geralmente espera-se que desenvolvam os seguintes comportamentos:

Jogos infantis

Brincar de fazer cócegas, tocar nos órgãos genitais e dos amigos, meninos quererem por o pipiu no bumbum do outro, brincadeiras de médico, de papai e mamãe, de escolinha.

Estas brincadeiras são saudáveis e fazem parte do desenvolvimento normal. Podem durar ate aos seis anos. Desde que a brincadeira seja sempre criança brincando com criança.

Aparece o uso de palavrões

Estão interessados em falar palavras ligadas ao corpo ou a sexualidade. É comum ficarem dizendo “cocô, bunda”, levantarem a saia das meninas.

Explicar superficialmente o que significa os palavrões, traduzir os palavrões, não ficar valorizando ou corrigindo, evitar usar em casa palavrões constantes e explicar que têm pessoas que se ofendem.

Amigos

Começam a se dar melhor com os amigos embora briguem muito e se xingam.

Sua energia é muito grande, falam muito e os limites são testados todo tempo.

Os valores morais e éticos começam a se estruturarem e serem testados.

Os comportamentos são de birra, teimosia, os pais precisam de muita firmeza e delicadeza.

A criança de 5 anos já tem um vocabulário variado, usa frases corretas e complexas, quer saber  como funcionam as coisas e conseguem verbalizar melhor as suas dúvidas.

A mesma curiosidade que as levam a destruir os brinquedos para ver como são por dentro, os motivam a perguntar a origem das coisas.

Geralmente espera-se que perguntem nesta idade:

  • Falam de namorado/namorada.
  • Apresentam melhor relacionamento com outro sexo – clube do Bolinha e clube da Luluzinha, gostam mais de um genitor do que do outro.
  • Começam a ceder, cooperar, querem ajudar nas tarefas e serem valorizados.
  • Tem amiguinhos imaginários.
  • Às vezes podem ter pesadelos, querem dormi com os pais e faz xixi na cama.
  •  
  • Fazem perguntas mais elaboradas:
  • Por que o feijão faz a gente ficar forte?
  • Por que chove?
  • O que é trovão?
  • Como nascem os bebês?
  • Como os bebês entram na mamãe?
  • O papai tem bebê dentro dele?
  • O que é aids?
  • O que é camisinha?
  • O que é estupro ou abuso sexual?

Para orientar crianças com 6 anos

Quando a criança não perguntou até agora: de alguma maneira ela sabe sobre o assunto.

Se os pais iniciarem a partir daí precisam se tornar pais perguntáveis

Não adianta vir com aquela: ”o que você quer saber?”, “vamos falar sobre sexo”?

Não exija respostas certas da criança nem corrija de forma drástica, religiosa ou moralista.

Pergunta simples resposta simples.

Lembre que o susto e o medo são dos pais e não de quem pergunta.

  • Por que meu pênis é tão pequeno?
  • Posso entrar no banheiro quando você está tomando banho?
  • Como é que se beija?

Vocês podem perceber que poderiam ter ajudado melhor seus filhos, mas não se culpem, sempre é hora de recomeçar.

Com amor, vontade, simplicidade, conseguiremos ajudar nossos filhos para uma vida afetiva e sexual mais saudável.

O papel da escola

A escola não substitui o pai e a mãe, seu papel é de ajudá-los a mediar esta fase do desenvolvimento da criança  entendendo as relações familiares.

O papel da escola: capacitar seus educadores, pensar a família, pensar nossa própria sexualidade, promover palestras, em reuniões de pais colocar na pauta um assunto sobre sexo, adquirir livros sobre sexualidade infanto-juvenil.

Para um educador conversar com as crianças, também não é necessário ser especialista.

Para responder aos alunos é bom formar grupos pequenos e deixá-los perguntar, para conversar, desenhar, contar histórias sobre sexo, o objetivo é sabermos quais são seus conhecimentos e dúvidas.

O professor deve facilitar o assunto trazendo livrinhos da idade correspondente.

O educador deve evitar respostas moralistas e ou religiosas.

Se não conseguir responder procure outro educador que tenha mais facilidade.

A atitude das pessoas sobre o assunto sexo é o mais importante.

A escola deve ter uma proposta sobre o assunto e apresentar para os pais seus fundamentos e formas de tratar questões sobre sexo.

Lembre-se: Sexo está ligado a afeto, ao amor, ao respeito ao outro, a aproximação humana.

Atendimento de psicoterapia on-line ou presencial somente para adultos maiores de 18 anos.

Marina S. R. Almeida

Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar

Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista

CRP 41029-6

INSTITUTO INCLUSÃO BRASIL

WhatsApp (13) 991773793 ou (13) 34663504

Rua Jacob Emmerich, 365 sala 13 – Centro – São Vicente-SP

CEP 11310-071

marinaalmeida@institutoinclusaobrasil.com.br

www.institutoinclusaobrasil.com.br

https://www.facebook.com/InstitutoInclusaoBrasil/

https://www.facebook.com/marina.almeida.9250

https://www.facebook.com/groups/institutoinclusaobrasil/

Conheça os E-Books

Coleção Neurodiversidade

Coleção Escola Inclusiva

Os E-books da Coleção Neurodiversidade, abordam vários temas da Educação, elucidando as dúvidas mais frequentes de pessoas neurodiversas, professores, profissionais e pais relativas à Educação Inclusiva.

Outros posts

ADOLESCENTE BORDERLINE COMPREENSÃO DA PSICANÁLISE

Em termos de diagnóstico descritivo, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (American Psychiatric Association, 1995) aponta nove critérios para o “Transtorno de Personalidade

O QUE É BULLYING E CIBERBULLYING?

Esse termo bullying não tem um correspondente em português. Em inglês refere-se à atitude de um bully (valentão). Objeto de estudo pela primeira vez na

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×