As interfaces das abordagens teóricas e o “Fazer da Psicologia”, é hoje uma necessidade; portanto, vem promover e fortalecer a ética humana, universal, prevalecendo o objetivo comum de minimizar o sofrimento humano, por diferentes vias teóricas científicas.
Em muitas ocasiões encontramos a confusão entre os profissionais e por vezes das pessoas que procuram ajuda baseando-se ou referenciando-se a técnica ao qual o profissional psicólogo desenvolve seu saber, em detrimento da relação que ali se fará.
Trazer a tona esta discussão permite um avanço no debate da ética profissional, voltada ao ser humano.
Toda cultura e toda a sociedade institui uma moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, e à conduta correta, válidos para todos os seus membros.
No entanto, a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.
Nossos sentimentos, nossas condutas, nossas ações e nossos comportamentos são modelados pelas condições em que vivemos (família, classe e grupo social, escola, religião, trabalho, circunstâncias políticas, etc.). Somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa para respeitarmos e reproduzirmos os valores propostos por ela como bons e, portanto, como obrigações e deveres. Dessa maneira, valores e deveres parecem existir por si e em si mesmos, parecem ser naturais e atemporais.
Relacionamos-nos desde nosso nascimento com isso: somos recompensados quando os seguimos, punidos quando os transgredimos.
No pensamento filosófico a ética era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar racionalmente impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e à felicidade, e para formá-lo como membros da coletividade sócio-político. Sua finalidade era a harmonia entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos.
O sujeito ético, só pode existir se for consciente de si e dos outros, for dotado de vontade, capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências, sentimentos e capacidade para deliberar e decidir.
Problematizar a junção dos campos teóricos e suas peculiaridades promovem a transformação, a mudança, o novo, considerando que a Psicologia é um campo de conhecimentos marcado pela pluralidade de formações e pela diversidade teórica e metodológica.
Por isso, a prática profissional de Psicologia não pode ser reduzida a uma mera aplicação de princípios de teorias psicológicas. Sua construção exige uma reflexão atenta sobre a práxis, seus resultados, e toda relação desenvolvida com a pessoa atendida, estando muito além de simplesmente uma relação eminentemente técnica.
A técnica e a metodologia são instrumentos que o Psicólogo deverá embasar-se para desenvolver seu trabalho com enfoque em promover saúde quer seja a um individuo, grupos ou situação a que estiver inserido.
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Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista
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